segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Números 11:1-9


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

  


Saímos da calma presença de Deus garantindo vitória e benção no capítulo 10 para contemplar o povo em sua incredulidade, dando origem a reclamações amargas. Na sua ingratidão, o povo se queixou e o Senhor os castiga. Depois de tudo o que Deus havia feito e mostrado para aquele povo, é triste ver a facilidade com que o povo se queixa de Deus. Uma pista para entender este descontentamento está no final do versículo 1, “estavam na última parte do arraial”. Os queixosos estavam longe da arca, longes da presença de Deus. A cobiça, condenada pelo décimo mandamento da lei, nasceu no coração do “vulgo” (versículo 4 - gente estrangeira em outras versões, a mistura de gente que deixou o Egito com Israel - Êxodo 12:38). Alguns não eram crentes e estes estrangeiros eram fonte de tristeza contínua para os israelitas. A insatisfação deles os contaminou causando vivo desejo pelo alimento do Egito. Medite no comentário de Deus sobre esse assunto – Salmo 78:17-33. 


O único objetivo do livro de Números é mostrar as jornadas do povo de Deus pelo deserto. No entanto, se por um lado vemos a incomparável graça de Deus satisfazendo as necessidades do Seu povo, sempre excedendo e nunca se importando em dar mais. Assim é Deus. Por outro lado, a única coisa constante no povo era a rebelião de seus corações. Nada é suficiente para o coração do homem. Eles caíram por falta de proximidade com Deus, dando ouvidos a “estrangeiros”, gente que não podia apreciar a bondade de Seu Deus. 


Onde estão os alimentos que costumávamos comer “de graça” no Egito? O pobre povo se esqueceu dos tijolos, da palha e o alto preço que o opressor cobrava com que ele pagasse pelo pouco que lhe dava. Estes pratos egípcios: porro (alho-poró), cebola, alho etc., têm, em sua maior parte, um sabor forte e despertam o apetite, mas não são nutritivos, às vezes até indigestos. Com o que as pessoas deste mundo alimentam seus espíritos? Leituras, shows, filmes... atraentes para a carne, mas sem benefício algum para a alma, pelo contrário, fazem mal!


Essa mistura de gentes e coisas é uma arma comum e muito bem-sucedida de Satanás. Deus chama um povo, a “mistura de gente” aparece. Quando a boa semente da Palavra é semeada, o inimigo imediatamente semeia joio entre ela. Quando o Evangelho é pregado por Paulo, quase imediatamente aparecem “falsos irmãos que se tinham entremetido” (Gálatas 2:4). Hoje não é diferente. Uma advertência para nós: cuidado com a “mistura de gente!”.


O maná dava trabalho, era precisa levantar cedo, recolhê-lo, prepara-lo enquanto as “delícias” do Egito eram fáceis de conseguir e muito mais variadas.

O alerta para nós é óbvio. Cristo é o verdadeiro "pão do céu", como declarado em João 6, e quando a primeira alegria da nossa libertação espiritual passa, é muito fácil perder o nosso apreço por Cristo e Suas coisas, e ansiar pelas coisas do mundo que nos atraía antes da nossa conversão. Então nos tornamos descontentes e cansados de Cristo reclamando da falta de coisas fascinantes que um dia desfrutamos. Para Israel, sob a lei, resultou em julgamento. Estamos sob a graça, mas, no entanto, o castigo do Pai no Seu sagrado governo vem sobre nós – “o Pai disciplina aqueles que ama”. Em Êxodo 16 e 17, antes que a lei fosse dada, esse mesmo povo reclamou, mas não houve nenhum julgamento como vimos aqui. Uma ilustração disso encontramos em Romanos 5:13, “o pecado não é imputado não havendo lei”, como também de outra declaração do apóstolo, “nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri” (Romanos 7:9).


Israel lembra destes alimentos porque para eles o maná perdeu seu delicioso sabor de “bolos de mel”! (Êxodo 16:31). Neste momento, não é mais do que um bolo com azeite (versículo 8) e depois seria descrito como um "pão vil" (Números 21:5). Caros amigos, se somos tentados pelas “delícias” do mundo, que cada um se pergunte: "Não será porque a Palavra tornou-se sem sabor para mim?" O Senhor Jesus prometeu: "aquele que vem a mim não terá fome" (João 6:35). Longe de Deus, do Filho do Seu amor e de suas Palavras de amor - a Bíblia, “nossa alma se seca”.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.


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