quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Números 15:1-21

(para melhor proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

  


Não sabemos quanto tempo se passou entre as trágicas cenas de Números 14 e Números 15, seria de se pensar que a incredulidade e a rebelião do povo haviam retirado todos os seus direitos à terra de Canaã. Essa é uma amostra da aparente desordem na Palavra de Deus, mas que na verdade é apenas um exemplo de uma ordem superior e divina. Deus não organiza as coisas de acordo com o homem. Se tivermos paciência e fé para crer que tudo é para a glória Dele, Deus sempre mantém a sua glória, podemos provar isso e conhecê-la melhor no devido tempo. Não precisamos esperar até chegar ao céu; podemos contar que tudo está de acordo com a Sua vontade para nós aqui. “...se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:13).



Os propósitos de Deus, embora impedidos pelo pecado, nunca são frustrados. A terra de Canaã foi prometida a Abraão e se uma geração de seus descendentes não teve fé suficiente para recebê-la, Ele a daria a seguinte. Por isso, imediatamente depois Deus vem falar da terra da promessa, mostrando que nada poderá dissuadi-lo de cumprir os seus propósitos de graça. Que contraste entre “não verão a terra de que a seus pais jurei” (Números 14:23) e o que o Senhor diz no versículo 2, "Quando entrardes na terra da vossa habitação, que Eu vos hei de dar". Não é maravilhoso? Sua graça e fidelidade será a causa do assentamento de Israel na terra. Desobediência, da parte deles, graça da parte de Deus! Nunca se esqueça disso. 


Neste capítulo também é mencionado os diferentes sacrifícios: holocaustos, ofertas voluntárias (versículo 3), sacrifício pacífico (versículo 8), oferta pelo pecado (versículo 24) juntamente com ofertas de manjares e libações, como para lembrá-los de que Deus tem os recursos para lidar com os piores crimes, ou melhor, um único recurso que é, em seus múltiplos aspectos, a obra do Seu amado Filho. Por isso, por mais triste que seja a condição do povo, sobe "um cheiro suave ao SENHOR" (uma expressão repetida cinco vezes – versão Darby). A obra de Cristo, apresentada em figura em seus mais variados aspectos, também é mostrada como sendo em favor do maior número de pessoas. A lei para o estrangeiro era idêntica a do israelita de nascimento; era permitido oferecer os mesmos sacrifícios e as mesmas libações, prefigurando a graça que se estende para além de Israel, um evangelho “pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Colossenses 1:23). O Senhor pensa naqueles que não fazem parte de Seu povo terreno Israel, e quer abençoá-los também. Nós Gentios éramos estrangeiros e desarraigados, mas fomos introduzidos na mais maravilhosa bênção por meio da obra de Cristo por nós. A igreja de Deus é formada de Judeus e Gentios (Efésios 2:13-18). E deverá compartilhar as glórias com Cristo no céu para sempre.


Os versículos 17 a 21 tratam das primícias e nos lembram que o Senhor sempre tem o primeiro direito sobre tudo o que possuímos (Mateus 6:33).



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Números 14:26-45


(para melhor proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

  


No meio deste triste episódio, que consolo poder considerar Josué e Calebe. Eles têm "outro espírito" com eles (versículo 24). Além disso, eles não perdem sua recompensa. De toda sua geração, somente eles entram na terra. Até lá, eles irão compartilhar a pena da nação culpada: vagar pelo deserto por quarenta anos. Mas durante esta longa peregrinação, eles são continuamente encorajados pela memória da terra que já visitaram, a terra de Canaã, cujo fruto já provaram.


Moisés anuncia as notícias desagradáveis. Como o povo reage? Quando Calebe os exortou que subissem corajosamente e se apoderassem da terra, eles queriam voltar ao Egito ou falavam de perecer no deserto (Números 13:31 e 14:2). Também vivemos em uma época quando há muitos crentes que rejeitam a verdade de que Cristo é tudo, e preferem seguir adiante de modo mundano. Agora que o juízo de Deus faz com que eles voltem seus passos em direção ao Mar Vermelho e anuncia que irão morrer no deserto, eles desejam evitar a punição e respondem: "Eis que estamos aqui e subiremos..." (versículo 40). O coração do homem nunca está de acordo com Deus, principalmente quando se trata de reconhecer as falhas cometidas, submeter-se à disciplina e aceitar com humilhação as consequências de seus pecados. Apesar de Moisés dizer-lhes: "Não suba", eles persistem e sofrem uma cruel derrota. Nos profetas, encontramos constantemente que há uma volta na fé, não para o que foi trazido provisoriamente no deserto, mas para o que foi prometido no início (isto é, para os pais). Assim, o fim será a realização do começo.


Até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio deles? (Números 14:11). O povo cedeu a dúvida sobre o cuidado do SENHOR (SENHOR, em letras maiúsculas em algumas versões, representa Jeová em sua tratativa com Israel), apenas dois se apegaram a Sua Palavra. É difícil entender tamanha incredulidade e rebelião (a menos que olhemos para nós mesmos!). Em sua primeira luta contra o inimigo são derrotados, pois o Senhor não estava com eles; sem Deus age a vontade própria. Vimos nesse capítulo a loucura e as consequências da incredulidade. Incredulidade é virar as costas para Deus, seus conselhos, suas orientações, suas promessas, seu amor. Se Deus não está conosco, é inútil persistir em ir adiante, isso nos levará ao encontro do inimigo. Vimos como é perigoso permitir queixas e murmúrios de incredulidade, que o Senhor nos guarde de nós mesmos, nossa incredulidade, e não nos trate de acordo com nossa loucura.


Calebe e Josué, que figura para nós no momento que vivemos, creem em Deus, creem que Ele tem uma mão poderosa o bastante para fazê-los entrar em Canaã no devido tempo. Deus é digno de toda a confiança. Quão perfeito Ele é em seus caminhos e quão bom e certo é o fim. O que nos une a Deus, seu amor, suas promessas? Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Moisés em Números 11


(para melhor entendimento, leia Números capítulo 11)


E. L. Bevir.

Christian Friend vol. 15, 1888, p. 36.


Foi observado muitas vezes que a mistura de gente (Êxodo 12:38) era a causa direta do murmúrio (das reclamações) de Israel; mas ao mesmo tempo deve ser observado que é sempre mais comum seguir um exemplo ruim do que um bom. Em um caso semelhante, Paulo exorta os santos a seguir aqueles que estavam caminhando à frente e a não olhar para trás, para aqueles que poderiam muito bem ser comparados com a caótica mistura de gente de Números 11 (veja Filipenses 3:17 em diante).


Moisés neste capítulo sente que o fardo é demais para ele e termina seu primeiro discurso no versículo 15 com uma petição: "mata-me, eu te peço". Ele aparece, durante toda a passagem, com grande vantagem como uma alma nobre e desinteressada, mas ocupado com ele mesmo e seus próprios recursos, ele sentiu-se incapaz de realizar a tarefa de liderar o povo pelo deserto. É muito notável que as duas grandes figuras do Antigo Testamento, Moisés e Elias, implorassem para que pudessem morrer em paz. A morte é um remédio soberano para uma pessoa enérgica, cuja tarefa é muito difícil para ele; e certamente nem Moisés nem Elias estavam querendo energia; mas eles tiveram que aprender que não era com sua própria força ou energia que poderiam realizar suas tarefas, embora nunca pudessem saber o que o apóstolo dos gentios fala em 2 Coríntios; isto é, o poder da ressurreição e a desconfiança plena e total de tudo o que é do homem natural.


A palavra "eu" aparece com muita frequência nos discursos de Moisés neste capítulo, e quando isto (eu, meu) se torna o objeto de nossos pensamentos, geralmente encontramos palavras para expressá-lo. Moisés havia dito (Êxodo 4:10): "Eu não sou homem eloquente... (eu) sou pesado de boca"; mas ele se torna eloquente quando "Moisés" é o tema do seu discurso (ver versículos 21 e 22 do nosso capítulo 11 de Números), ele encontra o uso de sua língua ao descrever sua própria dificuldade; e isso é natural em todos os homens.


Mas a grande e abençoada lição a ser aprendida nesta passagem é a fidelidade de Deus, ao mesmo tempo em que castiga as pessoas rebeldes e cobiçosas, e os recursos ilimitados de Jeová no deserto quando, em todos os aspectos, tudo havia parado e a simples energia do homem provou ser de nenhum valor. Nada poderia ser mais interessante para nós no momento presente, quando os iluminados líderes do século XIX, deixando Deus fora de seus cálculos, nos asseguraram que era fisicamente impossível que Israel atravessasse o deserto e, quando poucos pudessem ser encontrados seguindo a multidão mista em todo tipo de mundanismo e egoísmo.


Moisés perdeu um grande privilégio, mas o mesmo poder foi exercitado por Jeová, apesar de ter empregado setenta outros homens; o poder do Espírito foi distribuído, mas não aumentado. A resposta à pergunta: "Concebi eu todo esse povo?" É totalmente dada pelo Senhor em Sua incansável paciência nesta maravilhosa passagem.


Mas a aplicação deve ser feita para nós mesmos. Muitas vezes foi demonstrado nos primeiros capítulos deste livro que o Senhor fez uma disposição completa e perfeita para a marcha de todo o arraial ao longo do deserto e que o mais terrível fracasso ocorre no momento em que o arraial começa a se mover. A história frequentemente repetida do fracasso depois de ter sido estabelecida em bênção por Deus é vista aqui e pode servir como uma ilustração do que ocorreu na igreja de Deus na Terra desde o dia de Pentecostes até o dia de hoje.


Podemos considerar por um momento, sem voltar mais na história, o estado atual das coisas - o estado de ruína e fraqueza, e a graça e poder imutáveis de nosso Deus e Pai em Cristo Jesus, de quem a bondade nunca nos falha até o final da jornada. "Seria, pois, encurtada a mão do Senhor?". Ele se voltou para Ele, para quem e por quem são todas as coisas, trazendo muitos filhos para a glória, para tornar perfeito o Líder da sua salvação através dos sofrimentos; e este Líder abençoado nunca se queixa, como fez Moisés, do peso da carga que Ele carrega. A jornada no deserto, para nós, está chegando ao seu final; mas ainda estamos no deserto, e precisamos olhar para Ele a cada momento, e Ele não nos deixará.


O contraste entre Moisés e Paulo sempre foi apresentado. Moisés no versículo 12 deste capítulo pergunta se "ele" trouxe o povo para que "ele" fosse responsável do fardo até chegar a terra prometida. Paulo, ao contrário, na epístola aos Gálatas, estava disposto a sofrer novamente as dores, para que os santos recebessem bênção e Cristo se formasse neles (Gálatas 4:19). Podemos notar a confiança perfeita do apóstolo no Senhor e a total desconfiança de tudo o que é do homem; e não é preciso ir muito longe para afirmar que Moisés não tinha entendido o fim do homem, dos seus esforços, da sua excelência e da sua energia em Números 11. Ele não poderia, como já observamos, dizer como Paulo: "Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos" (2 Coríntios 1:9). Uma passagem mais impressionante do que essa, onde devemos ter cuidado para não confundir com uma natureza enérgica e nobre (ver o versículo 29) com o poder de Deus, talvez não seja encontrada nas Escrituras.


Se alguma vez houve um dia em que precisamos olhar totalmente para o Senhor, e somente para Ele, é no dia em que vivemos, hoje, e pela fé olharmos para Ele, o Líder da nossa salvação, para Ele, cujos braços foram estendidos uma vez na cruz enquanto Ele tirava nossos pecados e que sempre nos leva através de toda dificuldade para a glória eterna. Podemos dizer que o povo de Deus está muito disperso, que o século em que vivemos é muito perverso, que o poder do inimigo está muito forte e muitas outras coisas, mas sabemos que o braço Dele não está encurtado. Pode ser uma profunda lição para aprender, a não confiar no homem e muito menos em nós mesmos, mas uma lição abençoada afinal de contas, e olharmos para Ele com a excelente glória e com o Deus de glória que o colocou à Sua direita, orando para que possamos glorificá-Lo no restante da jornada pelo deserto. Que possamos ser encontrados caminhando em verdadeira dependência, oração e verdadeira confiança Nele. 


E. L. B.





sábado, 19 de dezembro de 2020

Números 14:11-25


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

  


"Este povo me provocou", declara o Senhor (ver versículos 11 e 23). Ao desprezar a "terra muito boa" (versículo 7, ver Salmo 106:24), é Deus, na realidade, o objeto da provocação e da ingratidão deste povo. A falência do povo em relação a fé foi completa. Como então podemos qualificar a atitude de tantas pessoas que desprezam um presente que é o céu e vindo do próprio Deus?

Deus é fiel em suas promessas, mas é a incredulidade que leva as pessoas a não entrarem na “terra prometida”. Como vimos, eles não perderam a benção, mas ninguém que professa ser do povo de Deus tem acesso a ela sem fé. Isso era verdade naquele tempo, permanece sendo verdade hoje. Esse é o ponto das solenes advertências na Epístola aos Hebreus, fé.


Assim como no episódio do bezerro de ouro, Moisés novamente intervém. De modo algum ele aceita a oferta que faria dele um líder de uma nova nação (versículo 12; Êxodo 32:10). Deus destruiu toda a humidade no dilúvio, seria esta semente melhor do que a de Adão preservada em Noé? Que oferta, ser pai de uma nação maior e mais poderosa. Uma verdadeira prova para Moisés. Isso agradaria a “carne” de qualquer homem, mas Moisés responde com mansidão para que o nome de Deus fosse exaltado entre as nações. Bem diferente de hoje, em que a cristandade faz com que o nome de Deus e de seu Filho seja blasfemado em todo o mundo. 


Com um argumento irrefutável, ele lembra ao Senhor que a grandeza de Seu nome está em jogo aos olhos das nações. Então, dando pleno valor ao que aprendeu a conhecer Dele e citando Suas próprias palavras (Êxodo 34:6-7), ele lembra que Ele é longânimo (paciente) e grande em beneficência e verdade, lento para se irar e grande em misericórdia. Moisés sugere também que esta é precisamente uma oportunidade para Ele perdoar a iniquidade e a transgressão. Onde não há falhas, não há lugar para perdão. Mas o pecado do homem, o meu e o seu, proporcionou a Deus uma oportunidade Dele mostrar Sua graça. Filhos de Deus, também conhecemos esse Deus que perdoa? Ele é nosso Pai e ao lado Dele temos um Advogado cheio de amor: Jesus Cristo, nosso Salvador (1 João 2:1).


Deus demostra Sua misericórdia pedida por Moises, mas o pecado não passa impune no governo de Deus. Foram perdoados no que diz respeito a morte, mas o mal foi julgado, “não verão a terra de que a seus pais jurei”. A Epístola aos Hebreus, que registra o juramento imutável feito a Abraão, também registra como Deus jurou em Sua ira: "...não entrarão em Meu repouso" (Hebreus 3:11).


“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo”. Muitos saíram do Egito, mas alguns não creram. 

Deus conhecia o coração de cada um. Há muitos hoje que gostam de ser chamados cristãos, mas nunca creram em Jesus como seu Salvador.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Números 13:27-33; 14:1-10


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)



As pessoas ouviram o testemunho, viram o fruto, a evidência, e ainda assim não creram. Neste capítulo que estamos meditando, Canaã não é uma figura do céu, onde Cristo está. Quando entramos nesse lugar bem-aventurado, todos os conflitos e lutas para sempre deixarão de existir. Aqui ela é uma figura do reino de bênção celestial que é nosso em Cristo, que entramos no momento atual e nos leva a um conflito espiritual. Por isso a Epístola aos Efésios abre com um desdobramento dessas "bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" e termina com a luta mostrada em Efésios 6. Vale lembrar que o relato da armadura de Deus é seguido pela admoestação: "orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito" (Efésios 6:18). Também devemos ter em mente que, para vencer, devemos depender do poder de Deus.


Doze espias partiram, um para cada tribo. No começo da jornada não havia distinção entre eles. Mas a jornada de quarenta dias colocou os homens à prova (o número 40 na Bíblia sempre fala de testes). E em seu retorno, cada um mostra o que estava em seu coração. O resultado? Dez são incrédulos; apenas dois, Josué e Calebe, confiam em Deus. A terra era tudo o que Deus havia declarado ser. A fé conhece o Senhor e avalia as circunstâncias segundo o ponto de vista de Deus; a incredulidade, por outro lado, as mede pelas dimensões humanas e se detém nos obstáculos visíveis. Os gigantes, filhos de Anaque, eram reais assim como os altos muros. Mas o erro dos espias incrédulos era levar em conta suas próprias limitações e se preocupar com o que seus inimigos pensavam deles (final do versículo 33). Eles dizem ao povo: "Não poderemos". Seus olhos estavam desviados do Senhor, e sentiam-se como gafanhotos diante de gigantes. Eles deveriam ter olhado para o Senhor. Josué e Calebe não têm vergonha de declarar sua fé diante de todos. Eles valorizam a herança prometida e exortam seus irmãos a tomarem posse dela. Que exemplo! Nos encontramos entre aqueles que recomendam "a terra" ou entre aqueles que desencorajam as almas de seguirem a Jesus?


Calebe diz, "certamente prevaleceremos" (versículo 30). Calebe tinha seus olhos no Senhor. Há muitos inimigos que iriam tentar nos impedir hoje de desfrutarmos, agora mesmo, nossos maravilhosos privilégios e bênçãos como povo celestial. Somos abençoados "com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Efésios 1:3). Não obtemos nossas bênçãos pela obediência à Palavra de Deus, mas desfrutamos delas pela obediência.


Tendo desviado o coração do Senhor, caíram na corrente da incredulidade, eles creram nas convicções que formaram e declaram que a terra é ruim, e acabam reclamando de Deus. Não foi Moisés que os levou até aqui, foi o próprio Deus; eles o acusam. Além disso, eles não podem conter sua raiva contra aqueles cujo testemunho de fé condena sua incredulidade.

Para nossa tristeza isso é algo comum, as dificuldades desencadeiam a incredulidade do coração e nos levam a falar mal da posição em que fomos divinamente chamamos, e da qual provamos a benção! Tudo isso flui do esquecimento de Deus. Eles eram como um gafanhoto comparados aos filhos de Anaque? De que adianta muralhas para Deus? Agora Deus interfere. Eles serão tratados de acordo com sua fé; eles perecerão no deserto, de acordo com o desejo deles. A incredulidade não pode negar o que Deus faz, mas ela nos faz tirar os olhos de Deus. Vemos aquele povo chorar, mas são lágrimas de incredulidade. O coração que se recusa a continuar com Deus volta ao Egito em seus desejos. Não tema o mundo e seus gigantes, o Senhor está conosco!


Aqui estamos vendo Israel, mas sempre devemos lembrar que temos uma melhor salvação, fundada em uma melhor redenção e com melhores esperanças. O mundo que vivemos hoje não é menos perigoso do que o deserto que Israel teve que passar. Mas temos um Deus e Pai, Aquele que o Senhor Jesus nos fez conhecer (João 14:7-11). Não descansamos “apenas” no amor de Deus, mas na redenção comprada pelo Senhor Jesus que nos une a Ele. E Como tratamos a Deus, confiamos Nele? Crer que Ele está cuidando de nós o tempo todo é o meio mais seguro de aproveitar toda a Sua fidelidade e a força do Seu amor.


Não concordar com a “maioria” é sempre difícil e as vezes perigoso. O povo quer apedrejar aos dois homens (versículo 10), mas eles têm Deus do seu lado.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Números 13:1-26


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

  


O povo está se aproximando da terra prometida. Moisés envia doze homens como espias, sua missão era explorar a terra, trazer informações e alguns dos seus frutos. Em Deuteronômio 1, versículos 21 e 22, vemos que este desejo de investigar a terra começou com os filhos de Israel. Deus respondeu aos pedidos do povo. Existem muitas coisas ordenadas por Deus somente por conta de nossa falta de fé. Ele os havia trazido do Egito e prometeu introduzi-los na boa terra, e disse a eles como ela seria. Por que então precisariam de espias? Incredulidade! Eles desconfiam não apenas de Deus, mas também desconfiam da terra para o qual estão viajando, desconfiam da promessa. E como veremos mais adiante em nosso livro, a incredulidade irá colher o que semeou. Como bem diz um irmão em Cristo, a Bíblia é para ser crida e obedecida. Hoje colhemos algum, em breve, colheremos o fruto da nossa fé, todas as bençãos celestiais em Cristo Jesus.


São necessários quarenta dias para realizar esse reconhecimento. Os espias vão até Hebron, um lugar que já conhecemos; é lá que Abraão comprou a caverna de Macpela para ser usada como túmulo. Eles voltam trazendo um cacho de uvas tão pesado que é necessário dois homens para carregá-lo.


Para nós, a terra prometida é o céu. Como esse povo, ainda estamos no deserto, uma figura deste mundo. Não vimos a herança que Deus nos colocará. Mas existe alguém que conhece e pode nos falar sobre ela, é o Espírito Santo, que nos ocupa com as coisas celestiais. Assim como as uvas de Escol trouxeram a prova da riqueza do país, o Espírito nos dá o “penhor”, isto é, uma amostra, uma antecipação das alegrias do céu. Ele nos faz conhecer as coisas de Deus (1 Coríntios 2:12). Ele recebe o que é de Cristo e nos comunica (João 16:14). Embora ainda estejamos num mundo que moralmente é um deserto para nossas almas, já podemos estar ocupados com Aquele que não vimos, mas que amamos (1 Pedro 1:8).



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Números 12:1-16

 

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)


  

Logo no primeiro versículo, uma figura do Senhor Jesus, tomando para Si mesmo uma noiva de entre os Gentios – Moisés se casou com uma mulher que não fazia parte do povo de Israel, isso desperta o ciúme no povo de Deus. Miriã e Arão - a profetisa e o sacerdote - são figuras daquele que tem a palavra e o acesso a Deus, o duplo caráter do povo de Deus. A proeminente posição concedida por Deus a Moisés despertou inveja nos seus corações. No Novo Testamento, vemos esta ira claramente no livro de Atos, onde os Judeus ficavam muito irados todas as vezes que o evangelho era pregado aos gentios. Aqui em Números 12, Moisés é em todos os aspectos uma figura de Cristo, fiel em toda a casa Deus, “boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras” (versículo 8). A posição mais gloriosa para Moisés foi quando ele se separou do povo e armou sua tenda fora do arraial.


Neste capítulo, vamos tratar de algo do nosso dia a dia, "a língua", diz Tiago, "é um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal" (Tiago 3:6 em diante). Mais uma vez comprovamos os seus estragos. Não aqui sob a forma de murmúrio entre os "estrangeiros" (capítulo 11), mas de críticas e maledicência (o veneno que sai de nossos lábios todos os dias) que contaminam os membros mais honrados da família dos líderes do povo: Arão, o sumo sacerdote e Miriã, a profetisa (Êxodo 15:20). 


“Falou o SENHOR somente por Moisés? Não falou também por nós?” (versículo 2). Muitos hoje afirmam terem recebido uma palavra inspirada de Deus, mas Deus hoje fala pelo Filho, o Verbo, sua Palavra registrada no mais valioso livro da história da humanidade, a Bíblia. Ela possui a revelação completa de Deus. Todo aquele que profere uma “revelação” falsa, lembre-se, “o Senhor ouviu isso”. 


No nosso capítulo, as palavras maliciosas talvez tenham sido sussurradas "ao ouvido" no maior segredo (Lucas 12:3). Mas... "O Senhor ouviu" (versículo 2 e Números 11:1). Nunca nos esqueçamos de que o Senhor ouve no céu as nossas observações mais confidenciais. Moisés não diz nada, ele era “mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”, mesmo quando criticado, não se defendia, mas deixava tudo com o Senhor, e o Senhor cuidava do problema. O oposto da mansidão é a auto-afirmação. Toda vez que um desafio aos direitos do Senhor está envolvido, sua ira acende-se com justiça, mas para sua própria defesa, sua extrema mansidão é demonstrada por seu silêncio. Assim, é Deus quem toma a defesa de Seu servo. O Senhor responde e age prontamente. Ele convoca os três envolvidos no tabernáculo, e então chama os dois culpados para dar um passo à frente. A gravidade do castigo revela o pecado cometido. Miriã está com lepra. Pela primeira vez, Moisés abriu a boca para interceder por sua infeliz irmã para que ela pudesse ser curada. O Senhor ouve, mas há uma pena.


A falta de fé no Senhor sempre atrapalha a atividade da graça. Como vimos aqui, todos são afetados. A nuvem havia deixado o tabernáculo, um sinal que deveriam seguir pelo deserto, mas isso não aconteceu. Miriã, quem provavelmente levantou a questão, é ferida de lepra e Arão, um homem facilmente influenciado pelos outros como vimos no caso do bezerro de ouro, reconhece seu erro e intercede por ela. Moisés, que foi injustiçado, teve que interceder. O povo interrompeu sua jornada por sete dias. Tudo isso nos lembra o que é dito em 1 Coríntios 12:26. Devemos ter algo sempre em nossos corações e mentes, o Senhor Jesus é o supremo e incontestável Cabeça da igreja. 


Que o Senhor nos preserve das "invejas e de toda fala mau"! (1 Pedro 2:1).



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.