quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Levítico 22:1-33


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários) 

 

 

Há uma lição muito importante para aprendermos aqui. Se o sacerdote, por descuido, tivesse algo de errado com ele, não podia entrar na presença de Deus até que isso fosse corrigido. Algumas pessoas (crentes) dizem que podemos ficar muito estreitos em nossos pensamentos quanto à adoração a Deus. Mas cremos que quando temos a certeza dada pela Palavra de Deus de que Cristo está no meio, então iremos querer ser bem cuidadosos. Não será uma questão de sermos os mais descuidados que quisermos ser, mas de sermos os mais cuidadosos que devermos ser. Quando não estamos conscientes da presença do Senhor no meio, então é natural que não tenha importância o que a pessoa faz, contanto que ele seja crente. Leia este capítulo cuidadosamente e em oração. Todas estas coisas nos mostram sobre a importância de Hebreus 10:22: “cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa". Dar a Deus Seu lugar de suprema honra, um lugar de pura santidade e santificação, é uma questão que não devemos ousar ignorar. "...santificai nos vossos corações a Cristo como Senhor" (1 Pedro 3:15).


Muitas vezes, uma pessoa pode intuitivamente perceber que sua condição moral ou espiritual é tal que ele deve evitar qualquer manipulação de coisas espirituais. Se estamos em um estado moral impuro, melhor é essa precaução do que qualquer pretensão hipócrita de observância religiosa! Pelo menos a pessoa vai perceber a necessidade de ser limpa. 


Somente os sacerdotes e suas famílias comeriam das coisas sagradas. Nenhum empregado era autorizado a comer (versículo 10). No entanto, se o sacerdote comprou uma pessoa, essa pessoa tinha o privilégio de comer da sua comida. Um empregado é alguém que serve mediante um salário, enquanto o comprado é totalmente posse de seu mestre, assim como os verdadeiros crentes hoje pertencem plenamente ao Senhor. Eles não servem para ganhar, mas porque são Seus.

 

Do capítulo 21:1 até 22:16, Deus mostra como manter um sacerdócio sem defeito, enquanto nos versículos 17 a 33 Ele se ocupa com a qualidade de ofertas. Como é triste Ele ser obrigado a insistir: "Você não deve oferecer-me um animal que está doente ou que tem um defeito". Ainda que estas instruções pareçam desnecessárias, o profeta Malaquias nos diz que o povo trazia tais ofertas. Agir assim era um pecado duplo. Em primeiro lugar porque isso era desprezar o Senhor. Aquilo que ninguém teria ousado em oferecer ao governador (Malaquias 1:8), que não valia nada, era oferecido como algo bom o suficiente para Deus. Em segundo lugar, porque todos esses sacrifícios, falavam de Cristo, a vítima perfeita, devia ser sem defeito. E nós, queridos cristãos, que possamos reservar para o Senhor nosso tempo, nossa energia, nossa inteligência, nosso dinheiro! Reservamos o melhor, ou simplesmente o que sobra, o que não temos mais outro uso? 

 

Diferente dos sacrifícios pelo pecado, que eram necessários e obrigatórios, estamos tratando aqui de sacrifícios de ações de graças, ofertas voluntárias, opcionais. Deus não exige nada de nós; nada é forçado. Mas quanto mais o amor de Jesus toma conta de nossos corações, mais cuidadoso seremos como o que oferecemos a Ele.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.



 


terça-feira, 29 de setembro de 2020

Levítico 21:1-24


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários) 

 

 

Hoje lemos de quão cuidadosos deveriam ser os sacerdotes. Você se lembra de que 1 Pedro 2:5 nos diz que todo crente no Senhor Jesus é um sacerdote diante de Deus. Pare um pouco para considerar isso. Se os sacerdotes daqueles dias precisavam ser cuidadosos, quão mais cuidadosos deveríamos ser? Somos sacerdotes de Deus neste mundo mau e corrupto. Eles precisavam estar prontos para entrar na presença de Deus a qualquer momento; nós também... dia após dia. Os sacerdotes tinham o sagrado privilégio de aproximar-se de Deus em nome do povo, portanto eram mais responsáveis quanto à sua conduta. Em nossa presente dispensação da graça de Deus todos os crentes são sacerdotes.


As esposas dos sacerdotes deveriam ser cuidadosamente escolhidas. Aquela que tivesse sido uma prostituta ou promíscua, ou que estava divorciada de um marido, não deveria ser tomada como esposa por um sacerdote (versículo 7). Embora estas coisas não sejam leis para governar os crentes hoje, elas são típicas da corrupção moral que os crentes devem evitar. Temos a liberdade de se casar, mas "contanto que seja no Senhor" (1 Coríntios 7:39). Um crente deve ter discernimento espiritual se uma mulher é a parceira apropriada para ele. A graça de Deus pode assim trabalhar com as mulheres acima, a ponto de mudar grandemente seu caráter, de modo que agora, neste dia da graça, alguém que seja verdadeiramente convertida por Deus possa ser transformada em uma esposa fiel e devotada. Homem ou mulher, o discernimento espiritual do crente no que diz respeito à escolha de um companheiro é de vital importância. A santidade de Deus também está envolvida nessa questão (versículo 8) e é bom se proteger contra qualquer sugestão de comprometer essa santidade.

 

Da mesma forma que o simples fato de pertencer a família de Aarão conferia o título de sacerdote, todos os remidos do Senhor são hoje adoradores (1 Pedro 2:5). Por outro lado, em relação ao seu exercício, um sacerdote poderia ser desqualificado. Entrar em contato com a morte, um casamento em desacordo com Deus ou um defeito físico incurável, privava o filho de Arão das suas santas funções. Ele podia se alimentar do pão de Deus, assim como seus irmãos (versículo 22), mas ele não conhecia a alegria de servi-Lo. Com tristeza, muitos cristãos hoje estão neste estado. Aqueles que são cegos no sentido de 2 Pedro 1:9, ou coxos segundo Hebreus 12:13, mesmo mantendo seu título e privilégio como filhos de Deus, não podem executar como deveriam seu serviço como adoradores. E isso é uma grande perda, não só para eles, mas antes de tudo para o Senhor. 


Os defeitos físicos não são impedimento para a verdadeira adoração dos crentes de hoje, mas os defeitos físicos citados são típicos de defeitos espirituais ou morais dos quais não havia nenhum no Senhor Jesus (nosso Sumo Sacerdote). Enquanto houver algo de errado com a visão, caminhar, atitude (uma face manchada), ações (mãos) ou qualquer outra coisa de caráter moral ou espiritual, não é correto que alguém tome um lugar público ao se aproximar de Deus, embora esse possa ser um crente. "O pão do seu Deus... poderá comer " (versículo 22), mas está desqualificado para o serviço público. Podemos ser recuperados destas desfigurações espirituais ou morais, pois a graça certamente pode mudar as coisas. Mas, mesmo quando há algumas coisas defeituosas, que graça alguém poder comer o alimento do seu Deus. Mefibosete é um exemplo de um homem que comeu continuamente na mesa do rei, embora fosse coxo nos dois pés (2 Samuel 9:13).

 

Se nosso Sumo Sacerdote carrega graciosamente os defeitos, fraquezas e imperfeições do Seu povo (capítulo 21, confirmado por Hebreus 4:15), Ele não pode, por outro lado, ter comunhão com o que, no capítulo 22, representa um pecado real: um fluxo ou lepra (capítulo 22, versículo 4). A contaminação em um crente o priva do prazer das "coisas santas". 

 


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX. 


(Sugestão: ouça a pregação do Lemão – https://conferenciasbiblicas.s3.amazonaws.com/conferencias/Ipu%C3%A3%202017/Ipu%C3%A3-2017-Pregacao-para-crentes-Lemao-segunda.mp3)




segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Levítico 19:20-37, 20:1-27


 (para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários) 

 

 

Do capítulo 19, versículos 11 ao 37, um crente pode aprender muitas lições para sua própria vida lendo estes versículos vagarosamente. Mas lembre-se de que estas instruções eram na realidade para pessoas sob a lei. Nós as aplicamos à vida espiritual que temos em Cristo. Quando Israel entrou na terra de Canaã e plantou árvores, eles não deveriam comer nenhum dos seus frutos nos três primeiros anos. No quarto ano eles ainda não comeriam o fruto, mas o santificariam ao Senhor, e no quinto ano eles poderiam comê-lo. Estas não são leis para os gentios, nem para a presente dispensação da graça, mas elas nos ensinam que em tudo, mesmo na nossa alimentação, Deus deve ter o primeiro lugar.

 

Esta parte do livro, capítulos 19 e 20, começa e termina declarando que Israel fosse o povo santo de um Deus santo. E quase todos os mandamentos destes capítulos terminam com o lembrete "Eu sou o Senhor vosso Deus". Por isso, os que hoje formam parte da família de Deus deveriam reproduzir a santidade do "Pai santo", do qual são filhos (João 17:11). Pedro cita Levítico 19:2, e conclui com as palavras: "mas assim como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos vós também santos" (1 Pedro 1:15-16). Não é apenas "porque Eu sou santo", mas "como" realizar isso. Que padrão para nós! 

 

O versículo 32 chama nossa atenção sobre o devido respeito aos mais velhos, uma questão para a qual um jovem cristão nunca deveria deixar de prestar atenção.  

 

No final do capítulo 19 insiste que nenhuma injustiça de qualquer tipo deve ser encontrada entre os israelitas, seja em medidas, pesos ou volume. Suas escalas, seus pesos e todas as medidas deviam ser honestas. Essas coisas são sempre corretas, seja em Israel ou entre os gentios. O cristão se alegra em obedecer a tal instrução, não porque seja lei, mas porque conhece e ama o Senhor. Assim é acrescentado aqui: "Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito". Nós fomos trazidos pela graça de uma escravidão pior do que a do Egito e temos maior razão para responder com amor e obediência ao Senhor.


O capítulo 19 tem muitas leis proibindo o pecado; o capítulo 20 mostra que a lei, quando quebrada, exigia certas penalidades. Essas penalidades deveriam ser executadas assim que a culpa do infrator fosse estabelecida. Não havia longos processos judiciais e nenhum recurso depois que alguém fosse provado culpado. Mesmo nos dias de Salomão, Israel havia falhado em cumprir essas penalidades prontamente, de modo que Eclesiastes 8:11 nos diz: "Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal". Hoje, tais longos atrasos têm levado as pessoas a zombarem do sistema judicial. 


Espíritos familiares e médiuns são representantes de Satanás. As pessoas hoje estão mexendo com isso e não parecem entender que estão brincando com fogo (capítulo 20, versículos 6 e 27). O espiritismo está se espalhando cada vez mais. Em Isaías 47:10-15, lemos que Israel não havia prestado atenção a estes avisos e estava sendo castigado por isso. Na história de Israel, o rei Saul baniu médiuns e espíritas da terra de Israel (1 Samuel 28:3), mas ele mesmo foi consultar um (1 Samuel 28:7-25), sem resultados agradáveis. Ele morreu no dia seguinte

Alguns cristãos parecem não entender que Satanás leva os crentes para longe de Deus do mesmo modo como ele faz com incrédulos. E não estão cientes de que ele pode nos levar muito longe. Mas repare o quão longe Satanás poderia levar aquele povo. Um aviso para nós! 

 

A desonra aos pais exigia a pena de morte! (20:9). As pessoas hoje fazem piada disso (“Os loucos zombam do pecado” - Provérbios 14:9). 

 

O mundo ao nosso redor tem uma grande influência sobre nós. Devemos nos manter afastado dele o máximo que pudermos. Nossa vida deve ser um testemunho de Cristo contra o mundo.  


Esta última seção do capítulo 20 (versículos 22 a 27) repassa para a consciência do povo a importância vital de guardar os estatutos e julgamentos de Deus. Estas eram leis que Israel tinha três vezes prometido cumprir (Êxodo 19:8, Êxodo 24:3, Êxodo 24:7). Se eles não as guardassem, então a terra os "vomitaria". Porque Deus separara a terra como Sua própria "terra santa". Dessa terra expulsaria as nações que a ocupavam, por causa da adoração de ídolos e espíritos maus. Poderia também fazer o mesmo a Israel se eles descessem ao mesmo nível. Na verdade, a história provou isso na dispersão de Israel de suas terras durante séculos, após a rejeição de Cristo, o Messias prometido.


Eles não poderiam dizer que não sabiam. Muitas escrituras advertiam e advertiam. Eles foram separados por Deus de todos os outros povos (versículo 24). Portanto, eles deveriam discernir claramente entre limpo e impuro (versículo 25). Esses versículos claramente inferem que animais e pássaros impuros eram símbolos de pessoas impuras, das quais Deus separara Israel.


Assim, eles seriam santos, separados do mal, porque Deus é santo, e Ele os separou dos gentios, para ser Dele (versículo 26). O capítulo termina com a sentença de morte pronunciada para qualquer médium ou espírita (versículo 27), pois o objetivo de tais pessoas era livrar-se da autoridade de Deus por meio de atividade satânica.


"Eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos separei dos povos" 

Deus os separou do mundo para Si mesmo. Este versículo (20:24) nos dá a razão pela qual deveríamos ter todas as coisas puras acerca das quais temos lido nos capítulos anteriores. Que possamos nos conscientizar de que Deus só deseja bênção para nós, e nos deu instruções completas em Sua Palavra. Nosso andar em Cristo deve ser evidente em todo o nosso comportamento; não só na nossa abstenção dos pecados horríveis que Deus é obrigado a denunciar em Sua Palavra, mas nos mil detalhes em que o amor e a justiça prática podem ser exercidos (versículos 34 a 36). Lembremos sempre que fomos chamados pelo nome digno de Cristo (Tiago 2:7), de tal maneira que nossa conduta, honra ou desonra este precioso nome. Precisamos diferenciar o que é limpo e o que é impuro. 



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.




 


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Levítico 18:1-30; 19:1-19


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

O capítulo 17 lidou com o pecado diretamente contra Deus; Agora o capítulo 18 fala do pecado em relação a outras criaturas, principalmente seres humanos, mas também animais (versículo 23).


A terra da qual haviam saído (Egito) e a terra para a qual estavam indo (Canaã) ambas tinham maus costumes. O contraste estava em fazer o que Deus dissera a eles que fizessem, pois Ele era o Senhor e, sendo assim, perfeito. O mundo estava vivendo em corrupção moral, como hoje, e o crente não deve se conformar a este tipo de coisa. Eles saíram do Egito, como os crentes hoje deixaram o mundo que ignora o Deus vivo. Eles, então, não deviam tomar parte no mundo com eles. Eles estavam indo para Canaã, mas os cananeus estavam vivendo em corrupção tanto quanto o Egito, pois Canaã é uma figura da cristandade, onde a profissão do cristianismo é acompanhada por muitos abusos. Estas são circunstâncias angustiantes para alguém que foi chamado por Deus a um caminho de obediência a Ele, mas devemos considerar as circunstâncias como um campo de provas. Israel foi testado em Canaã, e não podemos escapar ao teste, mas temos a Palavra de Deus para nos guardar e fortalecer (versículos 4 e 5).


Essas leis do capítulo 18 tratam de assuntos que eram moralmente errados e ainda são errados hoje. Embora o crente não esteja em nenhum sentido "sob a lei", mas "sob a graça", isso não significa que ele é livre para quebrar os limites da moralidade. Pelo contrário, isso significa que a graça dá a ele tanto o desejo quanto a capacidade de cumprir a justiça exigida pela lei, sem se considerar sob a autoridade da lei (Romanos 8:3-4).


Vimos no começo e no fim do capítulo 18 o anúncio de Deus: "Eu sou o Senhor, vosso Deus". No capítulo 19, a expressão "Eu sou o Senhor" aparece 15 vezes. Mas aqui é difícil encontrar qualquer divisão de assuntos, uma vez que leis de todo tipo são encontradas umas sobre as outras. Foi sugerido que, neste caso, a razão é ressaltar que a lei é uma: há uma unidade nela que não deve ser ignorada por aqueles sob a lei. Tiago 2:10 reforça fortemente isto: "Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos".


O capítulo 19 começa com a afirmação de Deus: "Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo" (versículo 2). A santidade envolve, não apenas agir corretamente, mas amar o que é bom e odiar o que é mau.

 

As ordenanças contidas nestes capítulos têm em vista a santidade prática do povo de Deus. Elas se referem a misericórdia (19:10), honestidade e verdade (versículos 11 e 12), justiça (versículos 13 a 15), boa vontade e amor (versículos 16 a 18). É humilhante encontrar os mesmos avisos dirigidos aos cristãos nas epístolas, como aqueles enviados aos efésios e colossenses. Isto prova que a velha natureza em um filho de Deus não é melhor que em um israelita em épocas anteriores. "Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis... nem andareis...", assim começa o capítulo 18 antes de enumerar as impurezas da carne que Deus abomina. "E digo isto...", o apóstolo Paulo ensina aos Efésios, "que não mais andeis como também andam os gentios na vaidade de sua mente, sendo obscurecidos no seu entendimento, alienados da vida de Deus, pela ignorância que há neles por causa do endurecimento do seu coração" (Efésios 4:17-19; compare também os versículos 25 e 28 de Efésios 4 com Levítico 19:11). "Andai em amor", conclui o apóstolo (Efésios 5:2). E é também a conclusão oferecida em Levítico 19:18: "...amarás o teu próximo como a ti mesmo". O Senhor Jesus citou este versículo e o ilustrou perfeitamente. Por esta razão, Tiago chama de "a lei real" (a do Rei) ", de acordo com as escrituras" (Lucas 10:28-37; Tiago 2:8). 



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Levítico 17:1-16


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)


 

Este e o próximo capítulo nos dão diversas instruções de como viver uma vida santa e nos manter afastados daquilo que é impuro. Este capítulo 17 mostra que Deus deve ser reconhecido em primeiro lugar. Em Israel, como vemos neste capítulo, quem não desse a Deus este primeiro lugar de reconhecimento seria condenado a morte. Não podemos ignorar o significado espiritual disso.


Os animais imundos para Israel segundo os padrões da lei são para nós perfeitamente aptos para comer, pois são santificados pela palavra de Deus e pela oração de agradecimento por parte de quem come. Se alguém não agradece a Deus por sua comida, esse alguém não tem o direito de comer. Pois toda criatura é propriedade de Deus e, ao recebê-la, devemos reconhecer primeiro os Seus direitos. Ele nos deu a instrução de 1 Timóteo 4:4-5, “toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada”.

 

Tanto os sacerdotes como as pessoas recebem instruções. Nós crentes somos ambas as coisas (veja 1 Pedro 2:5 para a primeira classe de pessoas e versículo 11 do nosso capítulo para a segunda. Que conexão maravilhosa existe entre os ensinos do Antigo e Novo Testamento). Poderíamos chamar o capítulo de hoje de “Adoração Pura que requer Costumes Puros”.  


Havia o perigo do povo vir a oferecer secretamente seus sacrifícios a demônios (versículo 7). E é muito fácil para nós voltarmos ao mundo e nos misturarmos com as práticas pagãs. Muitos dos costumes religiosos hoje começaram nas religiões que na realidade adoravam demônios. 

 

Deus reserva para si o direito do sangue (Levítico 7:26-27). Deste momento em diante o sangue dos sacrifícios, renovados a cada ano, encontra-se diante do Seu olhar no "santíssimo lugar" (capítulo 16). E este sangue, indispensável para manter a relação entre Ele e seu povo, fala constantemente ao coração de Deus da obra de Seu Filho amado. 

 

O sangue nunca devia ser comido. Vemos a seriedade disso nestes versículos. O sangue derramado é o sinal de morte. Como Deus é Quem dá a vida, devemos reconhecer Seus direitos abstendo-se de comer o sangue. Isso era verdade antes da lei ser dada (Gênesis 9:4), e permanece verdadeira hoje, quando os crentes não estão sob a lei, mas sob a graça (Atos 15:28-29).

Leia Hebreus 9:22. O sangue de Cristo é para Deus somente. A morte de Cristo é o fundamento da adoração a Deus. Por isso o sangue aparece neste capítulo quando somos instruídos acerca da adoração pura. 

 

Diversas passagens das Escrituras estabelecem as virtudes do sangue de Cristo. 

Ele "faz expiação pela alma" (versículo 11). "Purifica de todo pecado" (1 João 1:7). A menor falha que cometemos deve ser limpa por este sangue e não há outra forma. Por isso fomos remidos... de todas as nações (Apocalipse 5:9), resgatados... da vossa vã maneira de viver (1 Pedro 1:18-19), lavados (Apocalipse 1:5), justificados (Romanos 5:9) (Hebreus 13:12), reconciliados 

(Colossenses 1:20), trazidos para perto (Efésios 2:13); por ele, o sangue de Cristo, um caminho novo e vivo foi aberto para o “Santo dos santos” (Hebreus 10:19). Por ele também a vitória foi ganha por nós (Apocalipse 12:11). 

 

O precioso sangue de Jesus! Sua virtude e sua eficácia, é uma pedra de tropeço para aqueles que não o aceitam pela simples fé, mas para os remidos é um motivo eterno de louvor e adoração. "Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados... a Ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!" (Apocalipse 1:5-6).



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.


 


terça-feira, 22 de setembro de 2020

Levítico 16:23-34



(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Veja quão grande e complexo para o sumo sacerdote e seus filhos era o trabalho necessário para tirar os pecados. E todo esse serviço era eficaz apenas por um ano. Essa obra de expiação deveria acontecer todos os anos no décimo dia do sétimo mês, embora cremos que não há registro no restante das Escrituras de sua observação em Israel. Ano após ano era para lembrar o povo de seus pecados e dar-lhes em tipo um acerto de contas dos pecados cometidos, e uma limpeza do santuário e seu sistema religioso terreno. Um dia para, em humilhação, afligir suas almas em autojulgamento e pararem com suas obras. Por isso, lembrados de seus pecados, o dia era para ser de aflição, luto e cessação do trabalho. Assim, foi mostrado a Israel que na obra da expiação suas obras não tinham lugar.


Mas a fonte dos pecados, o coração do homem, não era purificada, e este coração maligno não deixaria de produzir ações más ao longo do novo ano. Era sempre necessário repetir estes sacrifícios. O sumo sacerdote passava seu ofício de pai para filho, “porque, pela morte, foram impedidos de permanecer" (Hebreus 7:23-25). Tudo era feito cuidadosamente e tudo nos fala da perfeição da obra de Deus. 

 

Quão maior é a obra de Cristo em toda a sua realidade, em toda a sua abrangência, exigindo Seu próprio sacrifício! Para tirar o pecado do mundo e anular todas as suas consequências, mas também para alcançar sua fonte - o coração do homem - e purificá-lo, Jesus tem "um sacerdócio imutável". Ninguém tem a menor participação em Sua obra. O que o povo fazia durante esta grande obra do sumo sacerdote? Não podiam e não faziam nada além de afligir sua alma. A seu favor, uma obra foi realizada e sobre essa obra eles descansaram. Isso também é tudo que temos que fazer! Descansar sobre a obra plenamente suficiente e perfeita do Senhor Jesus.


A palavra usada com frequência no Antigo Testamento é "expiação", cujo significado literal é "cobertura". No Novo Testamento é remissão. Lemos em Hebreus 10:18, que, "onde há remissão destes, não há mais oferta pelo pecado". A palavra "remissão" significa "perdoar" (esquecer, “não me lembrarei dos teus pecados” – Isaías 43:25) e não apenas uma cobertura. Assim, no Antigo Testamento, encontramos uma cobertura provisória do pecado na paciência de Deus, aguardando o completo perdão do pecado, que só foi realizado pela morte e ressurreição de Cristo.


Assim, em Levítico 16 temos uma exemplificação notável do fato de que a lei tinha apenas uma sombra de coisas boas vindouras e não a própria imagem das coisas, e que, consequentemente, esses sacrifícios anuais não podiam "fazer perfeitos aos que se chegam a Deus" (Hebreus 10:1). Que possamos agradecer a Deus pela posição privilegiada que estamos de sermos purificados de uma única vez, "libertos do pecado".



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Levítico 16:15-22


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
 
 
O sacerdote entrava dentro do véu, cercado por uma nuvem de incenso, enquanto o povo com medo esperava do lado de fora. Será que o Senhor aceitaria o sacrifício? Se algo não estivesse em ordem, Aarão pereceria como seus dois filhos mais velhos? Que alívio quando ele reaparecia, seu serviço estava cumprido! Profeticamente, esta cena será cumprida quando, vindo em glória para Israel, Cristo "aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação" (Hebreus 9:28). 
 
A expiação se aplicava a todo o tabernáculo... desde o mais elevado (o interior do santuário) até o altar (fora, diante do portão). Isto por causa da impureza do povo. Qual o significado disso? É tão maravilhoso para nós saber que não importa quão descuidados e fracos sejamos, temos uma posição perfeita para com um Deus santo. Tudo por causa da obra de Cristo... primeiro para Deus, depois para nós. Podemos assim desfrutar de uma ADORAÇÃO PURA. 
 
Faltava se ocupar com o bode vivo. O primeiro bode, aquele em que a sorte do Senhor havia caído, morria como um sacrifício (versículos 8 e 9), uma oferta pelo pecado diante de Deus. O outro era chamado de bode emissário. Sobre sua cabeça, Aarão colocava ambas as mãos, e confessava sobre o bode vivo todos os pecados do povo, ele levava o pecado que estava na consciência das pessoas. É por isso que todos os pecados eram confessados sobre sua cabeça e ele os levava para sempre para uma terra não habitada (leia Salmo 103:12 e Hebreus 8:12 que está citando Jeremias 31:34). O bode vivo levava para o deserto todos os pecados, e nunca mais era visto. Cristo é visto em ambos os bodes. O primeiro bode servia para fazer expiação, o “bode expiatório”, era para todos. O segundo nos fala de substituição, uma vítima levando os pecados de muitos (Hebreus 9:28), mas isto é apenas para aqueles que confessam os seus pecados (versículo 21) pela fé no valor da vítima. O sacrifício de Cristo tem esse duplo caráter. 
 
O bode morto é uma figura da morte de Cristo. O outro bode é uma figura de nossos pecados levados por Cristo, para nunca mais serem novamente lembrados por Deus. Israel não reconheceu o sacrifício de Cristo, embora tenha realmente sido para esse povo, o resultado desse sacrifício não será aplicado a Israel até que finalmente se volte para o Senhor.
 

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





 

sábado, 19 de setembro de 2020

Levítico 16:1-14


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Já vimos  

(1) Alimento puro e limpo no capítulo 11,  

(2) Corpos puros no capítulo 12,  

(3) Pessoas puras no capítulo 13,  

(4) Casas puras no capítulo 14,  

(5) Hábitos puros no capítulo 15, e agora lemos sobre  

(6) uma adoração pura.  

Trata-se de um assunto de grande importância... para Deus, e para qualquer um de nós que, com um coração puro, deseja conhecer a Sua vontade a este respeito. 

 

No capítulo 10 lemos da morte dos dois filhos de Aarão por se aproximarem de Deus de um modo errado, trazendo "fogo estranho ao Senhor" (Levítico 10:1-2). Somos lembrados disto no versículo 1 do capítulo 16 para sermos impressionados com a seriedade de qualquer aproximação na santa presença de Deus. Hoje lemos das consequências dessa ofensa contra Deus. Até a morte deles, Aarão podia entrar na presença de Deus no "Santo dos santos" no Tabernáculo, a qualquer tempo. AGORA NÃO. Aarão morreria se o fizesse! 

 

Ele recebe aqui instruções para uma ocasião especial: o grande Dia da Expiação (ver Levítico 23:27). É a este evento que Hebreus 9 se refere (leia Hebreus 9:7, 12, 25). Uma vez por ano, depois de ter oferecido um sacrifício para si mesmo, o sumo sacerdote oferecia outro sacrifício por todos os pecados do povo cometidos durante o ano. Em seguida, ele trazia o sangue deste sacrifício dentro do véu, e o aspergia sobre o propiciatório. "É o sangue que fará expiação pela alma" (Levítico 17:11). As reivindicações do trono de Deus foram atendidas e Ele podia ser "propício" ao seu povo. Não que o sangue de um bode teria poder para acabar com um pecado sequer que o povo havia cometido durante um ano inteiro, mas falava de antemão à Deus do precioso sangue de Seu Cordeiro. 

 

Dois bodes para uma "oferta pelo pecado". Ele lançava sortes sobre os dois bodes (deixava Deus escolher). "Uma pelo Senhor", e o outro para "bode emissário", para ser levado embora para o deserto. Somente um seria morto. Qual o significado disso? Uma gloriosa figura de Cristo morrendo na cruz com dois objetivos... (1) (o bode "pelo Senhor"). Ele atendeu todas as reivindicações de um Deus santo, da própria natureza de Deus, de Seu caráter e de Seu trono. E (2) (o bode emissário) atendendo perfeitamente toda a culpa do homem e tudo o que este necessitava. O lado de Deus, e o nosso lado. 

 

Os versículos 11 a 14 "Por si e pela sua casa". Qual o significado? Estes quatro versículos formam uma magnífica figura de Cristo e Sua assembleia (a Igreja). 

 

Ao contrário do que podemos pensar, não era com vestes magníficas que Aarão se apresentava perante o Senhor. Ele despojava-se de toda a sua glória na presença da glória de Deus, e só poderia aparecer em sua presença com vestes de linho fino, símbolo da justiça prática (versículo 4, Apocalipse 19:8). De quem é isto uma figura? Nenhum outro além de nosso Senhor Jesus, Deus vindo ao mundo, um Homem sem mácula, puro e santo, (sua encarnação) para viver para a glória de Deus, e morrer. Elas falam da pureza moral do Senhor Jesus em Sua humanidade perfeita.

 

O cheiro suave do incenso acompanhava Aarão dentro do véu; da mesma forma que Cristo entrou no Santo dos Santos, oferecendo a Deus o cheiro suave de todos as suas excelentes glórias.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.




sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Levítico 14:33-57, 15:1-33


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 
Como no caso da roupa, parece estranho que a lepra possa estar literalmente presente em uma casa. Nenhum exemplo disso está registrado nas escrituras. Portanto, mais uma vez o significado espiritual deve ser o assunto de real importância. 

A lepra na casa é uma figura do pecado em uma assembleia, incluindo a que leva o nome de igreja, a cristandade na sua totalidade. Era necessário uma casa pura. Vamos aplicar a "casa" duas passagens, 1 Timóteo 3:15 e 2 Timóteo 2:20, e pensarmos nos cristãos reunidos ao nome do Senhor Jesus Cristo em uma cidade. A "casa" deve ser mantida pura de todo mal; doutrinário, eclesiástico ou moral. Como um testemunho coletivo, reunido pelo Espírito Santo para manter Sua unidade (Efésios 4:3), a verdade deve ser guardada, o erro deve ser removido. Um olhar mais atento sobre a igreja em Éfeso, no capítulo 2 de Apocalipse, não discernirmos, mas o Senhor, o Sumo Sacerdote cujos olhos são como chama de fogo, já percebe que há uma pequena mancha: a perda do primeiro amor. Todo o mais parece bom: trabalho, obras, paciência; mas veja o que acontece com esse pequeno começo: a verdadeira lepra em Pérgamo, onde certas pedras da casa estão contaminadas com a "doutrina de Balaão", outras com a dos nicolaítas. Em seguida, o mal se desenvolve como fermento em Tiatira, em Sardes, até que em Laodiceia, que representa o estado final da Igreja responsável, o Senhor é obrigado a anunciar: "vomitar-te-ei da minha boca" (Apocalipse 3:16). Laodicéia professa ser a Igreja de Deus, mas é composta apenas por incrédulos. É claramente uma casa leprosa. A "grande casa" da cristandade professa será rejeitada, demolida. 
 
No versículo 34 do capítulo 14, é bom notar a expressão "Quando tiverdes entrado na terra", e não "se". Era uma certeza absoluta, ainda que Israel tivesse que vagar durante 40 anos pelo deserto por não terem crido nesta afirmação (Números 13 e 14). Estamos desfrutando de nossa vida celestial na qual já vivemos aqui na terra? 
 
Levítico 15 desenvolve o tema da contaminação. A figura do “fluxo” nos mostra tudo em nossa vida cotidiana que o nosso caráter natural detestável é capaz de permitir manifestar para envenenar tanto as coisas ao nosso redor como a nós mesmos. Graças a Deus existe o remédio para nos purificar disso: é o sacerdócio exercido em nosso nome pelo Senhor Jesus (versículo 15 e 30).  
 
Como a lepra fala da eclosão do pecado, ela exigia um tratamento rigoroso. Nada disso é indicado no capítulo 15, mas sim a fragilidade do corpo humano em sofrer os efeitos da contaminação do pecado através de Adão, nosso primeiro pai. Não somos de modo algum responsáveis pela natureza pecaminosa que herdamos pelo nascimento, embora sejamos responsáveis por permitir que essa natureza se manifeste em ações pecaminosas. Os fluxos aqui mencionados não eram evitáveis, mas serviam para lembrar que herdamos uma natureza pecaminosa de Adão. Portanto, o processo de limpeza não era como no caso da lepra.

Não sabemos quão plenamente o povo obedeceu as ordens dadas aqui, pois em muitos casos a enfermidade só seria conhecida pelo indivíduo. No entanto, as instruções dadas quanto à restauração são de grande valor para nós hoje. Nossas próprias enfermidades nos lembram que desde nosso nascimento possuímos uma natureza pecaminosa, de modo que os pássaros que estão sendo oferecidos para a purificação insistem no valor do sacrifício de Cristo como um meio de satisfazer nossa condição pecaminosa. Nossas enfermidades precisam da graça compassiva do Senhor Jesus para que possamos ser elevados acima delas. Os sumo sacerdotes, tirados de entre os homens, estavam "cercados de enfermidade" (Hebreus 5:1-2 – Versão Darby), mas isso não era verdade para o Senhor Jesus, que é o nosso grande Sumo Sacerdote. O pecado não tinha lugar em Sua natureza. Não é que Ele apenas “não pecou”, mas nEle não há pecado (1 João 3:5).

Neste capítulo então chegamos aos bons hábitos. Deus é santo, e Ele quer que todo o Seu povo seja puro. Naqueles dias, lembre-se, eles estavam sob a lei. Hoje estamos sob a graça. Deus veio ao mundo na Pessoa de Seu amado Filho. O Senhor Jesus morreu na cruz para nos limpar, para sempre, de todos os nossos pecados. Mas agora que já recebemos a Cristo como Salvador, devemos nos manter limpos em nossa vida. A limpeza diária pela água (da Palavra de Deus) é necessária para nos manter em comunhão com nosso Pai (Efésios 5:26). 


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX





 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Levítico 14:14-32


Levítico 14:14-32

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Agora começa o longo processo de se passar pelas diferentes ofertas que são descritas nos primeiros 7 capítulos deste livro. Quando aceitamos o Senhor Jesus como nosso Salvador, somos purificados para sempre de nossos pecados. Mas agora que estamos limpos, não significa que podemos viver como antes. Agora nossa vida não pertence a nós, pois fomos comprados com o preço do sangue de Cristo. Leia o que diz após a palavra "Porque" em 1 Coríntios 6:19-20.

 

"Será limpo", concluem os versículos 9 e 20. Aqui, novamente, não importa a opinião do leproso purificado. Deus declara puro e santo o pecador nascido de novo para quem esta palavra deve ser suficiente, mesmo que ele não sinta nenhuma emoção, nem sentimento especial. "Haveis sido lavados... santificados... justificados em nome do Senhor Jesus", diz a Palavra em 1 Coríntios 6:11. A salvação depende do poder purificador do sangue de Cristo, mas a comunhão com Deus depende da obra purificadora de Cristo. Sangue e água (Hebreus 10:22).

 

Assim como os pássaros, uma figura da obra de Deus por nós, faltavam outras duas coisas da Sua obra em nós: a água, o poder purificador da Palavra, e a navalha. O leproso raspava seu cabelo, barba e sobrancelhas. Tudo o que recordava a força natural do homem era descartada. Este é o trabalho do Espírito Santo, que nos leva a julgar o que nossa velha natureza produz, é chamado de libertação.

 

O sangue do sacrifício era aplicado na orelha (o que ouvimos), na mão (o que fazemos), no pé (por onde andamos) do leproso purificado, exatamente como tinha sido feito com o sacerdote no dia da sua consagração (Êxodo 29:20) e isso tinha que ser feito com o azeite. Como diz o versículo 14, como um “que tem de purificar-se”, isso indica que a limpeza tem um efeito prático sobre como e o que uma pessoa ouve, sobre o que faz com suas mãos e como anda. Mas, além disso, o leproso era ungido com o restante do azeite na cabeça (o que pensamos) (versículo 18). Surpreendentemente, o leproso era o único em todo o Israel, juntamente com reis e sacerdotes, que recebia esta santa unção, figura da operação do Espírito Santo no coração dos remidos (1 João 2:20), o poder pela qual o “ouvir” toma a verdade, o poder pelo qual as ações são feitas corretamente e pelo qual a caminhada é corrigida.

 

Até aqui, a oferta da culpa destaca primeiro a necessidade de conhecer os detalhes da prática pecaminosa (tipificada na lepra), enquanto a oferta pelo pecado trata do pecado como o princípio odioso do mal que corrompeu nossa própria natureza. O holocausto é o que dá toda a glória a Deus no sacrifício do Senhor Jesus, porque Deus é a fonte de todas as bênçãos na restauração. A oferta de manjares nos lembra que o Único que poderia ser uma oferta satisfatória para o pecado deve ser um verdadeiro homem sem pecado, típica da pureza dos detalhes de toda a vida do Senhor Jesus - totalmente em contraste com a lepra. Todas estas coisas estão, portanto, envolvidas no nosso ser limpo da imundície do pecado. Quando Deus trabalha Ele faz uma obra completa.

 

Já vimos uma exceção feita por causa da pobreza (Levítico 5:7), e isso se aplica no caso da restauração de um leproso. Se não era possível trazer três cordeiros, ele pode trazer apenas um cordeiro como oferta pela culpa, um décimo de efa de flor de farinha misturada com azeite como oferta de manjar, um logue de óleo e dois pássaros para substituir os dois cordeiros.

 

O ritual era o mesmo que no primeiro caso, mas as aves tomaram o lugar dos cordeiros na oferta pelo pecado e no holocausto. Nisto se vê uma figura da pobreza de compreensão quanto à oferta pelo pecado e o holocausto. Existem muitos que são muito pobres espiritualmente para perceber corretamente como o pecado é tratado e condenado no sacrifício de Cristo, e eles têm apenas uma pequena compreensão de que o sacrifício é sobretudo para a glória de Deus (o holocausto). Como é bom ver o cuidado de Deus para com os fracos.

 

De pecadores perdidos, agora lavados em seu sangue, Cristo fez um reino de “sacerdotes para Deus” (Apocalipse 1:6 – Versão Darby, para ser mais preciso, “reino sacerdotal”), a Ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!

 

 

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.




quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Levítico 14:1-13

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Lembre-se de que a lepra, nas Escrituras, é uma figura do pecado. Não existia cura conhecida para isso. No capítulo que começamos a estudar hoje, porém, o homem que tinha lepra era declarado limpo. Aqui está algo maravilhoso, a história que será lida agora é a história (em figura) da morte e ressurreição de Cristo! Ninguém além de Deus poderia ter inspirado um Livro como a Bíblia. 

 

O dia da purificação do leproso chegou. Ele era levado diante do sacerdote. Vamos observar o papel discreto, mas indispensável que desempenha a pessoa que traz o homem doente para quem vai declará-lo limpo. É precioso ser usado por Deus para conduzir os pecadores ao Senhor Jesus. É um serviço que até mesmo um jovem cristão pode fazer (João 1:40-42, 45-46). 

 

Mas se o sacerdote ficasse no tabernáculo ou no arraial, o leproso, que tinha sido posto fora, nunca teria sido capaz de encontrá-lo. O sacerdote, portanto, saia do arraial (versículo 3). Para encontrar o pecador, Jesus deixou a glória. Nós não poderíamos dar um passo em direção a Ele, sendo assim, Ele veio todo o caminho para chegar até nós. Como poderia o filho pródigo ter entrado na casa de seu pai sujo e em trapos? Seu pai saiu ao seu encontro e o vestiu com a melhor roupa enquanto ele ainda estava lá fora. 

 

Seguem os detalhes do processo de purificação, os dois pássaros juntos nos falam do remédio divino aplicável ao pecado de todo homem: a morte do Senhor, o primeiro pássaro era morto; Sua ressurreição, a segunda ave voava para longe, marcada com o sangue que levava consigo para o céu para coloca-la, simbolicamente, diante dos olhos de um Deus satisfeito. 

 

Aqui está a parte maravilhosa da história. Primeiro, dois pássaros vivos e limpos são trazidos ao sacerdote. As aves falam de Cristo, a primeira representa seu sacrifício no Calvário. O vaso de barro nos lembra que Ele veio em um corpo humano (um vaso) humilde para ser um sacrifício voluntário. Água corrente ou "água viva" simboliza o poder vivo do Espírito de Deus energizando esse sacrifício maravilhoso, de modo que a vida triunfasse sobre a morte. É maravilhoso vermos estes 2 pássaros como figuras do Senhor Jesus na morte e ressurreição. Um pássaro é morto, o pássaro vivo é mergulhado no sangue do pássaro morto (assim como os outros 3 itens mencionados). O pássaro vivo (com sangue sobre si) é solto em campo aberto (a ressurreição de Cristo). Em Romanos 4:25 você encontrará estes dois pássaros (em figura).


Depois, outros 3 itens incomuns precisam ser trazidos também... (versículo 4) (1) madeira de cedro, nas Escrituras, uma figura da força e estabilidade (Salmo 92:12), (2) carmesim, grandeza terrena e realeza de Israel. Veja em Êxodo 39:27-29 as vestes de glória e beleza do Sumo Sacerdote. (3) Hissopo, uma pequena flor que crescia abundantemente nos muros (uma figura de humildade), frequentemente utilizada para aspergir o impuro (Êxodo 12:22). Alto ou baixo, rico ou pobre, a obra de Cristo foi necessária para todos e suficiente para todos; O sangue pulverizado em todas essas coisas nos diz que na ressurreição a cruz nunca pode ser esquecida e a grande bênção que Cristo realizou para Si em unidade com Seu povo comprado pelo sangue depende do Seu sangue derramado no Calvário. O leproso é aspergido 7 vezes e assim sucede com o crente que é coberto pelo sangue de Cristo e permanece em total aceitação de Cristo diante de Deus – Hebreus 10:14. Isto nos dá paz com Deus. Assim, como o pássaro vivo é libertado, todos os crentes são abençoados na liberdade que pertence a Cristo na ressurreição.


O leproso era limpo pela água e pelo sangue. Leia João 19:34 e 1 João 5:6. 

 

A salvação depende do poder purificador do sangue de Cristo, mas a comunhão com Deus depende da obra purificadora de Cristo. Sangue e água (Hebreus 10:22).



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





 

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Levítico 13:45-59

 

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Era terrível a condição dos leprosos em Israel. Eles eram colocados fora do acampamento sem a esperança de algum dia voltar, separados de seu próprio povo, obrigados a proclamar de longe a sua condição miserável: "Imundo, imundo". Isto se compara com um caso do Novo Testamento de alguém tão seriamente envolvido com o pecado que ele deve ser colocado fora da assembleia (1 Coríntios 5:11-13). 


Excluídos da congregação, é uma imagem do que éramos, pessoas das nações, "separados da comunidade de Israel... Não tendo esperança... sem Deus no mundo". "Mas agora", anuncia o apóstolo, "vós... que estáveis longe... pelo sangue de Cristo chegastes perto" (Efésios 2:12-13). Isto nos leva a obra de purificação descrita em Levítico 14. Os Evangelhos nos mostram diversos destes pobres leprosos implorando piedade do “Mestre”. E Jesus, nosso Salvador, cheio de compaixão, pôs as mãos sobre eles para purificá-los sem ser contaminado por esse contato. E não somente isto, mas em Seu amor Ele estava disposto a torná-los perfeitamente limpo (Mateus 8:1-3, Ver também Lucas 17:11 em diante). Da mesma forma este querido Salvador pode e quer, ainda hoje, purificar todos os pecados de quem se reconhece impuro.  

 

O pecado pode estar nas circunstâncias que nos cercam. Se aparecesse apenas uma mancha, as vestes deviam ser lavadas. Que coisa maravilhosa é quando um crente se mantém imaculado do mundo (Tiago 1:27). Enquanto nós crentes estamos no trabalho ou na escola somos manchados pelo contato com o mundo. Se apenas escutamos as coisas, mas não nos envolvemos com elas, é como a mancha do versículo 58. Mas repare quantas vezes precisava ser lavada. A lepra na cabeça (versículos 29 a 37) pode ser uma figura do pecado de pensarmos nossos próprios pensamentos (2 Coríntios 10:5-6). 

 

Lepra em uma peça de vestuário (versículos 47 a 59) representa o mal que pode se insinuar em nosso caminho, em nossos hábitos e em nosso testemunho. Pode parecer estranho que a lepra possa aparecer em uma peça de roupa, e evidentemente não há nenhum caso real disso registrado nas escrituras, de modo que o significado espiritual disso parece ser o tema para nós. A roupa fala, não da pessoa, mas dos hábitos. Se algo parecia suspeito na roupa, o sacerdote devia ter o mesmo cuidado no exame como no caso de uma pessoa (versículos 50 e 51) e se a praga fosse confirmada como lepra, a peça deveria ser queimada. Assim, devemos ter discernimento sacerdotal quanto aos hábitos que possamos adotar. Eles podem parecer inicialmente bastante inocentes, mas sintomas alarmantes podem aparecer. Se o hábito tem pecado claramente envolvido nele, devemos julgá-lo e recusá-lo totalmente.


Em alguns casos, pode haver apenas um elemento no hábito que é questionável, de modo que, como uma peça de vestuário que pode ser arrancada (versículo 56), assim o elemento questionável em qualquer hábito deve ser expurgado. Mas depois disso, a praga poderia aparecer novamente na roupa, e se assim fosse, ela deveria ser queimada. Assim, se em um certo hábito o pecado irrompe pela segunda vez, o hábito deve ser plenamente julgado e recusado.


Devemos contar com Deus sempre e para tudo. Quando você vê um homem cheio de uma profunda sensação de pecado se curvando a Deus, podemos ficar seguros que haverá bênção. O pecado impede a percepção da graça de Deus e mantém a incerteza, ele faz o homem se esforçar para aliviar, cobrir e corrigir a si mesmo, em vez de confessar seus pecados a Deus. Esse esforço apenas perpetua esperanças vãs, nega a extensão da ruína do homem e exclui toda a misericórdia de entrega à Deus. 

Todos estes 59 versículos deveriam marcar em nós a importância, do ponto de vista de Deus, de nos mantermos limpos. Que o Senhor nos dê a vigilância, a fim de confessarmos a Ele nossos pecados e a coragem de "queimá-los", em outras palavras, julgá-lo assim que ele aparecer. 



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Levítico 13:29-44

 

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Agora vamos tratar da questão da suspeita de lepra na cabeça ou na barba. A suspeita era examinada e se a lepra fosse confirmada, a pessoa estava impura, do contrário ela era declarada limpa. A lepra na cabeça fala do intelecto sendo afetado, por engano, pela doutrina que é uma perversão da verdade. Se fosse apenas uma questão de alguém estar enganado, isso poderia ser corrigido, mas se alguém está empenhado em manter uma doutrina gravemente falsa e depois de trabalhar para tentar corrigir, o “doente” está determinado a não mudar, então ele é declarado impróprio para a comunhão com os crentes.


Em determinados pontos, certas doenças da pele, podem induzir ao erro. O doente era então encerrado por sete dias e depois examinado para comprovar se uma ferida de lepra estava presente ou não. Nunca julguemos precipitadamente! Que possamos ter o cuidado de pensar bem dos outros antes de atribuir maus motivos a eles desde o início. O amor “não suspeita mal" (1 Coríntios 13:5). Observe que o doente não deu a sua opinião. Era o sacerdote que via e, em seguida, declarava a natureza da ferida. Não importa o que o homem pensava de si mesmo. Ele não podia sentir nada, podia até mesmo acreditar que estava saudável, mas o tempo todo estava gravemente doente.  

 

Quantas pessoas não sabem que são vítimas da doença do pecado. Nunca consideraram a sua condição à luz da Palavra de Deus; nunca se apresentaram ao Sacerdote. É Ele quem estabelece a culpa do homem e o declara irremediavelmente perdido. "Afastai-vos, pois, do homem... porque em que se deve ele estimar?" (Isaías 2:22). Mas o Sacerdote que anuncia nossa condição é também Aquele que se ocupa dela em graça, como o Grande Médico que deu uma cura completa para nossas almas (Lucas 5:31). 



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.


 



quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Levítico 13:9-28

 

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)


 

Para que a lepra pudesse ser diagnosticada, o doente tinha que apresentar dois sintomas: pele branca, uma figura do declínio espiritual derivado da perda de comunhão com o Senhor. A mancha mais profunda na pele indicando que não se trata de um defeito superficial e revela um mal profundo. Mas aqui encontramos um paradoxo: enquanto uma única mancha era suficiente para estabelecer a impureza do leproso, a partir do momento em que ele se encontrava totalmente coberto com a doença podia ser considerado limpo! Essa é a maneira. Pode parecer estranho, mas o significado espiritual é muito importante, pois fala de alguém que julgou totalmente o pecado da carne em si mesmo: ele está totalmente exposto diante de Deus.


Assim que o pecador ocupa o seu verdadeiro lugar perante Deus, todo o problema do seu pecado é resolvido. Desde que manifeste o seu verdadeiro caráter, desaparecem todas as dificuldades. Talvez tenha de passar por experiências difíceis antes de chegar a este ponto - experiências resultantes de se recusar a ocupar o seu verdadeiro lugar, ou seja, confessar "toda a verdade" sobre a sua pessoa. Porém desde o momento em que ele se decide a dizer, de todo o seu coração, "tal como sou" a graça de Deus se derrama sobre ele. "Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio" (Salmo 32:3-4).


Assim como o pobre leproso, que por tanto tempo foi obrigado a manter as áreas infectadas cobertas, agora já não era capaz de esconder coisa alguma, mesmo assim, quando um homem é forçado a confessar-se totalmente imundo, Deus pode declará-lo limpo em virtude da obra de Cristo. "Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri... e Tu perdoaste a maldade do meu pecado" (Salmo 32:5). Mas toda mostra de "carne viva" mostrava contaminação fresca: isto tipifica os esforços infrutíferos da velha natureza para melhorar a si mesma. O pecado contamina enquanto está encoberto, mas quando é trazido completamente à superfície pela confissão honesta e completa por parte do pecador, deixa de contaminar. Na confissão o pecador julgou a si mesmo e o poder de propagação e difamação de seu pecado é quebrado. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar... Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso" (1 João 1:9-10).


O Novo Testamento também nos ensina a discernir um caso de outro. Em Gálatas 6:1 não é um caso grave de alguém que se habituou a ser devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador (1 Coríntios 5:11). No primeiro caso, é preciso a ajuda restauradora dos irmãos; no segundo é necessário que ele seja afastado da comunhão dos santos com o objetivo de recuperação. Alguns casos são claros, outros mais difíceis e exigem um discernimento especial. Por esta razão, era dado tempo ao sacerdote para ter certeza quanto ao caso (versículo 21). Se depois do tempo houvesse propagação, a pessoa estava impura; caso não, o sacerdote o declararia limpo (versículos 22-23). O discernimento sacerdotal deve ser capaz de reconhecer uma mudança favorável na atitude de alguém que antes estava em má condição.


Em Lucas 5, um homem "cheio de lepra" chega a Jesus e pede: “se quiseres, bem podes limpar-me”. O Senhor o “limpa” e o ordena a dar testemunho Dele, cumprindo com as instruções do capítulo 14 deste nosso estudo.  

   


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





terça-feira, 8 de setembro de 2020

Levítico 12:1-8 e 13:1-8

 

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Para mostrar que os recursos divinos são fornecidos antes do aparecimento do pecado, Levítico considera os sacrifícios e o sacerdócio antes do pecado. O capítulo 11 nos ensina a ficarmos atento para não sermos contaminados por impurezas externas. Mas o mal não está somente em torno de nós, está igualmente em nós; nosso inimigo já está dentro. O Capítulo 12 nos torna conscientes do seu caráter hereditário: "Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe" (Salmo 51:5). 

A natureza pecaminosa de Adão foi transmitida a toda a sua raça; uma criança recém-nascida é um pecador em potencial antes de cometer qualquer ato culpado; sendo assim, ela precisa tanto do sacrifício de Cristo como um adulto. O nascimento de uma criança deveria ser um gozo e uma bênção. Mas isso foi antes da queda de Adão e Eva. Agora leia Gênesis 3:15 e veja o resultado do pecado que Eva cometeu. O pecado nunca fica sem castigo. O nascimento de uma criança, por causa do pecado de nossos primeiros pais, tornou agora a mulher impura - sob a lei. O Senhor Jesus levou a maldição da lei por nós, de modo que não estamos sob a lei, mas sob a graça (Gálatas 3:13 e 1 Coríntios 6:18-20). 


Cada criança nascida no mundo acrescenta o pecado que foi introduzido pela primeira vez pela mulher. Contudo, Deus havia dito para que Adão e Eva "fossem frutíferos e multiplicassem" (Gênesis 1:28) e esta instrução não foi alterada quando pecaram. Mas cada criança nascida é um lembrete de que o pecado exige um sacrifício. Assim, em Israel, quando uma mulher tinha um filho, ela ficaria impura por sete dias. No oitavo dia, o filho seria circuncidado. O número oito significa um novo começo, que ocorre quando a carne é cortada, pois "a carne para nada aproveita" (João 6:63).


Então ela permaneceria 33 dias "no sangue de sua purificação" (versículo 4). Mas se tivesse uma menina, o tempo era duas vezes maior, duas semanas impura e 66 dias até que a purificação fosse realizada. Isso porque "Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Timóteo 2:14), e é através da mulher que a raça dos pecadores é perpetuada.


Isso feito, seja para um menino ou menina, a mãe devia trazer ao sacerdote uma oferta pelo pecado (versículo 6). Observe aqui que não havia oferta pela culpa, pois não era uma questão de ter feito algo de errado. Mas a oferta pelo pecado trata da natureza pecaminosa que é herdada pelo nascimento, de modo que esta oferta fala de Deus ter, pela cruz de Cristo, condenado o pecado na carne (Romanos 8:3). O holocausto nos diz que a glória de Deus é realmente a primeira consideração neste assunto. Quando Deus é glorificado e o pecado é condenado, o impuro é purificado (versículo 7).


Os capítulos 13 e 14 tratam da lepra, sempre uma figura do pecado em seu caráter de mancha, impureza, contaminação. A Lepra ou Hanseníase é uma doença que destrói o corpo, é contagiosa e incurável, repugnante a vista e enfraquece a sensibilidade do tato. A lepra era encontrada em pessoas, vestes e casas. Romanos 5:12 nos fala que a morte entrou no mundo pelo pecado. Portanto, a lepra era como o pecado atuando na carne.

No capítulo 12 vimos a natureza pecaminosa da humanidade sendo tratada; agora o capítulo 13 considera o que fala da erupção da natureza na atividade pecaminosa. Pois, embora não sejamos responsáveis por ter uma natureza pecaminosa, somos responsáveis se permitimos que ela se rompa em ações pecaminosas, e hoje aqueles que formam uma assembleia são responsáveis por discernir e julgar o mal quando ele se desenrola entre eles, isso coletivamente, e nós, individualmente, somos responsáveis por discernir e julgar o mal em nós.


Observe que não era o médico, mas o sacerdote, a pessoa que podia falar a verdade acerca disso. Não era algo fácil de se detectar. Para o crente, a pessoa que vive próxima ao Senhor, fica mais fácil detectar o pecado (Hebreus 5:14, 1 Coríntios 2:14). Por isso, aqui Aarão (uma figura de Cristo) ou o filho de Aarão (uma figura de um crente vivendo próximo ao Senhor) podia decidir se era ou não lepra. Na assembleia, os que investigam tais coisas devem ser aqueles que têm experiência e discernimento piedosos, e que "tenham compaixão dos ignorantes e errados, pois eles mesmos também estão rodeados de fraqueza" (Hebreus 5:2). Se a carne aparecesse, era lepra. Quando a carne (a velha natureza) está ativa em nós, o pecado está em atividade. Isso fica evidente. 

 

Se algo aparecesse na pele de um indivíduo e dois sintomas fossem evidentes, “se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne” (13:3) não restava dúvida alguma: era lepra. O pelo branco fala da decadência da força espiritual e a praga mais profunda do que a pele indica que o pecado não é meramente um caso leve.

Se o homem estivesse todo branco - era como uma pessoa hoje que confessa que não existe nada de bom nela, mas apenas pecado - então estava limpo (Romanos 7:18).


Aos olhos de Deus, o pecado apresenta características correspondentes. Se expressa em ações e palavras, mesmo em crentes, infelizmente - conhecemos muito bem! 

 Por exemplo, Miriã - calúnia (Números 12:10), Geazi - ganância e mentiras (2 Reis 5:27), Uzias - orgulho espiritual (2 Crônicas 26:20).


Para nós hoje, se o mal estiver em ação, ele se espalhará: caso contrário, desaparecerá. Como discernimos isso? O sinal mais seguro de que o mal não está ativo é visto em uma atitude de autojulgamento. Em um caso como este, uma atitude de autodefesa quase sempre indica que o mal está se espalhando. Se um crente cai no mesmo tipo de pecado depois de ser perdoado, isso mostra que a raiz do assunto não foi realmente julgada. O mais importante para o pecador hoje é confessar a Deus.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Levítico 11:29-47


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)

 

 

Observando os répteis e os animais que "deslizam" sobre a terra, reconhecemos certos aspectos e perigos morais que devemos tomar cuidado. Somente alguns que são proibidos são mencionados aqui, contudo nos versículos 41 a 43 isso é ampliado para incluir todos os animais que rastejam de qualquer tipo. Estes são uma figura de pessoas que possuem um caráter repulsivo. A doninha e o rato prejudicam as plantas jovens, destruindo as raízes; as diferentes espécies de lagartos sugerem talvez as inúmeras maneiras em que as pessoas “desfilam” para atrair a atenção; o camaleão sugere aqueles que sempre assumem o estilo do ambiente em que estão: comportam-se como cristãos entre cristãos, e como homens do mundo na companhia das pessoas do mundo. Nos versículos 41 a 43 também deixa claro que todas os animais rastejantes eram proibidos para Israel. Mas não são agora que a graça foi declarada em Cristo Jesus nosso Senhor (1 Timóteo 4:4), se forem recebidos com ações de graças. Isso nos lembra que mesmo o mais repugnante dos seres humanos pode ainda ser salvo pela fé no Senhor Jesus.

 

Os versículos 32 a 40 mostram como os melhores e mais úteis equipamentos podem ser estragados por aquilo que vem da "serpente". Que o Senhor nos ensine a vigiar nossas almas e a fazer uso da provisão inalterável que Ele deixou a nossa disposição: uma cisterna, uma fonte de água, imagens da Palavra divina, permanecendo sempre limpas. Uma fonte que produz muita água não seria contaminada pela carcaça morta (versículo 36), isso nos diz que a Palavra e o Espírito de Deus são superiores à morte e não podem ser contaminados por ela, pois a água fala da palavra de Deus e sua fluência fala da energia do Espírito de Deus ao dar poder à palavra.


Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti (Salmo 119:11). Um israelita piedoso sempre teve o cuidado de se preservar de todo alimento comum ou imundo (Atos 10:14). Que tenhamos uma consciência sensível para distinguir entre o que é espiritualmente limpo do que é impuro, entre o que pode alimentar a nossa alma e o que pode envenená-la. Podemos dizer que um crente que é cuidadoso com o que lê, escuta e vê, mantém-se limpo deste mundo. Deus quer o Seu povo limpo. Assim este capítulo tem uma boa instrução para nós. A Palavra de Deus é alimento limpo, leia 1 Pedro 2:2, onde "racional" significa "puro". 

A razão solene para esta separação rigorosa encontramos no versículo 45 do nosso capítulo: "para que sejais santos; porque Eu sou santo".



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.





sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Levítico 11:1-28 - Vamos começar a falar de puro e impuro?



(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)



Os primeiros capítulos de Levítico envolvem a beleza e a santidade de nossa associação com o Deus vivo. Neste capítulo, começaremos a lidar com a questão da nossa associação com os outros no mundo.


Depois dos sacerdotes terem sido estabelecidos e o tabernáculo funcionando, eles precisavam conhecer a diferença entre o limpo e o impuro.  Nós somos sacerdotes diante de Deus. Também precisamos aprender essa diferença.  

Daqui até o capítulo 17, vamos encontrar sete partes, cada uma ensinando o que é limpo e o que é impuro de uma determinada coisa.  

Agora iremos falar de comida limpa e pura. Precisamos conhecer a diferença entre o limpo e o impuro nas coisas ao nosso redor. Qualquer coisa impura nos causará dano. 


A razão para algo ser proibido é simplesmente por causa de um significado espiritual, não que houvesse um mal na própria criatura. Isso é claramente visto em Atos 10:9-15 e em Atos 10:28. Em uma visão, o Senhor disse a Pedro para comer todos os tipos de animais. Pedro se opôs, mas o Senhor insistiu. Então ele percebeu que os animais impuros representavam pessoas, isto é, os gentios, como Pedro disse em Atos 10:28, que Deus lhe havia mostrado que não deveria chamar qualquer homem imundo. Antes da cruz, Israel era estritamente separado dos gentios porque os gentios eram considerados impuros para eles, mas o sacrifício de Cristo purifica todos os que confiam nEle como Salvador, sejam judeus ou gentios, portanto Deus removeu a barreira entre animais limpos e imundos, "porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças" (1 Timóteo 4:4).

 

Como o Senhor Jesus explica, não são as coisas que entram que contaminam o homem, “mas o que sai dele, isso é que contamina o homem” (Marcos 7:15). Portanto, esta distinção entre animais puros e impuros tem apenas aplicação espiritual para o cristão. Quatro grupos de animais são considerados neste capítulo: quadrúpedes, peixes, aves e répteis. Para ser considerado limpo, o primeiro grupo tinha que combinar duas condições: ruminar e ter o casco fendido. A pureza do crente depende do modo como ele se alimenta (estudo da Palavra) e, também, do modo como ele anda (obediência a Palavra). 


Indo um pouco além nestas duas características: (1) unhas fendidas (casco dividido) e (2) ruminar (versículo 3). As unhas fendidas permitem que o animal ande pela lama sem atolar nela. Assim, nossa comunhão não é com aqueles que estão ocupados em sua caminhada pelos assuntos desta vida, mas com aqueles que são dependentes da graça divina para suportá-los através do mundo, pois o item 2 (ruminar) fala de dependência em vez de autossuficiência, como o item 1 pode dar a entender.


Ruminar é típico do caráter da meditação, tomar tempo para digerir a verdade da Palavra de Deus. Assim como os cascos indicam a caminhada através do mundo, ruminar fala da preocupação com a honra de Deus. Estas duas características tornam o animal puro. Entre os exemplos dados, temos o camelo. Ele rumina, mas não tem o casco dividido, uma figura daqueles que demonstram honrar a Deus, enquanto sua caminhada é manchada pela lama do mundo. É possível ter a aparência de ser muito espiritual, mas é vaidade total, pois não há caminhada cristã, seus pés são incapazes de caminhar na senda da fé cristã.


Os suínos no entanto (versículo 7) tem a unha fendida, mas não ruminam. Há pessoas que aparentam ter capacidade de caminhar corretamente, concentram-se na retidão moral, mas ainda não tem o coração para aprender a Palavra de Deus, nenhuma meditação sobre a pessoa de Cristo que se senta à direita de Deus. Eles podem ter os pés que podem levá-los através da lama do mundo, mas em vez disso, embora eles possam até mesmo serem lavados (não salvos, mas externamente limpos), eles preferem voltar a chafurdar na lama (2 Pedro 2:22). Algumas denominações ou religiões demonstram enfatizar a moralidade, vangloriando-se em coisas como não beber ou comer isso e aquilo, mas o Senhor Jesus não é o objeto de seus pensamentos e a lama do ganho material normalmente é o seu foco. O crente é advertido para não ter qualquer comunhão com tais, nem camelos, nem suínos e outros.

 

Para os peixes, duas características também são necessárias: barbatanas e escamas. Sem barbatanas, como ele pode avançar? Como pode lutar contra a força da correnteza? Isso fala do conflito dos crentes tendo que gastar energia para progredir nas coisas de Deus. E sem escamas, o corpo não está protegido. Resistir à atração do mundo, sua forma de pensar, as suas comodidades e tudo que ele oferece é o meio pelo qual um jovem crente pode permanecer limpo. Como podemos ter comunhão espiritual com alguém que não tem qualidades espirituais? O Senhor chama de "abominação", portanto, deve ser repulsivo para um crente

 

As aves impuras eram aquelas que comem carne e que comem qualquer coisa sem distinção. Essas aves impuras são típicas do que é satânico (Mateus 13:4 e 19), pois Satanás é "o príncipe do poder do ar" e o “príncipe deste mundo”. Isso nos mostra que se alimentarmos nossa mente com o que vem da carne, se formos descuidados sobre o que lemos ou as situações apresentadas pelos meios de comunicação, seremos inevitavelmente contaminados por essas coisas. 

 

As aves limpas, porém, não eram proibidas, pois falam do que é genuinamente celestial, como é visto em Colossenses 3:2-3: "Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus". Aqueles que têm esta atitude são bons companheiros para os crentes. Há certas aves que são típicas do Senhor Jesus, algumas inclusive usadas nas ofertas, como em Levítico 1:14-17, rolinhas ou pombos. No batismo do Senhor Jesus, nos é dito que "Ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mateus 3:16). Este é um precioso contraste com Gênesis 15:11, onde os abutres desceram sobre as carcaças do sacrifício de Abrão com o objetivo de devorar seu sacrifício, assim como Satanás tenta destruir o valor do sacrifício de Cristo. Abrão, o homem de fé, expulsou os abutres.


Por fim, os répteis e os animais semelhantes, uma figura do poder do mal. É abominação! "Abominai o que é mau" é dito em Romanos 12:9. Insetos que voam, coisas rastejantes voadoras simbolizam aqueles que professam o que é celestial, mas comprometem isso com a mente terrena: suas vidas são, portanto, contraditórias. Filipenses 3:18-19 nos fala sobre estes, os muitos que "andam", isto é, fazem uma profissão de caráter celestial, mas realmente fixam suas mentes em coisas terrenas. O crente não deve ter comunhão com estes. No entanto, se o inseto tinha pernas articuladas com as quais podia saltar sobre a terra, isso era permitido como alimento. Pois, embora tivesse contato com a Terra, pode saltar acima do nível da terra, uma figura da fé que se eleva acima das circunstâncias. Estes podem nos alimentar.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.




 


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Levítico 10:1-20


Para quem veio do arraial, e para quem quer permanecer fora dele!

(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)


 

Fomos lembrados no capítulo 9 que os sacerdotes "tomado dentre os homens" podiam pecar, não que Deus permitisse, mas eles possuíam a capacidade de pecar. Infelizmente, não temos de ir muito longe para provar esta verdade e agora temos um fato humilhante - a fraqueza total do homem nesta nova relação de bênção à qual ele foi chamado. Toda vez que Deus colocou o homem em um novo relacionamento, nos revelamos incapazes de mantê-lo. Até aqui, todos os detalhes foram realizados "como o Senhor ordenara", (uma expressão repetida quatorze vezes nos capítulos 8 e 9). Mas agora Nadabe e Abiú, os dois filhos mais velhos de Aarão, fazem o que "o Senhor... não lhes ordenara" (versículo 1). Apenas consagrados, eles trazem fogo estranho perante o Senhor, não vindo do altar. O castigo solene e fulminante que se seguiu nos lembra do quão sério é substituir a Palavra de Deus por nossa própria vontade (veja 2 Samuel 6:3-7, o incidente da arca colocada em um carro novo, seguido pela morte de Uzá). Nenhuma palavra é dita sobre eles terem perguntado como fazer isso. Eles agiram segundo seus próprios pensamentos! 


Esta é sempre a diferença entre o que é de Deus e o que é do homem. Uma religião humana, instintivamente, dá desculpas para quem possui altos cargos em uma organização religiosa e permite certos erros, principalmente erros descritos na Palavra de Deus, para aqueles que a propagam. O cristianismo significa e se baseia no julgamento da carne, não em poupá-la - o evangelho de Cristo. Moralmente, para Deus, não há nada como a cruz de Cristo, é Deus agindo a nosso favor, bem como para Sua própria glória. Nada mais desonroso para Ele e nada menos saudável para nós do que profanar a verdade - vender indulgências. Somente o que Deus indicou é aceitável para Ele. O desagrado de Deus com Nadabe e Abiú foi imediatamente expresso. Em Levítico 9:24, Ele tinha enviado fogo para consumir o holocausto, sinal de Sua aceitação, mas este fogo consumiu os ofertantes, indicando a recusa de Deus de sua oferta. Embora Deus não tenha trazido o mesmo julgamento rápido hoje, quaisquer pretensões de adoração inventadas pelo homem são tão abomináveis para Ele quanto este fogo estranho.


Da mesma forma, pensamentos carnais que excitam as emoções (bebida forte) não são tolerados na adoração a Deus. Desprezar abertamente as verdades conhecidas traz o transgressor para o governo de Deus. Por outro lado, como mostra o fim deste capítulo, o Senhor é cheio de misericórdia para com os ignorantes e aqueles fora do caminho, bem como para com aqueles que se curvam sob Sua disciplina. 

 

Tudo o que Deus faz é perfeito, tudo o que Deus dá ao homem para fazer é rapidamente estragado. Toda a adoração a Deus deve ter a cruz de Cristo (o altar de bronze) como sua fonte. Usar qualquer coisa de nós mesmos (como tocar música, dançar, dar dinheiro, falar de nossa vida correta) rouba de Cristo a glória que pertence somente a Ele. 


Não devia haver tristeza pelos filhos mortos, pois morreram por causa da desobediência. As pessoas que acham que isto não foi correto não estão, elas mesmas, obedecendo a Deus. Ninguém é tão sábio quanto Deus. Moisés instruiu Aarão e seus dois filhos restantes para que não descobrissem suas cabeças e não rasgassem suas roupas (o que em Israel era sinal de luto). Não era coerente com o caráter sacerdotal mostrar sinais de luto, pois o sacerdote é aquele que se aproxima de Deus, em cuja presença o luto não tem lugar. Os sinais exteriores de luto pela morte são proibidos para os sacerdotes. Certamente a ocasião foi séria, e testou plenamente este princípio. O resto do povo de Israel poderia chorar por Nadabe e Abiú, mas aos sacerdotes foi dito para permanecerem no tabernáculo porque o azeite da unção do Senhor estava sobre eles. O azeite é típico do Espírito Santo, cujo poder é tal que eleva a alma acima de todas as circunstâncias de tristeza. Assim, podemos aprender que hoje, na presença do Senhor (o lugar santo), onde o Espírito de Deus permeia a atmosfera, podemos subir acima das dores da terra, em santa confiança e paz.


No capítulo 6 de Números, lemos daqueles que se tornaram Nazireus por um determinado período de tempo. Eles se devotaram ao Senhor abandonando certas coisas. Aqui vemos algumas delas. O vinho produziria excitação natural. Para nós, crentes, hoje, significa que nada do que é natural pode ter qualquer parte na adoração a Deus. Somente a presença de Deus deve ser sentida. Existem muitos que são estimulados por emoções, sentimentos, música, danças, entre outros. Isso não é adoração. 


Vemos também Moisés instruindo Aarão, Eleazar e Itamar a comerem, sem fermento, tudo o que restava das ofertas de manjares. Deus havia decidido isso, e tudo o que Deus nos fornece de maneira espiritual devemos responder nos apropriando disso. O peito da oferta movida e a espádua da oferta alçada são especificamente mencionados (versículo 14). Os sacerdotes assim entravam nas afeições de Cristo como glorificado no céu (o peito movido) e no “poder de Sua ressurreição" (a espádua alçada). Toda a família dos sacerdotes deveria participar nisso, tanto as filhas como os filhos, assim como toda a família sacerdotal de hoje (todos os santos) é chamada para desfrutar dessa bênção espiritual. A repetição do versículo 15 reforça a importância dessa disposição, da qual a família sacerdotal era responsável.


Contudo, no versículo 16, nos diz que Moisés perguntou sobre o bode da oferta de expiação, ele descobriu que tudo tinha sido queimado. Isso o fez irar-se com Eleazar e Itamar, questionando por que eles não tinham comido esta oferta (versículo 16). Esta oferta era para o povo, e os sacerdotes comendo-a simbolizava o fato dos sacerdotes entrarem e sentirem a culpa do povo como sendo sua. Isto é o que o Senhor Jesus fez na forma mais completa, Ele levou essa culpa sobre Seus próprios ombros na cruz. Todo crente hoje deve ter essa mesma atitude. Isso nos tornará verdadeiros intercessores em vez de críticos.



Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.




 


quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Levítico 9:1-24


(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
 
 
A Epístola aos Hebreus mostra o Sumo Sacerdote adequado para nós, "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores...” (Hebreus 7:26). Que contraste com Aarão, o sacerdote “tomado dentre os homens" mencionado na mesma epístola, que tinha a necessidade de oferecer sacrifícios pelo pecado não só do povo, mas também "por si mesmo" (Hebreus 5:1-3). Isso é o que vemos ele fazendo aqui. Antes de poder se ocupar com os pecados do povo, Aarão é obrigado a resolver diante de Deus a questão dos seus próprios pecados. É um princípio geral cuja importância o Senhor nos lembra no "sermão da montanha". Para ser capaz de tirar o argueiro que está no olho do seu irmão, é necessário primeiro tirar a trave no próprio olho (Mateus 7:3-5). 
 
O final do capítulo nos mostra que, feita a propiciação e resolvida a questão do pecado, a bênção pode vir para o povo através do Autor da propiciação, a glória de Deus pode ser manifesta e a alegria pode ser expressa livremente. Tais são também as bem-aventuradas consequências da cruz de Cristo para o povo de Deus hoje. Que Deus nos ensine a apreciá-las e a responder da mesma maneira! 
 
Tendo terminado as oferendas, Arão então levanta as mãos para abençoar o povo, o que nos lembra o Senhor Jesus em Lucas 24:50, tendo concluído Sua obra de redenção, levantando Suas mãos abençoou aos discípulos. A base de toda a bênção, a aceitação do sacrifício do Senhor Jesus.

Então Moisés e Arão entraram no tabernáculo (versículo 23), típico do Senhor Jesus entrando no céu após Sua ressurreição; mas saindo novamente, e mais uma vez abençoando as pessoas. A primeira bênção fala à Igreja imediatamente após a ressurreição do Senhor, e isso continua durante todo o tempo em que o Senhor Jesus está exaltado no trono do Pai. Mas Ele voltará a surgir no tempo em que Israel será abençoado com a maravilhosa bênção milenial. Moisés é uma figura de Cristo como governante e Aarão como Sumo Sacerdote, pois no dia seguinte Israel o reconhecerá como Rei e Sacerdote, assim terá tanto a bênção do governo quanto a da mediação – função do sacerdote, mediador entre Deus e os homens. A semana da consagração acabou, o oitavo dia estabelece o tempo da glória da ressurreição, o começo de um novo período de tempo.

Isso é seguido de um acontecimento ainda maior, o aparecimento da glória do Senhor aos olhos de todo o povo. Só é possível ver a glória de Deus sem ser consumido pelo juízo divino depois de ter resolvido a questão do pecado. Assim como na época de Sua vinda em glória majestosa, todo o mundo será subjugado pela luz de Sua manifestação. Para isso, saiu fogo de diante dEle para consumir o holocausto e a gordura no altar. Assim, Deus indicou Sua aceitação da oferta e Ele mesmo foi glorificado. Foi a mão de Deus que acendeu o fogo sobre o altar para consumir o holocausto, fogo que nunca se apagaria. Foi o fogo de Deus e não o fogo do homem que consumiu o sacrifício (versículo 24). 

De duas maneiras as pessoas foram afetadas por isso. Primeiro, eles gritaram, indicando sua apreciação do que era manifestamente a vitória do Senhor (Números 23:21). Em segundo lugar, eles caíram sobre as suas faces, mostrando humilhação voluntária de si mesmos diante Dele, subjugados pelo reconhecimento de Sua majestade.


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.