(para melhor proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Não sabemos quanto tempo se passou entre as trágicas cenas de Números 14 e Números 15, seria de se pensar que a incredulidade e a rebelião do povo haviam retirado todos os seus direitos à terra de Canaã. Essa é uma amostra da aparente desordem na Palavra de Deus, mas que na verdade é apenas um exemplo de uma ordem superior e divina. Deus não organiza as coisas de acordo com o homem. Se tivermos paciência e fé para crer que tudo é para a glória Dele, Deus sempre mantém a sua glória, podemos provar isso e conhecê-la melhor no devido tempo. Não precisamos esperar até chegar ao céu; podemos contar que tudo está de acordo com a Sua vontade para nós aqui. “...se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:13).
Os propósitos de Deus, embora impedidos pelo pecado, nunca são frustrados. A terra de Canaã foi prometida a Abraão e se uma geração de seus descendentes não teve fé suficiente para recebê-la, Ele a daria a seguinte. Por isso, imediatamente depois Deus vem falar da terra da promessa, mostrando que nada poderá dissuadi-lo de cumprir os seus propósitos de graça. Que contraste entre “não verão a terra de que a seus pais jurei” (Números 14:23) e o que o Senhor diz no versículo 2, "Quando entrardes na terra da vossa habitação, que Eu vos hei de dar". Não é maravilhoso? Sua graça e fidelidade será a causa do assentamento de Israel na terra. Desobediência, da parte deles, graça da parte de Deus! Nunca se esqueça disso.
Neste capítulo também é mencionado os diferentes sacrifícios: holocaustos, ofertas voluntárias (versículo 3), sacrifício pacífico (versículo 8), oferta pelo pecado (versículo 24) juntamente com ofertas de manjares e libações, como para lembrá-los de que Deus tem os recursos para lidar com os piores crimes, ou melhor, um único recurso que é, em seus múltiplos aspectos, a obra do Seu amado Filho. Por isso, por mais triste que seja a condição do povo, sobe "um cheiro suave ao SENHOR" (uma expressão repetida cinco vezes – versão Darby). A obra de Cristo, apresentada em figura em seus mais variados aspectos, também é mostrada como sendo em favor do maior número de pessoas. A lei para o estrangeiro era idêntica a do israelita de nascimento; era permitido oferecer os mesmos sacrifícios e as mesmas libações, prefigurando a graça que se estende para além de Israel, um evangelho “pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Colossenses 1:23). O Senhor pensa naqueles que não fazem parte de Seu povo terreno Israel, e quer abençoá-los também. Nós Gentios éramos estrangeiros e desarraigados, mas fomos introduzidos na mais maravilhosa bênção por meio da obra de Cristo por nós. A igreja de Deus é formada de Judeus e Gentios (Efésios 2:13-18). E deverá compartilhar as glórias com Cristo no céu para sempre.
Os versículos 17 a 21 tratam das primícias e nos lembram que o Senhor sempre tem o primeiro direito sobre tudo o que possuímos (Mateus 6:33).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para melhor proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
No meio deste triste episódio, que consolo poder considerar Josué e Calebe. Eles têm "outro espírito" com eles (versículo 24). Além disso, eles não perdem sua recompensa. De toda sua geração, somente eles entram na terra. Até lá, eles irão compartilhar a pena da nação culpada: vagar pelo deserto por quarenta anos. Mas durante esta longa peregrinação, eles são continuamente encorajados pela memória da terra que já visitaram, a terra de Canaã, cujo fruto já provaram.
Moisés anuncia as notícias desagradáveis. Como o povo reage? Quando Calebe os exortou que subissem corajosamente e se apoderassem da terra, eles queriam voltar ao Egito ou falavam de perecer no deserto (Números 13:31 e 14:2). Também vivemos em uma época quando há muitos crentes que rejeitam a verdade de que Cristo é tudo, e preferem seguir adiante de modo mundano. Agora que o juízo de Deus faz com que eles voltem seus passos em direção ao Mar Vermelho e anuncia que irão morrer no deserto, eles desejam evitar a punição e respondem: "Eis que estamos aqui e subiremos..." (versículo 40). O coração do homem nunca está de acordo com Deus, principalmente quando se trata de reconhecer as falhas cometidas, submeter-se à disciplina e aceitar com humilhação as consequências de seus pecados. Apesar de Moisés dizer-lhes: "Não suba", eles persistem e sofrem uma cruel derrota. Nos profetas, encontramos constantemente que há uma volta na fé, não para o que foi trazido provisoriamente no deserto, mas para o que foi prometido no início (isto é, para os pais). Assim, o fim será a realização do começo.
Até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio deles? (Números 14:11). O povo cedeu a dúvida sobre o cuidado do SENHOR (SENHOR, em letras maiúsculas em algumas versões, representa Jeová em sua tratativa com Israel), apenas dois se apegaram a Sua Palavra. É difícil entender tamanha incredulidade e rebelião (a menos que olhemos para nós mesmos!). Em sua primeira luta contra o inimigo são derrotados, pois o Senhor não estava com eles; sem Deus age a vontade própria. Vimos nesse capítulo a loucura e as consequências da incredulidade. Incredulidade é virar as costas para Deus, seus conselhos, suas orientações, suas promessas, seu amor. Se Deus não está conosco, é inútil persistir em ir adiante, isso nos levará ao encontro do inimigo. Vimos como é perigoso permitir queixas e murmúrios de incredulidade, que o Senhor nos guarde de nós mesmos, nossa incredulidade, e não nos trate de acordo com nossa loucura.
Calebe e Josué, que figura para nós no momento que vivemos, creem em Deus, creem que Ele tem uma mão poderosa o bastante para fazê-los entrar em Canaã no devido tempo. Deus é digno de toda a confiança. Quão perfeito Ele é em seus caminhos e quão bom e certo é o fim. O que nos une a Deus, seu amor, suas promessas? Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para melhor entendimento, leia Números capítulo 11)
E. L. Bevir.
Christian Friend vol. 15, 1888, p. 36.
Foi observado muitas vezes que a mistura de gente (Êxodo 12:38) era a causa direta do murmúrio (das reclamações) de Israel; mas ao mesmo tempo deve ser observado que é sempre mais comum seguir um exemplo ruim do que um bom. Em um caso semelhante, Paulo exorta os santos a seguir aqueles que estavam caminhando à frente e a não olhar para trás, para aqueles que poderiam muito bem ser comparados com a caótica mistura de gente de Números 11 (veja Filipenses 3:17 em diante).
Moisés neste capítulo sente que o fardo é demais para ele e termina seu primeiro discurso no versículo 15 com uma petição: "mata-me, eu te peço". Ele aparece, durante toda a passagem, com grande vantagem como uma alma nobre e desinteressada, mas ocupado com ele mesmo e seus próprios recursos, ele sentiu-se incapaz de realizar a tarefa de liderar o povo pelo deserto. É muito notável que as duas grandes figuras do Antigo Testamento, Moisés e Elias, implorassem para que pudessem morrer em paz. A morte é um remédio soberano para uma pessoa enérgica, cuja tarefa é muito difícil para ele; e certamente nem Moisés nem Elias estavam querendo energia; mas eles tiveram que aprender que não era com sua própria força ou energia que poderiam realizar suas tarefas, embora nunca pudessem saber o que o apóstolo dos gentios fala em 2 Coríntios; isto é, o poder da ressurreição e a desconfiança plena e total de tudo o que é do homem natural.
A palavra "eu" aparece com muita frequência nos discursos de Moisés neste capítulo, e quando isto (eu, meu) se torna o objeto de nossos pensamentos, geralmente encontramos palavras para expressá-lo. Moisés havia dito (Êxodo 4:10): "Eu não sou homem eloquente... (eu) sou pesado de boca"; mas ele se torna eloquente quando "Moisés" é o tema do seu discurso (ver versículos 21 e 22 do nosso capítulo 11 de Números), ele encontra o uso de sua língua ao descrever sua própria dificuldade; e isso é natural em todos os homens.
Mas a grande e abençoada lição a ser aprendida nesta passagem é a fidelidade de Deus, ao mesmo tempo em que castiga as pessoas rebeldes e cobiçosas, e os recursos ilimitados de Jeová no deserto quando, em todos os aspectos, tudo havia parado e a simples energia do homem provou ser de nenhum valor. Nada poderia ser mais interessante para nós no momento presente, quando os iluminados líderes do século XIX, deixando Deus fora de seus cálculos, nos asseguraram que era fisicamente impossível que Israel atravessasse o deserto e, quando poucos pudessem ser encontrados seguindo a multidão mista em todo tipo de mundanismo e egoísmo.
Moisés perdeu um grande privilégio, mas o mesmo poder foi exercitado por Jeová, apesar de ter empregado setenta outros homens; o poder do Espírito foi distribuído, mas não aumentado. A resposta à pergunta: "Concebi eu todo esse povo?" É totalmente dada pelo Senhor em Sua incansável paciência nesta maravilhosa passagem.
Mas a aplicação deve ser feita para nós mesmos. Muitas vezes foi demonstrado nos primeiros capítulos deste livro que o Senhor fez uma disposição completa e perfeita para a marcha de todo o arraial ao longo do deserto e que o mais terrível fracasso ocorre no momento em que o arraial começa a se mover. A história frequentemente repetida do fracasso depois de ter sido estabelecida em bênção por Deus é vista aqui e pode servir como uma ilustração do que ocorreu na igreja de Deus na Terra desde o dia de Pentecostes até o dia de hoje.
Podemos considerar por um momento, sem voltar mais na história, o estado atual das coisas - o estado de ruína e fraqueza, e a graça e poder imutáveis de nosso Deus e Pai em Cristo Jesus, de quem a bondade nunca nos falha até o final da jornada. "Seria, pois, encurtada a mão do Senhor?". Ele se voltou para Ele, para quem e por quem são todas as coisas, trazendo muitos filhos para a glória, para tornar perfeito o Líder da sua salvação através dos sofrimentos; e este Líder abençoado nunca se queixa, como fez Moisés, do peso da carga que Ele carrega. A jornada no deserto, para nós, está chegando ao seu final; mas ainda estamos no deserto, e precisamos olhar para Ele a cada momento, e Ele não nos deixará.
O contraste entre Moisés e Paulo sempre foi apresentado. Moisés no versículo 12 deste capítulo pergunta se "ele" trouxe o povo para que "ele" fosse responsável do fardo até chegar a terra prometida. Paulo, ao contrário, na epístola aos Gálatas, estava disposto a sofrer novamente as dores, para que os santos recebessem bênção e Cristo se formasse neles (Gálatas 4:19). Podemos notar a confiança perfeita do apóstolo no Senhor e a total desconfiança de tudo o que é do homem; e não é preciso ir muito longe para afirmar que Moisés não tinha entendido o fim do homem, dos seus esforços, da sua excelência e da sua energia em Números 11. Ele não poderia, como já observamos, dizer como Paulo: "Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos" (2 Coríntios 1:9). Uma passagem mais impressionante do que essa, onde devemos ter cuidado para não confundir com uma natureza enérgica e nobre (ver o versículo 29) com o poder de Deus, talvez não seja encontrada nas Escrituras.
Se alguma vez houve um dia em que precisamos olhar totalmente para o Senhor, e somente para Ele, é no dia em que vivemos, hoje, e pela fé olharmos para Ele, o Líder da nossa salvação, para Ele, cujos braços foram estendidos uma vez na cruz enquanto Ele tirava nossos pecados e que sempre nos leva através de toda dificuldade para a glória eterna. Podemos dizer que o povo de Deus está muito disperso, que o século em que vivemos é muito perverso, que o poder do inimigo está muito forte e muitas outras coisas, mas sabemos que o braço Dele não está encurtado. Pode ser uma profunda lição para aprender, a não confiar no homem e muito menos em nós mesmos, mas uma lição abençoada afinal de contas, e olharmos para Ele com a excelente glória e com o Deus de glória que o colocou à Sua direita, orando para que possamos glorificá-Lo no restante da jornada pelo deserto. Que possamos ser encontrados caminhando em verdadeira dependência, oração e verdadeira confiança Nele.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
"Este povo me provocou", declara o Senhor (ver versículos 11 e 23). Ao desprezar a "terra muito boa" (versículo 7, ver Salmo 106:24), é Deus, na realidade, o objeto da provocação e da ingratidão deste povo. A falência do povo em relação a fé foi completa. Como então podemos qualificar a atitude de tantas pessoas que desprezam um presente que é o céu e vindo do próprio Deus?
Deus é fiel em suas promessas, mas é a incredulidade que leva as pessoas a não entrarem na “terra prometida”. Como vimos, eles não perderam a benção, mas ninguém que professa ser do povo de Deus tem acesso a ela sem fé. Isso era verdade naquele tempo, permanece sendo verdade hoje. Esse é o ponto das solenes advertências na Epístola aos Hebreus, fé.
Assim como no episódio do bezerro de ouro, Moisés novamente intervém. De modo algum ele aceita a oferta que faria dele um líder de uma nova nação (versículo 12; Êxodo 32:10). Deus destruiu toda a humidade no dilúvio, seria esta semente melhor do que a de Adão preservada em Noé? Que oferta, ser pai de uma nação maior e mais poderosa. Uma verdadeira prova para Moisés. Isso agradaria a “carne” de qualquer homem, mas Moisés responde com mansidão para que o nome de Deus fosse exaltado entre as nações. Bem diferente de hoje, em que a cristandade faz com que o nome de Deus e de seu Filho seja blasfemado em todo o mundo.
Com um argumento irrefutável, ele lembra ao Senhor que a grandeza de Seu nome está em jogo aos olhos das nações. Então, dando pleno valor ao que aprendeu a conhecer Dele e citando Suas próprias palavras (Êxodo 34:6-7), ele lembra que Ele é longânimo (paciente) e grande em beneficência e verdade, lento para se irar e grande em misericórdia. Moisés sugere também que esta é precisamente uma oportunidade para Ele perdoar a iniquidade e a transgressão. Onde não há falhas, não há lugar para perdão. Mas o pecado do homem, o meu e o seu, proporcionou a Deus uma oportunidade Dele mostrar Sua graça. Filhos de Deus, também conhecemos esse Deus que perdoa? Ele é nosso Pai e ao lado Dele temos um Advogado cheio de amor: Jesus Cristo, nosso Salvador (1 João 2:1).
Deus demostra Sua misericórdia pedida por Moises, mas o pecado não passa impune no governo de Deus. Foram perdoados no que diz respeito a morte, mas o mal foi julgado, “não verão a terra de que a seus pais jurei”. A Epístola aos Hebreus, que registra o juramento imutável feito a Abraão, também registra como Deus jurou em Sua ira: "...não entrarão em Meu repouso" (Hebreus 3:11).
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo”. Muitos saíram do Egito, mas alguns não creram.
Deus conhecia o coração de cada um. Há muitos hoje que gostam de ser chamados cristãos, mas nunca creram em Jesus como seu Salvador.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
As pessoas ouviram o testemunho, viram o fruto, a evidência, e ainda assim não creram. Neste capítulo que estamos meditando, Canaã não é uma figura do céu, onde Cristo está. Quando entramos nesse lugar bem-aventurado, todos os conflitos e lutas para sempre deixarão de existir. Aqui ela é uma figura do reino de bênção celestial que é nosso em Cristo, que entramos no momento atual e nos leva a um conflito espiritual. Por isso a Epístola aos Efésios abre com um desdobramento dessas "bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" e termina com a luta mostrada em Efésios 6. Vale lembrar que o relato da armadura de Deus é seguido pela admoestação: "orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito" (Efésios 6:18). Também devemos ter em mente que, para vencer, devemos depender do poder de Deus.
Doze espias partiram, um para cada tribo. No começo da jornada não havia distinção entre eles. Mas a jornada de quarenta dias colocou os homens à prova (o número 40 na Bíblia sempre fala de testes). E em seu retorno, cada um mostra o que estava em seu coração. O resultado? Dez são incrédulos; apenas dois, Josué e Calebe, confiam em Deus. A terra era tudo o que Deus havia declarado ser. A fé conhece o Senhor e avalia as circunstâncias segundo o ponto de vista de Deus; a incredulidade, por outro lado, as mede pelas dimensões humanas e se detém nos obstáculos visíveis. Os gigantes, filhos de Anaque, eram reais assim como os altos muros. Mas o erro dos espias incrédulos era levar em conta suas próprias limitações e se preocupar com o que seus inimigos pensavam deles (final do versículo 33). Eles dizem ao povo: "Não poderemos". Seus olhos estavam desviados do Senhor, e sentiam-se como gafanhotos diante de gigantes. Eles deveriam ter olhado para o Senhor. Josué e Calebe não têm vergonha de declarar sua fé diante de todos. Eles valorizam a herança prometida e exortam seus irmãos a tomarem posse dela. Que exemplo! Nos encontramos entre aqueles que recomendam "a terra" ou entre aqueles que desencorajam as almas de seguirem a Jesus?
Calebe diz, "certamente prevaleceremos" (versículo 30). Calebe tinha seus olhos no Senhor. Há muitos inimigos que iriam tentar nos impedir hoje de desfrutarmos, agora mesmo, nossos maravilhosos privilégios e bênçãos como povo celestial. Somos abençoados "com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Efésios 1:3). Não obtemos nossas bênçãos pela obediência à Palavra de Deus, mas desfrutamos delas pela obediência.
Tendo desviado o coração do Senhor, caíram na corrente da incredulidade, eles creram nas convicções que formaram e declaram que a terra é ruim, e acabam reclamando de Deus. Não foi Moisés que os levou até aqui, foi o próprio Deus; eles o acusam. Além disso, eles não podem conter sua raiva contra aqueles cujo testemunho de fé condena sua incredulidade.
Para nossa tristeza isso é algo comum, as dificuldades desencadeiam a incredulidade do coração e nos levam a falar mal da posição em que fomos divinamente chamamos, e da qual provamos a benção! Tudo isso flui do esquecimento de Deus. Eles eram como um gafanhoto comparados aos filhos de Anaque? De que adianta muralhas para Deus? Agora Deus interfere. Eles serão tratados de acordo com sua fé; eles perecerão no deserto, de acordo com o desejo deles. A incredulidade não pode negar o que Deus faz, mas ela nos faz tirar os olhos de Deus. Vemos aquele povo chorar, mas são lágrimas de incredulidade. O coração que se recusa a continuar com Deus volta ao Egito em seus desejos. Não tema o mundo e seus gigantes, o Senhor está conosco!
Aqui estamos vendo Israel, mas sempre devemos lembrar que temos uma melhor salvação, fundada em uma melhor redenção e com melhores esperanças. O mundo que vivemos hoje não é menos perigoso do que o deserto que Israel teve que passar. Mas temos um Deus e Pai, Aquele que o Senhor Jesus nos fez conhecer (João 14:7-11). Não descansamos “apenas” no amor de Deus, mas na redenção comprada pelo Senhor Jesus que nos une a Ele. E Como tratamos a Deus, confiamos Nele? Crer que Ele está cuidando de nós o tempo todo é o meio mais seguro de aproveitar toda a Sua fidelidade e a força do Seu amor.
Não concordar com a “maioria” é sempre difícil e as vezes perigoso. O povo quer apedrejar aos dois homens (versículo 10), mas eles têm Deus do seu lado.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
O povo está se aproximando da terra prometida. Moisés envia doze homens como espias, sua missão era explorar a terra, trazer informações e alguns dos seus frutos. Em Deuteronômio 1, versículos 21 e 22, vemos que este desejo de investigar a terra começou com os filhos de Israel. Deus respondeu aos pedidos do povo. Existem muitas coisas ordenadas por Deus somente por conta de nossa falta de fé. Ele os havia trazido do Egito e prometeu introduzi-los na boa terra, e disse a eles como ela seria. Por que então precisariam de espias? Incredulidade! Eles desconfiam não apenas de Deus, mas também desconfiam da terra para o qual estão viajando, desconfiam da promessa. E como veremos mais adiante em nosso livro, a incredulidade irá colher o que semeou. Como bem diz um irmão em Cristo, a Bíblia é para ser crida e obedecida. Hoje colhemos algum, em breve, colheremos o fruto da nossa fé, todas as bençãos celestiais em Cristo Jesus.
São necessários quarenta dias para realizar esse reconhecimento. Os espias vão até Hebron, um lugar que já conhecemos; é lá que Abraão comprou a caverna de Macpela para ser usada como túmulo. Eles voltam trazendo um cacho de uvas tão pesado que é necessário dois homens para carregá-lo.
Para nós, a terra prometida é o céu. Como esse povo, ainda estamos no deserto, uma figura deste mundo. Não vimos a herança que Deus nos colocará. Mas existe alguém que conhece e pode nos falar sobre ela, é o Espírito Santo, que nos ocupa com as coisas celestiais. Assim como as uvas de Escol trouxeram a prova da riqueza do país, o Espírito nos dá o “penhor”, isto é, uma amostra, uma antecipação das alegrias do céu. Ele nos faz conhecer as coisas de Deus (1 Coríntios 2:12). Ele recebe o que é de Cristo e nos comunica (João 16:14). Embora ainda estejamos num mundo que moralmente é um deserto para nossas almas, já podemos estar ocupados com Aquele que não vimos, mas que amamos (1 Pedro 1:8).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Logo no primeiro versículo, uma figura do Senhor Jesus, tomando para Si mesmo uma noiva de entre os Gentios – Moisés se casou com uma mulher que não fazia parte do povo de Israel, isso desperta o ciúme no povo de Deus. Miriã e Arão - a profetisa e o sacerdote - são figuras daquele que tem a palavra e o acesso a Deus, o duplo caráter do povo de Deus. A proeminente posição concedida por Deus a Moisés despertou inveja nos seus corações. No Novo Testamento, vemos esta ira claramente no livro de Atos, onde os Judeus ficavam muito irados todas as vezes que o evangelho era pregado aos gentios. Aqui em Números 12, Moisés é em todos os aspectos uma figura de Cristo, fiel em toda a casa Deus, “boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras” (versículo 8). A posição mais gloriosa para Moisés foi quando ele se separou do povo e armou sua tenda fora do arraial.
Neste capítulo, vamos tratar de algo do nosso dia a dia, "a língua", diz Tiago, "é um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal" (Tiago 3:6 em diante). Mais uma vez comprovamos os seus estragos. Não aqui sob a forma de murmúrio entre os "estrangeiros" (capítulo 11), mas de críticas e maledicência (o veneno que sai de nossos lábios todos os dias) que contaminam os membros mais honrados da família dos líderes do povo: Arão, o sumo sacerdote e Miriã, a profetisa (Êxodo 15:20).
“Falou o SENHOR somente por Moisés? Não falou também por nós?” (versículo 2). Muitos hoje afirmam terem recebido uma palavra inspirada de Deus, mas Deus hoje fala pelo Filho, o Verbo, sua Palavra registrada no mais valioso livro da história da humanidade, a Bíblia. Ela possui a revelação completa de Deus. Todo aquele que profere uma “revelação” falsa, lembre-se, “o Senhor ouviu isso”.
No nosso capítulo, as palavras maliciosas talvez tenham sido sussurradas "ao ouvido" no maior segredo (Lucas 12:3). Mas... "O Senhor ouviu" (versículo 2 e Números 11:1). Nunca nos esqueçamos de que o Senhor ouve no céu as nossas observações mais confidenciais. Moisés não diz nada, ele era “mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”, mesmo quando criticado, não se defendia, mas deixava tudo com o Senhor, e o Senhor cuidava do problema. O oposto da mansidão é a auto-afirmação. Toda vez que um desafio aos direitos do Senhor está envolvido, sua ira acende-se com justiça, mas para sua própria defesa, sua extrema mansidão é demonstrada por seu silêncio. Assim, é Deus quem toma a defesa de Seu servo. O Senhor responde e age prontamente. Ele convoca os três envolvidos no tabernáculo, e então chama os dois culpados para dar um passo à frente. A gravidade do castigo revela o pecado cometido. Miriã está com lepra. Pela primeira vez, Moisés abriu a boca para interceder por sua infeliz irmã para que ela pudesse ser curada. O Senhor ouve, mas há uma pena.
A falta de fé no Senhor sempre atrapalha a atividade da graça. Como vimos aqui, todos são afetados. A nuvem havia deixado o tabernáculo, um sinal que deveriam seguir pelo deserto, mas isso não aconteceu. Miriã, quem provavelmente levantou a questão, é ferida de lepra e Arão, um homem facilmente influenciado pelos outros como vimos no caso do bezerro de ouro, reconhece seu erro e intercede por ela. Moisés, que foi injustiçado, teve que interceder. O povo interrompeu sua jornada por sete dias. Tudo isso nos lembra o que é dito em 1 Coríntios 12:26. Devemos ter algo sempre em nossos corações e mentes, o Senhor Jesus é o supremo e incontestável Cabeça da igreja.
Que o Senhor nos preserve das "invejas e de toda fala mau"! (1 Pedro 2:1).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
A seu pedido, Moisés divide parte de suas responsabilidades com os setenta anciãos. Desde o capítulo 4 do Êxodo, Arão foi nomeado "para ser seu porta-voz para o povo" (ele te será por boca – Êxodo 4:16). É humilhante pensar que a nossa falta de fé muitas vezes obriga o Senhor a dar a outros parte de nosso trabalho.
Os anciãos estão reunidos na tenda, onde o Espírito vem sobre eles. Então, descobrimos que dois desses homens, Eldade e Medade, ficaram no arraial e estão profetizando lá. Josué gostaria de proibi-los (comparar com Lucas 9:49), mas para Moisés é uma boa notícia. O desejo de preeminência tão enraizado na mente do homem natural não tinha lugar em Moisés. Paulo também se alegrou ao ver que o Evangelho fosse pregado, mesmo "por inveja e contenda" (Filipenses 1:15-18). Claro que Paulo estava se referindo ao Evangelho da graça de Deus, da salvação pela obra de Cristo na Cruz e não outro evangelho. Hoje há muitos que estão pregando o Evangelho, mas estão recusando o lugar escolhido por Deus, que é estar reunido ao nome do Senhor Jesus "fora do arraial". Se Deus nos mostrou o caminho da separação "fora do arraial" religioso da cristandade, devemos nos abster de julgar com espírito de superioridade aqueles crentes que, talvez mais piedosos e devotos que nós, não entendem essa separação. Tudo o que possuímos ou conhecemos devemos a pura graça de Deus.
Uma coisa ficou clara neste capítulo, Deus ouve os pedidos dos descrentes. Tudo o que pedirmos em seu Nome, de acordo com sua vontade, Ele fará. Não recebemos porque pedimos mal e para nosso deleite. Como o irmão na parábola do filho pródigo que queria em seu íntimo um bezerro cevado para dividir com "seus amigos" e não com seu pai. Que possamos aprender a vontade de Deus e nos deliciarmos Nela. Ali há gozo e benção. Que o Senhor nos guarde de nós mesmos"
Imagine por um momento o que aconteceria com as codornas mortas sob o sol do deserto! Gálatas 6:8 adverte que "o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção".
Aquelas pessoas puderam satisfazer plenamente o desejo de carne, mas enquanto satisfaziam ansiosamente sua luxúria, surgem pragas entre elas e muitas morreram. O que elas desejaram como uma benção tornou-se uma maldição. E o dano não era apenas físico, mas também espiritual, pois lemos referindo-se a este episódio: "E ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma" (Salmo 106:15).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Vimos a importância do nosso “alimento”. Não é verdade que depois de termos comido cebolas e alhos, outros ao nosso redor podem dizer o que estivemos comendo? E assim se nos alimentamos daquilo que este pobre e culpado mundo tem para oferecer, sua TV, sua música (rock, funk...), o sabor disso ficará em nós, e outros logo saberão onde estivemos nos alimentando. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. Meditemos em Filipenses 4:8.
Aqui encontramos Moisés desanimado! Ele culpa o Senhor pelo peso de todo este povo (versículo 11), ele que, no final do capítulo anterior falou triunfalmente de "muitos milhares de Israel". É certo que Moisés não podia suportar "sozinho" a responsabilidade desse povo, mas na verdade ele não estava só! O Senhor mesmo carregou Israel "sobre asas de águias" (Êxodo 19:4) e como nos braços de um pai (Deuteronômio 1:31).
Moisés pediu para morrer em vez de suportar o fardo, fazendo exatamente o que Elias fez séculos depois (1 Reis 19:4). Ambos sofreram um colapso sob o peso de pessoas descrentes e ambos tiveram a honra de aparecer na glória de Cristo no monte da transfiguração. Que tamanha graça de nosso Deus!
Em menor medida, muitos já passaram por experiências semelhantes, desejando a morte por não ser capaz de suportar... sozinho... é muito pesado para mim. O crente nunca mais estará sozinho, nunca devemos deixar Deus, nosso Pai, do lado de fora de nossos problemas (Filipenses 4:6).
O Salmo 106 lembra este triste episódio: "Cedo, porém, se esqueceram das suas obras... deixaram-se levar da cobiça, no deserto, e tentaram a Deus na solidão. E ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma” (versículos 13 a 15). Aqui encontramos uma verdade profunda. Quando insistimos em obter algo que Deus não tem intenção de nos dar, pode acontecer que Ele finalmente nos conceda tal coisa, mas com consequências desastrosas, assim como aconteceu com Israel nos versículos 19, 20 e 33. A palavra "definhar" significa um enfraquecimento progressivo. Para nossas almas, definhar é certamente muito pior do que uma doença. Que Deus nos guarde destes desejos (concupiscências) "que combatem contra a alma" (1 Pedro 2:11 – veja também Romanos 6:11-12), enquanto nos ensina a ficar satisfeitos com o que Ele nos dá... tanto quanto, em seu conhecimento perfeito, ao que Ele nos nega.
E Moisés duvida da promessa de Deus em alimentar o povo. No caminho para o Monte Sinai, Ele já havia provido carne para os filhos de Israel (Êxodo 16:13). Moisés se esqueceu disso e duvida da capacidade do Senhor. Quando as coisas mudam, rapidamente esquecemos as misericórdias passadas do Senhor.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Saímos da calma presença de Deus garantindo vitória e benção no capítulo 10 para contemplar o povo em sua incredulidade, dando origem a reclamações amargas. Na sua ingratidão, o povo se queixou e o Senhor os castiga. Depois de tudo o que Deus havia feito e mostrado para aquele povo, é triste ver a facilidade com que o povo se queixa de Deus. Uma pista para entender este descontentamento está no final do versículo 1, “estavam na última parte do arraial”. Os queixosos estavam longe da arca, longes da presença de Deus. A cobiça, condenada pelo décimo mandamento da lei, nasceu no coração do “vulgo” (versículo 4 - gente estrangeira em outras versões, a mistura de gente que deixou o Egito com Israel - Êxodo 12:38). Alguns não eram crentes e estes estrangeiros eram fonte de tristeza contínua para os israelitas. A insatisfação deles os contaminou causando vivo desejo pelo alimento do Egito. Medite no comentário de Deus sobre esse assunto – Salmo 78:17-33.
O único objetivo do livro de Números é mostrar as jornadas do povo de Deus pelo deserto. No entanto, se por um lado vemos a incomparável graça de Deus satisfazendo as necessidades do Seu povo, sempre excedendo e nunca se importando em dar mais. Assim é Deus. Por outro lado, a única coisa constante no povo era a rebelião de seus corações. Nada é suficiente para o coração do homem. Eles caíram por falta de proximidade com Deus, dando ouvidos a “estrangeiros”, gente que não podia apreciar a bondade de Seu Deus.
Onde estão os alimentos que costumávamos comer “de graça” no Egito? O pobre povo se esqueceu dos tijolos, da palha e o alto preço que o opressor cobrava com que ele pagasse pelo pouco que lhe dava. Estes pratos egípcios: porro (alho-poró), cebola, alho etc., têm, em sua maior parte, um sabor forte e despertam o apetite, mas não são nutritivos, às vezes até indigestos. Com o que as pessoas deste mundo alimentam seus espíritos? Leituras, shows, filmes... atraentes para a carne, mas sem benefício algum para a alma, pelo contrário, fazem mal!
Essa mistura de gentes e coisas é uma arma comum e muito bem-sucedida de Satanás. Deus chama um povo, a “mistura de gente” aparece. Quando a boa semente da Palavra é semeada, o inimigo imediatamente semeia joio entre ela. Quando o Evangelho é pregado por Paulo, quase imediatamente aparecem “falsos irmãos que se tinham entremetido” (Gálatas 2:4). Hoje não é diferente. Uma advertência para nós: cuidado com a “mistura de gente!”.
O maná dava trabalho, era precisa levantar cedo, recolhê-lo, prepara-lo enquanto as “delícias” do Egito eram fáceis de conseguir e muito mais variadas.
O alerta para nós é óbvio. Cristo é o verdadeiro "pão do céu", como declarado em João 6, e quando a primeira alegria da nossa libertação espiritual passa, é muito fácil perder o nosso apreço por Cristo e Suas coisas, e ansiar pelas coisas do mundo que nos atraía antes da nossa conversão. Então nos tornamos descontentes e cansados de Cristo reclamando da falta de coisas fascinantes que um dia desfrutamos. Para Israel, sob a lei, resultou em julgamento. Estamos sob a graça, mas, no entanto, o castigo do Pai no Seu sagrado governo vem sobre nós – “o Pai disciplina aqueles que ama”. Em Êxodo 16 e 17, antes que a lei fosse dada, esse mesmo povo reclamou, mas não houve nenhum julgamento como vimos aqui. Uma ilustração disso encontramos em Romanos 5:13, “o pecado não é imputado não havendo lei”, como também de outra declaração do apóstolo, “nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri” (Romanos 7:9).
Israel lembra destes alimentos porque para eles o maná perdeu seu delicioso sabor de “bolos de mel”! (Êxodo 16:31). Neste momento, não é mais do que um bolo com azeite (versículo 8) e depois seria descrito como um "pão vil" (Números 21:5). Caros amigos, se somos tentados pelas “delícias” do mundo, que cada um se pergunte: "Não será porque a Palavra tornou-se sem sabor para mim?" O Senhor Jesus prometeu: "aquele que vem a mim não terá fome" (João 6:35). Longe de Deus, do Filho do Seu amor e de suas Palavras de amor - a Bíblia, “nossa alma se seca”.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Quando a nuvem se alçou, as trombetas tocaram, o povo se reuniu, os levitas desmontaram o tabernáculo e todos tomaram suas posições de marcha. Então a trombeta soou mais uma vez "um alarme" e as tribos marcharam na ordem de suas bandeiras.
Os cristãos hoje aguardam o sinal da grande partida. O Senhor virá com "a trombeta de Deus" para arrebatar a Sua Igreja (1 Tessalonicenses 4:16). Mas a Igreja não pode perder de vista aqueles que podem ser deixados para trás. Pelo Espírito, ela diz ao mundo: "O que tem sede, venha" (Apocalipse 22:17). Isto é o que Moisés parece dizer a Hobab: "vai conosco, e te faremos bem". Mas porque a seguir ele lhe pede ajuda para guiar o povo pelo deserto? Moisés cometeu um erro aqui voltando-se para um parente que estava familiarizado com o deserto e pedindo a ele para lhes servir de olhos - guiar (versículo 31). Às vezes somos guiados por parentes aos invés da Palavra e do Espírito Santo. O homem como sempre falha, mas não vamos julgá-lo muito severamente, nós que muitas vezes preferimos tomar conselhos humanos do que confiar na direção do Senhor. Como para nos lembrar “quem” conduz o Seu povo, o versículo 33 mostra a arca indo diante para garantir ao povo "um lugar de descanso". O Senhor é zeloso, pois conhece que a direção vinda de qualquer outro lugar nos levará a caminhos errados. Portanto, Ele instrui para que tirem a arca do centro do arraial e a coloquem na frente para guiar. Repare o que o Senhor buscava para eles.
Vendo por outro lado, o sogro de Moisés era um habitante do deserto, então em teoria, poderia ser prudente e de grande ajuda tê-lo por perto. Uma proposta atraente para ambos os lados, a orientação de um especialista humano que ganharia uma participação na bondade de Deus. Mas se Deus se compromete a guiar Seu povo, qual orientação adicional é necessária?
A resposta divina a esta "prudente" sugestão de Moisés, registrada no versículo 33, é marcante. A arca do Senhor com a nuvem da Sua presença deixa seu lugar no meio do povo e vai adiante para procurar o lugar de repouso exato para eles. Assim, não apenas em suas jornadas e seus descansos eram guiados, mas o próprio local para acampar era indicado. Deus ainda cuida da viagem e os descansos de seus santos hoje? A igreja estava "espalhada" em Atos 8:1, mas em Atos 9:31 lemos: "Então as igrejas tinham paz", e ambas as coisas estavam sob o controle do Senhor. Você está encontrando descanso para sua alma?
A jornada de três dias pela qual Cristo passou pela morte por nós abre “um novo e vivo caminho” para um povo ressuscitado com Ele viajando para o seu descanso celestial.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Israel não tomava nenhuma decisão a respeito das etapas de sua viagem pelo deserto. Cada partida e cada parada ocorriam de acordo "com o mandamento do Senhor". A nuvem se alçava? Eles deviam partir, mesmo que houvessem acabado de chegar e mesmo que estivessem em um lugar agradável. A nuvem se detinha sobre o tabernáculo? Eles paravam e se alojavam. Eles poderiam seguir sem essa direção divina por um único dia? Absolutamente não! A direção divina era indispensável quer fosse para um como para muitos dias, armar ou partir, de noite ou de dia. Esta é uma figura clara da dependência contínua que convém aos redimidos do Senhor e que Ele mesmo mostrou perfeitamente. Como por exemplo no caso de Lázaro, apesar de ter recebido a mensagem e do amor que sentia pelos membros daquela família, Jesus foi para Betânia dois dias mais tarde quando conheceu a vontade de seu Pai (João 11). Que lição para nós! Hoje, a presença do Senhor é vista apenas pela fé, mas Ele está presente em cada crente. Ele é capaz de nos guiar e nos dirigir em nossa jornada a cada dia em direção ao nosso Lar. Para saber quando parar e quando andar, um Israelita tinha que manter seus olhos na nuvem. É igualmente importante para nós olharmos para o Senhor.
Nós já buscamos orientação em nosso caminhar por este mundo desejando que tivéssemos algum sinal visível para nos dirigir? Temos que lembrar que a epístola aos Hebreus foi escrita para mostrar que as coisas visíveis do judaísmo eram apenas sombras e agora davam lugar as realidades que nos alcançaram em Cristo e são conhecidas pela fé. Nós temos o Seu Espírito e a Sua Palavra, e se tivermos a mansidão, da qual o Salmo 25:9 fala, não faltará a orientação de Deus que precisamos.
Quando a vontade de Deus era revelada, as trombetas de prata dos sacerdotes davam o sinal para os diversos movimentos do povo. Elas soavam para se ajuntarem (versículos 3 e 4), para partirem (versículos 5 e 6), para pelejar (versículo 9) e para os dias de alegria (versículo 10). Essas trombetas nos falam do testemunho de Deus, representado pela assembleia dos santos, em sua caminhada, em suas lutas, em sua adoração. A Palavra de Deus é para todo propósito... ela pode e deve fazer parte daquele gozo, tanto quanto para proteção e conforto. Em meio a um mundo hostil, a exortação é "não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor" (2 Timóteo 1:8).
No primeiro caso de direção divina – a nuvem, as pessoas olhavam para o sinal manifesto da presença de Deus; no segundo – a trombeta dos sacerdotes, o sinal era dado por aqueles que tinham intimidade de comunhão com Deus, isso é claramente representado pelos sacerdotes. Deus é superior a todas as dificuldades e pode nos guiar sempre. Por outro lado, certamente é sábio e bom aproveitar-se da ajuda espiritual que podemos obter, onde houver testemunho disponível; mas acima de tudo, da própria palavra de Deus para lidar com nós mesmos, bem como com nossas dificuldades. O Senhor é nosso Pastor: por que temer? O que o homem pode fazer?
As duas trombetas eram para serem feitas de uma só peça de prata, recordando-nos do Antigo e Novo Testamentos - ambos os quais são na verdade um só - a Palavra de Deus. A redenção é representada para nós na prata. Em 1 Tessalonicenses 4:16, a trombeta de Deus é o som para reunir os santos, estejam eles mortos ou vivos, para encontrar o Senhor na Sua volta.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Um ano se passou desde a saída do Egito e o SENHOR comunica a Moisés suas instruções para a celebração desta grande data. A cristandade celebra todos os anos o nascimento e a morte do Senhor, mas depois, muitos não pensam mais nisso até o ano seguinte. Por outro lado, os redimidos do Senhor têm o privilégio de lembrarem juntos os Seus sofrimentos e a Sua morte a cada primeiro dia da semana, participando da Ceia que Ele instituiu. A páscoa lembrava a base sobre a qual descansava a redenção daquele povo, o mesmo é para nós em relação a Ceia do Senhor, lembrar sua morte até que ele venha.
Os versículos 2 a 5 reforçam a obediência a tudo o que Deus ordenou quanto a páscoa. O tempo, a maneira e o que havia sido estabelecido era mantido o tempo todo. Este princípio de obediência é tão verdadeiro para nós que estamos sob a graça como foi para Israel sob a lei. Apenas uma variação era permitida, como vemos nos versículos 6 a 8.
Moisés sabia que não tinha autoridade para modificar as instruções de Deus, então ele foi ao Senhor para ouvir o que Ele tinha a dizer. Os homens em questão não foram contaminados por seus pecados, mas tinham deveres relacionados a mortos. Eles foram autorizados a comer a páscoa exatamente um mês depois, mas observando todas as ordenanças relacionadas a ela. Assim, se por um lado não havia castigo por descuido, havia provisão para deveres inevitáveis. O ensino disso pode muito bem ser aplicado em relação à Ceia do Senhor. Perder por negligência ou descuido significa perda espiritual; mas não é assim quando impedido por deveres necessários e corretos.
Outra coisa vem à luz no versículo 14. Não havia provisão apenas para quem estava impedido na data, mas, em Sua bondade, Deus também pensou no "estrangeiro". Tal pessoa também podia participar, se observasse todas as ordenanças. Assim, enquanto sob a lei Deus tratava apenas com Israel, Ele manteve a porta aberta para qualquer estrangeiro que tivesse seu coração tocado e atraído para Ele. Esta era uma coisa que o judeu comum era lento em admitir, como vemos nas palavras de Pedro, gravadas em Atos 10:34-35. Agora, no Evangelho, todas as distinções desapareceram. Não há "nenhuma diferença", seja na culpa ou na riqueza da graça oferecida, como declara a Epístola aos Romanos.
Como lemos, havia alguns que não estavam limpos. Eles confessaram abertamente e perguntaram a Moisés o que deviam fazer. Moisés pergunta ao Senhor. E é isto o que devemos fazer. Voltemo-nos para a Palavra de Deus em busca de respostas. Em Israel, a graça deu um recurso para qualquer pessoa que estivesse impura ou em viagem. O Senhor conhece as circunstâncias dos Seus e a Sua misericórdia os alcança, mas Ele não abaixa o Seu padrão, como por exemplo, dispensar de guardar a páscoa. Mesmo no segundo mês, ela tinha que ser celebrada de acordo com todas as ordenanças da páscoa (versículo 12).
A lembrança da morte de Cristo é necessária em todos os lugares. Sem ela não há caminho para fora do mundo. A morte de Cristo é o fundamento necessário e o único caminho para Deus ou qualquer benção de Deus.
Quão maravilhosa é a graça divina. Deus pensa com ternura sobre as circunstâncias no caminho que poderiam dificultar essa celebração e faz aqui uma disposição especial para isso. Mesmo para aqueles que não estão em condições, Ele permite que haja tempo para que o impuro seja limpo, e deste modo o homem guardasse a Páscoa no segundo mês. Assim como a confissão de faltas era necessária aqui (versículo 7), a Palavra hoje convida o crente a se julgar, a se examinar, antes de participar da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:28). Um Israelita que não se importasse em guardar a Páscoa devia ser cortado do povo (versículo 13). O Senhor pediu-nos que correspondêssemos ao Seu amor recordando-O em Sua morte. Isto não significa que um crente possa vir a perder sua salvação se for descuidado, mas ele perderá seu discernimento e paz. A participação hoje não é de forma alguma como foi no tempo da páscoa, uma obrigação a ser observada sob pena de morte (versículo 13). Por causa disso o desejo expressado pelo Senhor tem menos poder para o coração dos redimidos? Com o pretexto de que não é obrigatório, é menos grave se ausentar, quando o Senhor disse ao dar o cálice ao Seus: "Bebei dele todos"? (Mateus 26:27).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Antes de serem apresentados como uma oferta de movimento, os levitas eram purificados e sacrifícios oferecidos por eles. Eles passavam a navalha por todo seu corpo (versículo 7) e lavavam as suas vestes. Já vimos estas figuras na consagração dos sacerdotes e com a purificação dos leprosos. Isso não corresponde à conversão, mas ao trabalho que o Espírito Santo realiza através da Palavra para que os crentes permaneçam puros. A navalha é uma figura do julgamento que temos de exercitar sobre tudo o que a carne produz. Para o servo, o orgulho em particular cresce rapidamente se a “navalha” não estiver lá para lidar com todas as suas manifestações. Além disso, quando nos lavamos, não gostamos de vestir roupas sujas. E, para servir ao Senhor, precisamos não só de uma boa consciência, mas igualmente de um testemunho prático (conduta exterior) irrepreensível. O versículo 19 nos diz que os levitas vinham depois dos sacerdotes. Nós crentes somos ambas as coisas, mas a adoração deve vir em primeiro lugar. Leia estes versículos 19 a 22 bem devagar.
Somente depois disso o levita poderia cumprir seu serviço (versículo 22). Que lição importante! Toda ocupação exige um período de aprendizado, de preparação. Para o serviço do Senhor ainda mais. Antes de começar apressadamente um serviço para Cristo, permita a Ele fazer o que, pela Sua graça, deseja cumprir em nós. Se estivermos perto de Deus em comunhão, seremos guiados por ele; caso contrário, somos guiados por Sua providência eterna, como cavalos e mulas, com estribos e freios, para não tropeçarmos. No deserto, Deus conduz seu povo a sua presença, com a sua presença. Não temos nós hoje o Espirito Santo de Deus habitando em nós para nos guiar até Ele, em Cristo, no “deserto” deste mundo?
A partir dos vinte e cinco anos, cinco anos preliminares, para dos trinta aos cinquenta anos, os anos de maturidade e vigor, os levitas faziam “o serviço no ministério da tenda da congregação”. Depois dos cinquenta, o trabalho pesado terminava, mas isso não acabava com o privilégio de servir, apenas alterava seu caráter. Hoje, todo santo é chamado para o “serviço levítico”, bem como ao serviço sacerdotal. Os versículos finais do capítulo 8 mostram a diferença entre ministério e serviço, ou fazer a guarda, o primeiro é um trabalho pesado e o segundo um trabalho de supervisão. Os levitas são uma figura dos cristãos, redimidos, purificados e separados para servir ao Senhor, não possuem herança neste mundo.
Existe sempre o perigo do trabalho e o obreiro se tornarem o objetivo em vez do Senhor. Estejamos sempre atentos para evitar isso. É um grande mal, que entristece o Espírito Santo, cujo trabalho tem sempre por fim exaltar o nome de Jesus: é ofensivo ao Pai, que quer sempre fazer soar aos nossos ouvidos e chegar ao mais profundo dos nossos corações estas palavras procedentes do céu aberto e ouvidas no monte da transfiguração: "Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o" (Mateus 17:5). Isto é totalmente contrário ao pensamento do céu, onde todos os olhos estão em Jesus, cada coração ocupado com Jesus, e onde o único brado eterno, universal e unânime será "Digno és".
Meditemos nisto profundamente e o tempo todo com a finalidade de nos abstermos de tudo quanto se aproxima, nos leva ou se parece com a exaltação do homem - do ego - das nossas palavras e dos nossos pensamentos. Busquemos com mais ardor a senda tranquila e discreta em que o Espírito do manso e humilde Jesus nos guiará sempre na conduta e no serviço.
Que possamos estar de tal forma em Cristo, receber d'Ele, dia a dia, momento a momento, a cada passo, o azeite puro, que os nossos corações brilhem para louvor d'Aquele em quem temos TUDO e sem o qual NADA absolutamente podemos fazer.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos
indicados e medite nos comentários)
O
versículo 89 nos revela o segredo de "Moisés, o homem de Deus" (Salmo
90). É a oração. Considere ele sob o peso de suas esmagadoras
responsabilidades, angustiado pelos murmúrios do povo, retirando-se na
escuridão e no silêncio do tabernáculo para conversar com Deus. Ele ouvia
"a voz" e “Ele lhe falava". Pensemos em Jesus que, muito antes
do amanhecer ou da chegada da noite, após o cansaço do dia anterior, partia
sozinho para um lugar apartado para orar (Marcos 1:35; 6:46). É esse vínculo
com Cristo no santuário na presença de Deus, embora em segredo, que mantém a
verdadeira luz do testemunho.
O
candelabro era a única fonte de luz no tabernáculo. Era a primeira sala -
"o santo lugar". Deus é luz (1 João 1:5), Jesus era a luz do mundo
(João 9:5) e o Espírito Santo é o azeite (o poder) que capacita a luz a
brilhar. Sete lâmpadas nos falam que era algo perfeito. Vemos nisto que a luz
de nossa vida, o que dizemos e fazemos, é para a glória do Senhor somente. Leia
e medite em Mateus 5:14-16. Que responsabilidade e privilégio temos! Devemos
lembrar que a luz do Espírito é a luz através de nós, Seu povo. O Espírito de
Cristo é para brilhar tanto no que oferecemos quanto no serviço ativo, temos
esse privilégio. Somente assim, as palavras do Senhor, em Mateus 5:16, serão
cumpridas em nós.
Mas
por que o candelabro (ou candeeiro) é mencionado novamente no início do
capítulo 8 entre as ofertas dos bens no capítulo 7 e a consagração dos levitas
nos versículos seguintes? Não é para mostrar que a luz divina sonda e aprecia
em igual medida tanto o que se oferta como a pessoa, e igualmente o serviço e
aquele que o realiza? Os levitas precisam ser preparados para o serviço do
Senhor. Somente água, e não sangue, é usado. Veja João 13:6-10. A água é como a
Palavra de Deus. Os crentes precisam da Palavra para se manterem limpos
(Efésios 5:25). Lembre-se de que os sacerdotes eram para a adoração a Deus, mas
os levitas (neste capítulo) eram para o serviço. Deus conhece o valor de nossa
devoção, da qual fala essa cena de consagração. E os levitas foram apresentados
por Aarão como uma oferta de movimento, como para permitir que esta luz divina
brilhe sobre cada um deles, sem deixar nada na escuridão. Se houvesse a menor
mancha em suas roupas, teria sido notado imediatamente. Quão importante é nos
mantermos diante de Deus para servi-lo (por exemplo, 1 Reis 17:1).
Os
levitas eram separados, mas conectados com todos os israelitas. Deus mostrou
claramente que Ele era Aquele a quem os levitas pertenciam. Assim como nós hoje
fomos separados para servir ao Senhor (1 Tessalonicenses 1:9 – convertidos para
servir). Que alegria quando, por um lado, reconhecemos completamente os
direitos do Senhor e, por outro, encontramos o nosso lugar. Não nos encontramos
empobrecidos porque é do Senhor, mas muito mais enriquecidos, porque as Suas
coisas são nossas.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao
Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Este longo capítulo se ocupa com as ofertas dos doze príncipes. A primeira: seis carros cobertos e doze bois para os levitas, nos falam da ajuda prática que podemos trazer aos servos do Senhor para facilitar o seu ministério: hospitalidade, meios de transporte etc. Essa ajuda prática aos irmãos hoje, por exemplo, pode ser feita encaminhado aos Servos de Deus (Romanos 15:24; 1 Coríntios 16:6, 11; 3 João, versículos 5 e 8). Bois e carros foram dados aos Gersonitas e Meraritas, pois eles tinham cargas pesadas para carregar; capítulo 3, mas nada foi dado aos Coatitas, pois eles carregavam a santa mobília sobre seus ombros. Isto representa particularmente a Pessoa do Senhor Jesus Cristo que deve ser levado da maneira mais pessoal e exaltada. Que precioso para nós essa figura, aqueles que levavam a carga mais valiosa, a suportavam sobre si. O melhor lugar dá origem aos mais altos exercícios de fé.
As oferendas entregues aos levitas "a cada qual segundo o seu ministério" (versículo 5), asseguram que o Senhor sempre fornece os meios para os Seus cumprirem a tarefa que Ele lhes confiou. Não existe um princípio, em relação a serviço e ministério, mostrando que Deus equilibra as coisas e mantém os homens “nivelados” dando a todos a mesma parcela. Se fosse assim, haveria um fim da graça prática. Pelo contrário, segundo a prova de fé e o amor, Deus organiza cada um de nós em um lugar diferente de acordo com Sua vontade sábia e soberana. Não existem duas coisas parecidas. Então seguem as ofertas para a consagração do altar. Servir os irmãos e ajudá-los em coisas materiais não é tudo; pratos, bacias, colheres cheias, nada estava vazio, isso nos fala das perfeições e o excelente perfume de Cristo correspondendo à adoração dos verdadeiros adoradores.
Os diversos sacrifícios que também fazem parte das ofertas evocam os diferentes aspectos da obra da cruz. Mas por que Deus dá tanto espaço a essas ofertas quando tudo poderia ser resumido em um único parágrafo? Repare que apesar de cada príncipe ter oferecido exatamente o mesmo, ainda assim cada um ofereceu em um dia especial, e cada príncipe e sua oferta é relacionada de modo especial em todos os detalhes. Deus dá grande valor ao que cada um traz, segundo suas orientações de amor, não deixando de lado nada de tudo o que é feito para Ele, em Cristo e no Espírito, não de acordo com nossos achismos. Deus se lembra de todo serviço feito para Ele e registra tudo cuidadosamente. Não tenhamos medo da repetição, e lembremos que o próprio Pai nunca se cansa da declaração das glórias de Seu bem amado Filho. Deus nunca Se cansa de escutar nosso louvor.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Na mesa ao instituir a ceia, o Senhor falava aos discípulos de Sua humilhação até a morte, e eles disputavam qual deles seria o maior. Eles não entenderam que o princípio do filho de Deus, do discípulo, é para ser um servo de todos pelo poder do amor de Deus atuando nele. Ser “maior” aqui é o contrário do princípio cristão. No mundo se ergue monumentos em memória de benfeitores humanos, o único monumento que o mundo levantou para Cristo foi a cruz. Mas na cruz vemos a graça. A graça floresce no vale da humildade; não é nos cumes das montanhas, mas nos vales que a prosperidade resplandece.
A carne sempre exalta a si mesma; mas mais do que isso, nunca consegue enfrentar uma dificuldade. Como no caso de Pedro, pode nos levar ao perigo, mas nunca nos libertar. Ela nos faz cair diante dos obstáculos ou então adormece. E, ainda assim, desses mesmos discípulos, Jesus diz que eles continuariam com Ele nas Suas tentações.
Enquanto Ele esteve aqui embaixo, o Senhor se mostrava como judeu e messias para os judeus; mas, ao subir à mão direita de Deus, tudo mudou. É importante entender que estamos ligados com Cristo em glória, não com Cristo na Terra. Confundir estas duas coisas é aplicar os princípios judaicos ao tempo atual. As riquezas, que para os judeus eram uma benção, são uma armadilha para o cristão. A nossa é uma vocação celestial, quanto menos estivermos ligados à terra, mais livres. A glória, a honra e a riqueza são apenas cadeias que, nos ligando com a terra, enfraquecem nosso verdadeiro vínculo com o céu.
O que os judeus possuíam era externo e terrestre; rudimentos do mundo. Cristo se entregou por nós para nos libertar do presente século mal. Assim, o mundo é julgado pela cruz de Cristo. O mundo se condenou ao condenar Cristo, e tudo está quebrado entre ele e Deus. Daqui em diante, a graça é o princípio sobre o qual Deus pode agir.
A Escritura menciona diversos nazireus: Sansão, Samuel, Amazias (2 Crônicas 17:16), João Batista. Mas o exemplo perfeito de um nazireu foi Jesus. Separado para Deus antes de Seu nascimento, aos doze anos se ocupando com os negócios de Seu Pai, a Sua consagração a Deus foi total até a morte na cruz. Vindo ao mundo, Ele “não era do mundo” e permaneceu estranho as suas festas e suas alegrias (João 7:8; João 17:14). Ele sempre foi separado da alegria humana assim como de todo mal - não havia mel assim como não havia fermento. Ele nunca permitiu que circunstâncias familiares atrapalhassem Seu ministério (Lucas 8:20-21). Vindo fazer a vontade de Deus, era inteiramente para Deus cada pensamento, palavra e agir. Sua dependência era constante (João 5:19). Ele estava além do alcance da impureza (1 Pedro 2:22). Que modelo é para nós esse querido Salvador em Seu caminho de completa devoção! Um caminho difícil, mas o único que no final aguarda aquela alegria de que o fruto da videira é uma figura, e que Ele irá compartilhar com aqueles que compartilharam Sua vergonha aqui embaixo (final de versículo 20; Hebreus 12:2, Mateus 26:29 e Mateus 25:21).
No final do tempo do seu voto, o nazireu oferecia todos os sacrifícios. Tomar o nosso lugar aqui embaixo com o Nazireu perfeito realmente nos permite entrar nos vários aspectos de Seu trabalho na cruz.
Deus não pode se alegrar com o mundo que matou seu Salvador. Muito tempo já passou, mas o tempo não altera esse fato. O caráter do mundo permanece o mesmo. Um convertido não pertence a ele. Se nossos corações pertencem a Jesus, é impossível não ser triste no mundo. O mundo diverte-se; dança no túmulo de nosso Salvador.
Mas, por outro lado, o cristão se alegra com o Senhor e na sua porção celestial, da qual o mundo ignora. A alegria do cristão é uma esperança cheia de glória; mas aqui ele é sempre um nazireu e não pode compartilhar da glória deste mundo. Ele convida e ora para converter pecadores, mas não pode ter comunhão com eles. Jesus foi rejeitado pelo mundo e recebido no céu; este também é o lugar do cristão. Nosso Sumo Sacerdote foi feito mais alto que o céu. Ele nos deixou um símbolo de Seu amor no partimento do pão. Se Ele não está mais presente conosco na Terra, é porque Ele se entregou por nós. Sua ausência não revela indiferença; a Ceia do Senhor é o memorial de Seu amor perfeito para nós.
Cristo nos leva ao reino celestial por uma vida totalmente nova. Não somos transportados para o reino do Filho do Seu amor sem possuir a Sua vida - a do último Adão, que é um espírito vivificante. Somos feitos participantes da natureza divina. A conversão não é apenas uma mudança, mas a comunicação de uma vida desconhecida para nós antes - uma vida escondida em Cristo, separada dos pecadores, separada do mundo.
Os versículos 22 a 27 coroam o capítulo mostrando que nos separarmos para o Senhor é o caminho seguro para a bênção.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Além dos levitas, era o privilégio de qualquer homem ou mulher de Israel separar-se a si próprio de uma maneira especial para o Senhor. Quando assim procedia, a pessoa era chamada de "nazireu". (Não nazareno, que era uma pessoa que vivia em Nazaré). Mas, em contraste com os filhos de Levi, tal consagração era individual e voluntária. O nazireu era livre para fazer ou não este voto, mas uma vez feito, a sua liberdade acabava; sua vida privada e pública era submetida a obrigações rígidas. Assim como em um exército, o recruta voluntário está sujeito a mesma disciplina que as tropas convocadas obrigatoriamente. Os requisitos de um nazireu eram três:
1. Abster-se de todos os produtos da vinha.
2. Permitir que seus cabelos crescessem.
3. Evitar o contato com a morte, salário e prova do pecado.
O vinho no Antigo Testamento é uma figura das alegrias do mundo. Durante o tempo que uma pessoa era um Nazireu, ele não deveria beber vinho. O crente é uma pessoa que está sempre separada, para Cristo, da excitação deste mundo. Algo pode não ser considerado "pecaminoso", mas poderia nos impedir de verdadeiramente desfrutarmos do Senhor. Isso mostra que não só o que é mal, mas o melhor pode ser uma armadilha de corrupção.
Deixar seu cabelo crescer significaria desistir de qualquer direito à sua própria dignidade ou reputação, figura do “eu” posto de lado, o que deve caracterizar o discípulo de Cristo. Pois a Bíblia nos diz que é uma vergonha para o homem ter cabelo comprido – 1 Coríntios 1:14. Era uma vergonha para um homem ser um Nazireu.
Tocar um corpo morto o tornaria impuro. Acaso não estamos cercados por aqueles que estão mortos em transgressões e pecados? O próprio Senhor Jesus foi o verdadeiro e perfeito nazireu. Ele Se fez de nenhuma reputação e Se conservou incontaminado deste mundo.
Não era, portanto, uma separação só do que estava contaminado, mas do melhor na natureza. Não que a natureza seja condenável, a criação como Deus fez foi digna de Sua mão; nós somos “ligados” a honra de Deus na criatura até o final.
Em princípio, cada filho de Deus tem esse caráter triplo. Ele está morto para o mundo, para si mesmo e para o pecado (Gálatas 6:14; 5:24; 2:17-20). Mas ele só pode ter a força necessária para manter esse difícil padrão, tão contrário à nossa natureza, se a sua “separação” para Cristo for total, resultado de uma decisão alegre em seu coração (ler os comentários de J. N. Darby abaixo). Os versículos 9 a 12 lembra-nos quão fácil é perder o nosso caráter de nazireu por falta de vigilância e quão difícil é recuperá-lo.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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No livro de Números é trazido o grande princípio da energia do Espírito de Deus em nós enquanto atravessamos o deserto. Êxodo nos mostra a redenção e o relacionamento; Levítico, o caminho da aproximação de um pecador à Deus; Números, o sacerdócio no tabernáculo no deserto.
Em Números 6 temos a separação correta para Deus na energia do Espírito Santo (versículo 2) - "para o Senhor". Assim, o Senhor Jesus, particularmente após Sua ascensão, "por eles me santifico", para que nós, pela energia do Espírito em nós, estejamos separados agora no deserto. Ele ainda mantém o caráter nazireu, porque todos os Seus discípulos ainda não estão reunidos nEle; E agora, em certo sentido, para nós é a separação da alegria - "o fruto da vinha". Na glória é o grande espírito de descanso. Agora, o efeito da energia do Espírito é cingir os lombos da nossa mente para que não se contaminem, não há impureza lá.
Versículo 3: "de vinho e de bebida forte se apartará"; isto é, da alegria das coisas deste mundo. O Senhor veio ao mundo esperando encontrar alegria entre os homens, esperando uma resposta ao Seu amor nos corações dos homens, mas não encontrou nenhuma. Um nazireu deve ser separado de todo afeto natural que pode ser tocado pela morte - para ser separado para o Senhor. Agora o Espírito é um novo poder que vem nos separar das coisas naturais. O Senhor se encheu do Espírito ao dizer: " Mulher, que tenho eu contigo? " Toda a natureza pelo pecado está sob o poder da morte, então o nazireu "por seu pai ou por sua mãe não se contaminará", " porquanto o nazireado (separação) do seu Deus está sobre a sua cabeça ". (versículo 7; veja também Lucas 14:26). É importante ressaltar que as afeições naturais vêm de Deus e, portanto, são boas em si mesmas; mas eles não tendem a Deus, sendo dedicadas ao objeto. Então somos nazireus. Nossa alegria está além da morte; sendo assim, de tudo o que desisto aqui, tudo o que possui os sabores da morte, estamos apenas desistindo do que dificulta uma maior apreensão da alegria e bênção daquela vida que está além do poder da morte. O Senhor quebrou esse vínculo na cruz. " com estas coisas se vive, e em todas elas está a vida do meu espírito" (Isaías 38:16).
"Todos os dias do seu nazireado (separação), santo será ao Senhor" (versículo 8). Este é o grande princípio no nazireu - santo para Deus, que em pequeno grau possamos alcançar esse caráter, ainda que seja perfeito em Cristo. Tudo isso é uma coisa muito diferente da inocência. Adão era inocente, mas não separado para Deus. Separado para Deus, supõe um conhecimento do bem e do mal, com esse conhecimento, separado do mal. Adão obteve o conhecimento do bem e do mal depois da queda; o Espírito Santo veio para nos tirar do mal. O Espírito é um novo poder, nos separando para Cristo em glória, agora que o mal e o ego entraram. É algo tentador para nós conhecer o bem e o mal; pois, por natureza, estamos no maligno - amando o mal e odiando o bem. O Espírito Santo agora nos tira do mal, e aqui está a dor - Sua energia em nós nos mantém longe do mal enquanto passamos por um mundo de pecado e morte. Não podemos ser inocentes agora que o pecado entrou, mas somos santos em Cristo.
Versículo 9: " E se alguém vier a morrer junto a ele por acaso, subitamente". A morte entrou em tudo na natureza como o sinal do ódio de Deus ao pecado. O espírito de devoção real a Deus sempre foi perfeito em Cristo; mas falho em nós. Onde o velho homem trabalha, há o princípio da morte; portanto, entramos na morte no momento em que o velho homem está trabalhando. Dito isto, a palavra para nós é: "os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências"; e novamente: "já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo". Tudo isso é solene. Não só temos paz, mas enquanto estamos passando por esta cena de pecado, precisamos ser mantidos separados e devotados a Deus pela energia do Espírito Santo em nós.
Versículos 9, 12. Se eu deixar a devoção a Deus, é verdade que o cabelo pode crescer novamente; mas a cabeça tem que ser raspada e o tempo foi perdido. Não se trata de pecado aqui, mas da perda em relação a energia da vida. Uma árvore cortada e quebrada cresce novamente; não morreu, apenas foi ferida, mas sua estatura não será a mesma que uma árvore não ferida. Isso é deixar Satanás estragar e impedir a obra do Espírito. Sansão deixou seu coração entrar na fraqueza da natureza, e quando entramos na velha natureza nossa força desaparece. Sansão, como nazireu, era uma figura da energia do Espírito de Deus; ele contou o segredo de sua força e a deixou, ele ficou fraco como os outros homens. É verdade que no devido tempo sua força voltou, e com poderosa energia ele levantou as fundações do templo. Se não somos cuidadosos e vigilantes para manter o segredo de nossa força em comunhão com Deus, e o mundo e o pecado entram, ainda que não estejamos conscientes disso, a verdade aparecerá quando nos levantarmos para nos movimentar - pode ser no serviço - e nos achamos fracos como outros homens, e quando em nossa fraqueza, como Sansão, o diabo ferirá nossos olhos. O Senhor era o verdadeiro nazireu, e Ele nunca saiu do curso de Sua caminhada de Seu nazireado. Não era uma coisa leve para Ele pisar o caminho do sofrimento; Mas Ele orou. "Posto em agonia, orava mais intensamente" antes da tentação, e então vemos que Ele não parou, não podia. Então devemos primeiro passar pelo julgamento com Deus, então Deus estará conosco no julgamento. Pedro (uma figura da igreja – nós - nestes últimos tempos [nota do tradutor]) dormiu e não orou, e quando o julgamento veio, ele o encontrou na carne e puxou a espada. Jesus orou para que o cálice pudesse passar dele; mas quando o sacerdote e os soldados vieram, apesar de Satanás estar em tudo isso, contudo, viu a mão de Deus e poderia dizer: "o cálice que o Pai me deu". Então não era nenhuma tentação, mas um ato de obediência.
Trechos do comentário de J. N. Darby sobre “O nazireu”
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
O acampamento de Israel tinha que ser preservado de todas as impurezas e isso por uma razão fundamental: o Senhor habitava ali (versículo 3, isso também é mostrado em Deuteronômio 23: 14). (Isto é algo importante para lembrarmos se queremos honrar o nome de nosso Senhor Jesus. Somos responsáveis em cuidar para que as coisas que contaminam, sejam elas morais ou doutrinárias, sejam "lançadas fora" - pois o Senhor está ali, Gálatas 5: 9 e 1 Coríntios 5: 6). O apóstolo invoca o mesmo motivo para que cada filho de Deus mantenha-se limpo de toda a impureza: seu corpo é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6: 19). O homem que sofria de lepra (que representa o pecado - "Todo leproso", quer dizer, todo aquele em quem se reconhece que o pecado opera) ou de "um fluxo" (a incapacidade de conter as manifestações da carne - quem se reconhece que o pecado opera. "Todo o que padece fluxo -isto é, "todo aquele de quem emana uma influência corruptora) e, todos os imundos por causa de contaminação com algum morto deviam ser levados para fora do arraial até que ele fosse curado.
No versículo 6, o Senhor agora faz Seu povo lembrar que cada um devia permanecer individualmente alerta, que a consciência deles era impura (Quando alguém age ou fala de modo errado contra outro, não é suficiente apenas dizer ao Senhor que pecamos - temos que ir ao que fizemos mal e acertar as coisas com ele também).
Do versículo 11 em diante, trata-se do julgamento do ciúme. Isso sugere a cada um de nós um exame cuidadoso e frequente das nossas afeições. Cristo continua sendo nosso objeto? Se amamos o mundo, a Palavra nos aplica o terrível título de "adúlteros". Mesmo que, externamente, tudo pareça estar em ordem, nos tornamos inimigos de Deus, traímos o Senhor (Tiago 4: 4; 1 Coríntios 10: 22). Encontramos com frequência na Bíblia a figura do marido e da esposa, o que nos lembra do Amor e relacionamento do Senhor para com o Seu povo de Israel, ou para com Sua Noiva celestial (a igreja). Que coisa triste e terrível quando o povo do Senhor se desvia dEle e faz amigos dentre aqueles que são realmente inimigos de nosso Senhor. Sim, permaneçamos diante Dele, como essa mulher suspeita diante do sacerdote e permitamos que a Palavra (a água santa) penetre nossa consciência e revele nossos sentimentos mais secretos. Deixemos que a Palavra de Deus nos sonde completamente. "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmos 139: 23-24).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Em Números 4, então, temos a ordem do serviço levítico, indicada por Deus, para o desmonte e transporte do tabernáculo; em Números 5, a remoção daquilo que contaminaria o arraial no meio do qual Deus habitava.
As instruções para remoção da impureza em nosso capítulo passam por três pontos principais:
Primeiro, a remoção de pessoas que podiam estar contaminadas. A lepra é um tipo de "pecado na carne", do qual fala Romanos 8: 3. A "questão" nos lembra as palavras de nosso Senhor: "o que sai da boca, isso é o que contamina o homem" (Mateus 15: 11). O homem sendo corrompido pelo pecado, tudo o que sai dele é contaminado e contaminante; E então "o pecado, sendo consumado, gera a morte", como o apóstolo Tiago nos diz (Tiago 1: 15).
Uma segunda fonte de impureza é mostrada nos versículos 5 a 10. A transgressão contra o Senhor e ao próximo é contemplada. Ela era tratada por confissão e por restituição. Isto tem algo muito definido para nós hoje. A confissão era a primeira coisa, mas por si só não era suficiente. Hoje temos muita contaminação, mesmo entre os verdadeiros santos de Deus, que brotam da transgressão, tanto na fala como no ato, o que aflige ao Espírito Santo e é um grande obstáculo à bênção espiritual. Não é raro que um tempo de despertar e conversão entre pecadores tenha sido precedido de um período de reavivamento entre os santos, quando a convicção de ofensas e transgressões contra seu Senhor e seus companheiros cristãos vem à consciência, seguida de confissão e restituição, na medida de suas forças.
E a terceira fonte é mostrada do versículo 11 até o final do capítulo, "a lei dos ciúmes". O arraial deveria ser santo pois era a morada de Deus, e se o ciúme quanto a sua esposa entrasse na mente de um homem, não devia ser mostrado, mas testado, seja com base em fato ou fantasia. Se fosse verdade, o julgamento caia sobre a mulher; se falso, ela era livre e demonstrava isso. Podemos ver aqui um tipo daquilo que marcou Israel e Jerusalém, indicado, por exemplo, em Ezequiel 16. Possivelmente isso também estava na mente do apóstolo Paulo quando escreveu 2 Coríntios 11: 2.
Israel teve que aprender que Jeová é "um Deus ciumento", e nós, cristãos, devemos lembrar que o Senhor Jesus, em quem a nossa fé repousa, tem ciúmes das afeições e devoções dos Seus santos, e algo desse ciúme justo e santo estava no coração do Apóstolo ao pensar na maneira pela qual os coríntios estavam em jugo desigual com os homens do mundo, sobre o qual ele os advertiu em 1 Coríntios 6. Foi a perda do "primeiro amor" por Cristo que colaborou com todos os males que corromperam as igrejas do Apocalipse 2 e 3.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
A primeira contagem dos levitas no capítulo 3 levou em conta todos os homens a partir de um mês de idade. Este segundo censo leva em conta somente os homens de trinta a cinquenta anos de idade. O Senhor espera que reservemos os melhores anos de nossas vidas para Ele. Não é mais uma questão de nossa idade física, mas de maturidade espiritual, o fruto da experiência adquirida pouco a pouco. Para um jovem que foi fiel “no mínimo", o Senhor, quando chegar a hora, poderá confiar "muito" (Lucas 16: 10).
8.580 Levitas são assim reconhecidos como tendo idade para servir. Tendo em vista o tamanho e ao peso do tabernáculo, ninguém estaria sobrecarregado; eles poderiam aliviar um ao outro. Por que então o Senhor é obrigado, com tristeza, a afirmar que, para a sua grande seara, "os trabalhadores são poucos"? (Mateus 9: 37). Porque infelizmente muitos "não colocam os seus pescoços na obra do Senhor" (Neemias 3: 5). Essa situação humilhante deveria tocar a cada um de nós!
O censo dos levitas é realizado " segundo o seu serviço e a sua carga" (versículo 49). As palavras serviço e carga (versículos 28 e 49) nos lembram que aquele que serve o Senhor e Seu povo não pode fazê-lo sem sentir o peso da responsabilidade espiritual ou sem ter um coração sobrecarregado (2 Coríntios 11: 28). Vimos neste capítulo 4 que nada era deixado para eles escolherem - tudo era ordenado por Deus. E cada um de nós pode pedir ao Senhor que também nos mostre o serviço e a carga que tem para que nós aceitemos em nossa jornada para nosso lar celestial.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Uma meditação na presença de Deus sobre tudo o que nos é apresentado
figuradamente
Queremos portanto convidar o leitor cristão a ler os primeiros quinze versículos de Números 4 na presença de Deus, e a pedir-lhe que lhe explique o significado de cada um deles - o significado da arca e a razão por que só ela era coberta com um "pano todo azul"; e assim todo o resto. Temo-nos aventurado, com espírito humilde, sugerir o significado, mas desejamos ardentemente que o leitor o receba diretamente de Deus, por si mesmo, e não apenas do homem. Confessamos que tememos muito a imaginação, e cremos poder dizer que jamais nos havemos sentado para escrever sobre as Sagradas Escrituras sem
estarmos profundamente convencidos de que ninguém senão o Espírito Santo pode realmente explicá-las.
Dirás, portanto, por que escreves, então? Bem, é com a viva esperança de me ser permitido, ainda que de um modo fraco, ajudar o que estuda seriamente a
Escritura a alcançar com a vista as raras e excelentes pedras preciosas que estão espalhadas ao longo das páginas inspiradas, de forma que ele próprio possa apanhá-las. Milhares de leitores poderiam ler repetidas vezes o capítulo quatro de Números e não perceberem sequer o fato que a arca era a única peça mística do mobiliário do tabernáculo que não ostentava a pele de texugo. E se o simples fato não for compreendido em si, como poderá ver-se a sua importância? Assim também quanto ao altar de cobre, quantos têm deixado de observar que só ele era coberto com a "púrpura"?
Ora, nós podemos estar certos que estes dois fatos são plenos de significado espiritual. A arca era a mais elevada manifestação de Deus, e portanto podemos compreender o motivo por que ela mostrava, à primeira vista, o que era puramente divino. O altar de cobre era o lugar onde o pecado era julgado - simbolizava Cristo em Sua obra como Aquele que leva o pecado-mostrava esse lugar afastadíssimo a que Ele teve de ir por nós; e ainda assim esse altar de cobre era a única coisa que era embrulhada numa coberta real. Pode existir alguma coisa mais excelente que temos aqui? Que sabedoria infinita há em todas estas distinções! A arca nos leva ao mais alto ponto no céu. O altar de cobre nos leva ao ponto mais baixo da terra. Estavam em pontos extremos do tabernáculo. Naquela arca vemos Aquele que engrandeceu a lei; neste altar vemos Aquele que foi feito pecado. Na arca via-se ao primeiro golpe de vista o que era celestial; e era só quando se procurava mais abaixo que se via a pele de texugo; e profundando mais via-se esse misterioso véu, figura da carne de
Cristo. Mas no altar de cobre a primeira coisa que se via era a pele de texugo e por baixo dela a coberta real.
Vemos Cristo em cada um destes objetos, embora em dois aspectos diferentes.
Na arca temos Cristo mantendo a glória de Deus. No altar de cobre temos Cristo respondendo às necessidades do pecador. Bendita combinação para nós! Porém, o leitor já notou, além do mais, que em toda esta maravilhosa passagem para a qual temos chamado a sua atenção, não se faz menção de uma certa
peça de mobiliário que, segundo Êxodo 30 e outras passagens das Escrituras, ocupava um lugar muito importante no tabernáculo?- Estamos falando da pia de cobre. Porque ela é omitida em Números 4? É mais que provável que alguns dos nossos clarividentes racionalistas encontrem aqui o que eles chamam um erro, um defeito, uma discordância. Mas será assim? Não, graças a Deus! O cristão estudioso sabe muito bem que tais coisas são inteiramente incompatíveis com o Livro de Deus. Sabe e confessa isto, até mesmo se não puder ser capaz de justificar a falta ou a inclusão deste ou daquele pormenor em uma dada passagem. Mas precisamente na medida em que podemos, pela misericórdia de Deus, ver a razão espiritual das coisas, descobrimos sempre que onde o racionalista vê, ou aparenta ver, falhas, o crente estudioso e piedoso vê pedras preciosas.
Acontece assim, não duvidamos, a respeito da omissão da bacia de cobre da relação do nosso capítulo. E apenas uma de dez mil ilustrações da beleza e perfeição do volume inspirado.
Mas o leitor pode perguntar, por que é omitida a pia? A razão pode ser encontrada no duplo fato do que era feita a pia e para o fim que era feita. Este duplo fato já foi apresentado em Êxodo. A pia foi feita dos espelhos das mulheres que se ajuntavam, ajuntando-se à porta da tenda da congregação (Êxodo 38:8). Este era o seu material. E quanto ao seu fim, foi dada como um meio de purificação para o homem. Ora, em todas estas coisas que formavam a tarefa especial e obrigatória dos filhos de Coate, nós vemos as diversas manifestações de Deus em Cristo, desde a arca no lugar santíssimo até o altar de cobre no pátio do tabernáculo; e, visto que a pia não era uma manifestação de Deus, mas do homem, não é portanto confiada à guarda e responsabilidade dos coatitas.
Mas devemos agora deixar que o leitor medite sobre esta Profunda parte do nosso livro (Números 3 e 4). Podíamos continuar a desenvolver o assunto longamente até termos enchido volumes em vez de páginas, e, afinal de contas, sentimo-nos como quem tem apenas penetrado a superfície de uma mina cuja profundidade nunca poderá ser sondada - cujos tesouros jamais podem ser esgotados. Qual a pena que pode descrever a instrução maravilhosa que contém a relação inspirada da tribo de Levi? Quem pode tentar desenvolver a
graça soberana que brilha no fato que o obstinado Levi fosse o primeiro a responder à pergunta comovente "Quem é do Senhor"? Quem pode falar acertadamente dessa rica, abundante e distinta graça exemplificada no fato que aqueles cujas mãos tinham sido usadas para derramar sangue fossem as primeiras a ser permitidas a tocar nos vasos do santuário, e que aqueles em cuja assembleia o Espírito de Deus não podia deixar entrar, fossem trazidos ao próprio seio da congregação de Deus, para ali estarem ocupados com o que era tão precioso para Ele?
E depois essas três divisões de obreiros, meraritas, gersonitas e coatitas! Quanta instrução temos aqui! Que símbolo dos diversos membros da Igreja de Deus, nos seus vários serviços! Que profundidade de misteriosa sabedoria em tudo isto! Será falar forte demais dizermos, neste momento, que nada nos impressiona mais profundamente que o sentimento de completa fraqueza e pobreza de tudo que temos exposto sobre uma das mais ricas partes do volume inspirado?- Ainda assim, temos conduzido o leitor a uma mina de infinita profundidade e inesgotáveis riquezas, e devemos deixá-lo para penetrar nela com o auxílio dAquele a quem pertence a mina e que é o único capaz de descobrir a sua riqueza. Tudo quanto o homem pode escrever ou dizer sobre qualquer porção da Palavra de Deus, pode, quando muito, ser sugestivo; falar dela como de um assunto exaustivo seria lançar desprezo sobre o cânone sagrado. Possamos nós trilhar o lugar santo com os pés descalços, e ser como aqueles que indagam no templo, e cujos estudos são perfumados pelo espírito de adoração.
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Trecho do livro “Notas sobre o Pentateuco” de C. H. Mackintosh