Levítico 14:14-32
(para maior proveito, ore,
leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Agora começa o longo processo de se passar pelas diferentes
ofertas que são descritas nos primeiros 7 capítulos deste livro. Quando
aceitamos o Senhor Jesus como nosso Salvador, somos purificados para sempre de
nossos pecados. Mas agora que estamos limpos, não significa que podemos viver
como antes. Agora nossa vida não pertence a nós, pois fomos comprados com o
preço do sangue de Cristo. Leia o que diz após a palavra "Porque" em
1 Coríntios 6:19-20.
"Será limpo", concluem os versículos 9 e 20. Aqui,
novamente, não importa a opinião do leproso purificado. Deus declara puro e
santo o pecador nascido de novo para quem esta palavra deve ser suficiente,
mesmo que ele não sinta nenhuma emoção, nem sentimento especial. "Haveis
sido lavados... santificados... justificados em nome do Senhor Jesus", diz
a Palavra em 1 Coríntios 6:11. A salvação depende do poder purificador do
sangue de Cristo, mas a comunhão com Deus depende da obra purificadora de
Cristo. Sangue e água (Hebreus 10:22).
Assim como os pássaros, uma figura da obra de Deus por nós,
faltavam outras duas coisas da Sua obra em nós: a água, o poder purificador da
Palavra, e a navalha. O leproso raspava seu cabelo, barba e sobrancelhas. Tudo
o que recordava a força natural do homem era descartada. Este é o trabalho do
Espírito Santo, que nos leva a julgar o que nossa velha natureza produz, é
chamado de libertação.
O sangue do sacrifício era aplicado na orelha (o que
ouvimos), na mão (o que fazemos), no pé (por onde andamos) do leproso
purificado, exatamente como tinha sido feito com o sacerdote no dia da sua
consagração (Êxodo 29:20) e isso tinha que ser feito com o azeite. Como diz o
versículo 14, como um “que tem de purificar-se”, isso indica que a limpeza tem
um efeito prático sobre como e o que uma pessoa ouve, sobre o que faz com suas
mãos e como anda. Mas, além disso, o leproso era ungido com o restante do
azeite na cabeça (o que pensamos) (versículo 18). Surpreendentemente, o leproso
era o único em todo o Israel, juntamente com reis e sacerdotes, que recebia
esta santa unção, figura da operação do Espírito Santo no coração dos remidos
(1 João 2:20), o poder pela qual o “ouvir” toma a verdade, o poder pelo qual as
ações são feitas corretamente e pelo qual a caminhada é corrigida.
Até aqui, a oferta da culpa destaca primeiro a necessidade
de conhecer os detalhes da prática pecaminosa (tipificada na lepra), enquanto a
oferta pelo pecado trata do pecado como o princípio odioso do mal que corrompeu
nossa própria natureza. O holocausto é o que dá toda a glória a Deus no
sacrifício do Senhor Jesus, porque Deus é a fonte de todas as bênçãos na
restauração. A oferta de manjares nos lembra que o Único que poderia ser uma
oferta satisfatória para o pecado deve ser um verdadeiro homem sem pecado,
típica da pureza dos detalhes de toda a vida do Senhor Jesus - totalmente em contraste
com a lepra. Todas estas coisas estão, portanto, envolvidas no nosso ser limpo
da imundície do pecado. Quando Deus trabalha Ele faz uma obra completa.
Já vimos uma exceção feita por causa da pobreza (Levítico
5:7), e isso se aplica no caso da restauração de um leproso. Se não era
possível trazer três cordeiros, ele pode trazer apenas um cordeiro como oferta
pela culpa, um décimo de efa de flor de farinha misturada com azeite como
oferta de manjar, um logue de óleo e dois pássaros para substituir os dois
cordeiros.
O ritual era o mesmo que no primeiro caso, mas as aves
tomaram o lugar dos cordeiros na oferta pelo pecado e no holocausto. Nisto se
vê uma figura da pobreza de compreensão quanto à oferta pelo pecado e o
holocausto. Existem muitos que são muito pobres espiritualmente para perceber
corretamente como o pecado é tratado e condenado no sacrifício de Cristo, e
eles têm apenas uma pequena compreensão de que o sacrifício é sobretudo para a
glória de Deus (o holocausto). Como é bom ver o cuidado de Deus para com os
fracos.
De pecadores perdidos, agora lavados em seu sangue, Cristo
fez um reino de “sacerdotes para Deus” (Apocalipse 1:6 – Versão Darby, para ser
mais preciso, “reino sacerdotal”), a Ele, glória e poder para todo o sempre.
Amém!
Texto baseado em diversos
autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário