(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Vemos com que cuidado o Senhor guardava as coisas santas do tabernáculo. Antes dos Coatitas saírem a carregar suas partes, Aarão e seus filhos deviam entrar e cobrir a mobília santa. Estes itens eram cobertos enquanto eram levados através do deserto.
Era trabalho exclusivo dos sacerdotes preparar os utensílios do tabernáculo para transporte. Ninguém podia ver, mas eles contemplavam a arca e os outros objetos e vasos santos que estavam lá. Ninguém tocava, mas eles colocavam sobre eles as coberturas adequadas. Apenas quando coberto pelos sacerdotes era que coatitas podiam transportá-los. Se esses objetos, que eram apenas sombras das coisas que virão do próprio Cristo e do Espírito Santo, somente eram expostos a olhos sacerdotais, podemos levar nosso coração a realidade mais santa, agora revelada a nós, apenas é apreendida quando assumimos nossos privilégios sacerdotais no poder do Espírito. Podemos tentar ir além do que nos é revelado, mas apenas para nossa própria ruína.
Embora diferentes as funções de um e de outro, as funções dos coatitas, dos gersonitas e dos meraritas eram todas relacionadas ao tabernáculo. Eles tinham que desmontá-lo, transportá-lo e reerguê-lo etapa por etapa através do deserto. Se há "diversidade de ministérios" (1 Coríntios 12:5), todos estão relacionados a Jesus, nosso Senhor, e cada crente tem de fato a mesma tarefa: apresentar Cristo ao passar por este mundo e manifestar Suas diversas glórias morais. Na palavra e no servir, os servos do Senhor são responsáveis por manter o ensino cristão intacto e vivo.
Ao longo de sua passagem pelo deserto, a maior parte dos utensílios ficavam ocultos sob a humilde pele de texugo, nos lembrando que os crentes têm seu tesouro - Cristo - "em vasos de barro... (2 Coríntios 4:7). Existia uma exceção: a arca, coberta com um pano azul, símbolo do caráter celestial do Deus e Homem caminhando aqui neste mundo. O castiçal era levado sobre barras (ou varais) e era reconhecido por todos, figura do testemunho prestado no mundo por Aquele que é a Luz dele (João 8:12). O altar de bronze sob seu pano púrpura (versículo 13), é um constante lembrete para os redimidos, passando pelo mundo, dos sofrimentos de Cristo e das glórias que o seguem.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Os sacerdotes e Moisés viviam no lado Leste. Eles não carregavam nada. Seu trabalho começava apenas quando o arraial parava. Os sacerdotes eram designados para a adoração a Deus.
Diferente dos demais filhos de Israel, os levitas foram numerados desde a idade de um mês. Considere o pequeno Samuel, Jeremias (Jeremias 1:5), João Batista (Lucas 1:15), Paulo (Gálatas 1:15). No momento apropriado, sua separação precede o chamado ao serviço do Senhor. O jovem Isaías, logo que ele ouviu a boa notícia de que "a sua iniquidade foi tirada, e o seu pecado perdoado", ele estava pronto para responder espontaneamente ao chamado do Senhor: "Eis-me aqui; envia-me a mim" (Isaías 6:7-8). Desde sua visão no caminho para Damasco, Paulo aprende da boca do Senhor que ele estava designado para ser "ministro e testemunha" (Atos 26:16).
Para o pouco trabalho que precisava ser feito, parece que havia muitos levitas, mais de 8500 (capítulo 4:48). Mas no Evangelho, o Senhor diz; "a seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos" (Mateus 9:37). Ah! se cada crente executasse seu serviço, o campo logo seria colhido, ou seja, os eleitos logo evangelizados e recolhidos. Infelizmente, muitos trabalhadores estão dormindo. Outros, agitados em locais do acampamento que não são o que o Senhor preparou para eles. Eles fazem um trabalho ruim. Qual o valor da verdade, se não estamos caminhando nela para a glória do Senhor?
Ao invés de cada primogênito de todo o arraial ser dedicado a Deus (Êxodo 13), os Levitas como um grupo foram dedicados a Deus como representando os primogênitos. Em nosso capítulo, o princípio da redenção como anterior ao serviço de Deus é novamente enfatizado.
Na nova criação, Cristo é apresentado como sendo o "primogênito de toda a criação" (Colossenses 1:15). Ele é também as "primícias" da grande seara de Deus (1 Coríntios 15:20-23). Portanto isso implica que há mais fruto por vir. Os crentes são este fruto. Assim, estando em Cristo, os crentes são resultados do Primogênito (Colossenses 1:15). Veja Números capítulo 7:6-9 para entender o que Deus provia para os Levitas conforme o peso de suas cargas. Lembre-se disso quando você achar que tem uma carga pesada!
Nenhum redimido pertence a si mesmo, pertencemos a Deus. Se por graça se voltou para Deus dos ídolos, como no caso dos tessalonicenses, é "para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro" (1 Tessalonicenses 1:9). O mesmo ensino é derivado no final do nosso capítulo. Os levitas substituíram os primogênitos em Israel, isto é, aqueles que a graça divina libertou da morte em virtude do sangue do cordeiro. Em outras palavras, cada redimido se torna um servo daquele que o salvou da morte e o arrebatou do poder do mundo e do seu “príncipe”, Satanás.
Não estamos entre os "primogênitos" na família de Deus através da abundância dos privilégios que recebemos? Que o Senhor nos leve a consciência de seus direitos sobre nossas vidas (2 Crônicas 29:11).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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A tribo de Levi, revestida de especial honra, é agora dividida em três famílias, Gerson, Coate e Merari.
Cada uma dessas famílias tem seu próprio serviço, especialmente escolhido pelo Senhor.
Temos nestes primeiros capítulos de Números "guerreiros (soldados), adoradores e servos".
Vimos
(1) uma nação de guerreiros, reunidos ao redor de seus estandartes; vestidos com toda a armadura de Deus e prontos a lutar pela verdade;
(2) uma tribo de servos - a tribo de Levi; e agora
(3) uma família de adoradores - a família de Aarão.
Certamente deveríamos nos deliciar em adorá-Lo exatamente da maneira que Ele nos disse para fazer e deveríamos servir com alegria o Senhor em tudo o que Ele possa nos guiar.
Assim como ninguém tinha o direito de escolher o lugar para a sua tenda, nenhum levita poderia decidir livremente qual serviço ele desejava realizar. O que temos que fazer não é necessariamente o que nos interessa, o que parece combinar com nossas capacidades ou o que podemos ver diante de nós. É o que o Senhor quer que façamos. "...há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo", afirma 1 Coríntios 12:5. Ele é o verdadeiro Príncipe dos príncipes sobre todos os cargos (versículo 32) e Ele sozinho está em posição de decidir a função de cada indivíduo na assembleia (Efésios 4:11-13). Imagine o que aconteceria em uma linha ferroviária, se o responsável pela sinalização decidisse um dia trocar de emprego ou se o responsável pela cancela de cruzar a linha do trem abandonasse seu posto. Que confusão e quais catástrofes seriam o resultado!
Veja como o Senhor escolheu algo especial para cada família fazer. Podemos pensar que se trate de uma honra muito maior levar a arca, do que levar as estacas - mas seja o que for que o Senhor escolhesse para cada um fazer, aquilo era um privilégio especial. Conforme 1 Pedro, capítulo 2, todos os crentes são sacerdotes e é nosso privilégio adorarmos e servirmos, mas tudo deve ser feito em conformidade com o modo como o próprio Senhor nos guia. Os sacerdotes eram todos iguais, e faziam a mesma obra, mas isso não acontecia com os levitas, onde cada um tinha uma obra individual a fazer (Números 4:19).
Vamos organizar nossos pensamentos a respeito desses arranjos enquanto o arraial estava acampado. O tabernáculo ficava no centro. Três tribos do povo estavam em cada um dos quatro lados. Mas então havia um grande espaço vazio entre o Tabernáculo e o povo. Nos lados Oeste, Sul e Norte, nesse espaço vazio estavam os Levitas, para o serviço, armando o Tabernáculo, guardando-o e desmontando-o. Ao Leste estavam os sacerdotes. Todos os quatro grupos eram da família de Levi.
No entanto, qualquer que fosse a atividade dos levitas, cada uma das três famílias acampava perto do tabernáculo (versículo 23, 29, 35). Nos lembramos daqueles trabalhadores na época de Davi que "moravam ali com o rei para o servirem" (1 Crônicas 4:23 – versão Brasil). "Quem está mais próximo de Cristo o servirá melhor e sem essa proximidade não pode servi-Lo" (J.N.D.).
Mas lembre-se de algo importantíssimo, a salvação vem antes de qualquer serviço ou ministério. Devemos ouvir a Deus e temer a solene advertência do Senhor Jesus e de Seu apóstolo (Mateus 7:22; 1 Coríntios 9:27).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
No terceiro capítulo, chegamos a mais detalhes sobre o que nos interessa ainda mais, não a ordem geral do alistamento de Israel, mas o que diz respeito ao serviço dos levitas. Isso tem uma ligação especial com nossa caminhada aqui neste mundo. O sacerdócio é tão notável no livro de Levítico quanto o serviço levita no livro de Números. A este respeito, Levítico não é um nome feliz para o livro. A verdade é que a maior parte dos detalhes sobre os levitas é encontrada em Números e não em Levítico. Devemos lembrar que o nome "Levítico" não é dado pela inspiração divina: é meramente um nome tirado da versão grega; ou seja, é um nome humano. Não hesito, portanto, em fazer essa observação. O modo de referência em hebraico para esses livros era a mera citação da primeira palavra em cada livro.
No livro de Números, então, onde nós temos a caminhada para a terra prometida, o serviço encontra seu lugar de destaque. No livro que desenvolve o acesso a Deus, o sacerdócio se sobressai tanto quanto o serviço levita aqui. O cristão é tanto um sacerdote quanto alguém a serviço de Deus. Somente o sacerdócio estabelece a proximidade ao próprio Deus no santuário celestial - não mais em figura, mas em verdade, enquanto que o "serviço levítico" tem a ver com o serviço do santuário enquanto o povo de Deus está passando pela terra. É necessário dizer que as funções sacerdotais do crente têm um caráter muito superior ao seu “serviço levítico”, se nos expressarmos figuradamente. Em um caso, temos que ver com o próprio Deus; nos aproximamos no sentido do que Cristo é para Ele, bem como para nós. No outro, temos o que é um dever santo; no entanto, é um dever que tem a ver com o homem e a Terra em nossa passagem por este mundo. É deste último que vamos começar a tratar em mais detalhes a partir deste capítulo 3.
Com o arraial de Israel organizado, Deus está para indicar determinadas famílias para determinados trabalhos. Mas primeiro é contada uma triste história. (E não é sem razão de ser). O sacerdote devia tomar fogo do altar e acrescentar incenso para apresentá-lo ao Senhor (Levítico 16:12-13). Nadabe e Abiú foram ao lugar certo, e eram filhos de Aarão o sacerdote, mas tomaram o fogo de um lugar diferente do altar, e Deus os matou por meio de fogo (Levítico 10:1-2). Isto nos ajuda a lembrar que Deus não Se agrada de qualquer pretensão de adoração que não tenha início na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo e no sangue que Ele derramou ali.
Então vemos que Senhor separou os filhos de Levi para fazê-los servidores do santuário. Colocados à prova por ocasião do juízo que se seguiu ao bezerro de ouro; foram achados fiéis (Êxodo 32:26-29; Malaquias 2:4-6), e assim eles são escolhidos para o serviço de Arão e de toda a congregação (versículo 7). Agora seus filhos são convidados a se aproximar e estar diante do Sumo Sacerdote para o serviço. Esta é uma figura do privilégio que pertence a cada cristão: servir ao Senhor e a Assembleia, impossível um sem o outro! Devemos sempre lembrar disso: antes de servir de forma inteligente, devemos nos apresentar diante do Senhor. E de que maneira, de forma prática, podemos estar diante Dele? Você não acha que é através da oração? É com os joelhos no chão que o cristão sempre começa seu trabalho.
Algumas das palavras empregadas pelo Espírito Santo neste livro lançam luz sobre a natureza do compromisso exigido no cumprimento do ministério do santuário. Mesmo aqui, elas indicam a necessidade de qualidades de soldado. A palavra "guarda" (ou serviço em outras traduções) nos versículos 7 e 8 sugerem a atividade de um sentinela, isto é, vigilância. Isaías 21:8, "fico no meu posto todas as noites". Que o Senhor nos conceda estar entre aqueles que sabem como vigiar por e sobre o povo de Deus. Também a palavra alistar no contexto de Números 4:3 traz à mente o serviço de guerra, trabalho, sofrimentos.
Nos versículos 12 e 13, o Senhor lembra quando e como Ele consagrou aos Levitas. Quando Deus matou os primogênitos do Egito, Ele queria que todos os primogênitos (homens - Êxodo 13:12) de todas as tribos de Israel fossem Seus. Aqui Ele diz que tomará a tribo de Levi ao invés daqueles primogênitos. Todos os Levitas pertenciam especialmente ao Senhor, e eram privilegiados e responsáveis por servi-Lo. A noite da Páscoa, para nós corresponde à cruz, marcou sua separação (leia 2 Coríntios 5:15). Mais ainda, esses servos são "dados" a Arão e a seus filhos (versículo 9). Não é assim que o nosso grande Sumo Sacerdote designa os seus discípulos amados em oração a Seu Pai? Eles são "aqueles que me deste" (João 17:9, 12, 24...).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Os crentes não são chamados a atravessar o "deserto" por conta própria. Para conscientizá-los de que eles são um povo, uma família, o Senhor os reúne em torno de si, então, neste segundo capítulo é estabelecido o arranjo do acampamento. E aqui temos outro princípio importante apresentado para nós, o tabernáculo era o centro e as tribos estavam todas dispostas a partir dele. Imagine como seria. O Senhor no centro de todo o grande arraial; a arca está lá; a nuvem de Sua glória sobre o tabernáculo. Ao redor, cada um tinha seu lugar designado.
Primeiro os levitas, então, em uma ordem em que sua própria escolha não fazia parte, as doze tribos acampavam em grupos, três tribos sob uma bandeira, em cada um dos quatro pontos cardeais. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios 14:33). Em Sua soberana sabedoria, Ele “colocou os membros no corpo, cada um deles como quis" (1 Coríntios 12:18). Ele determinou o lugar onde Ele quer que cada um deles esteja. Que Ele nos ajude a encontrar nosso lugar!
Não era manifesto para eles como é para nós hoje, que "as coisas visíveis são temporais". Nossa atenção deve estar concentrada nas coisas invisíveis que são eternas. A presença de Deus entre o Seu povo hoje não é visível.
No versículo 2, o trecho “à alguma distância” (versão Brasil) deve ser observado. Em Efésios, lemos que os gentios estavam "longe" em contraste com os judeus, que estavam "perto". Mas a proximidade de Israel era apenas relativa. Os sacerdotes e os levitas armavam suas tendas ao redor do tabernáculo e o povo tinha que permanecer à margem, pois sempre havia o medo da ira sobre eles, como afirmado no versículo 53 de Números 1 (versão Brasil).
Vemos que a ordem do arraial não foi deixada à vontade ou desejo daquele povo. Se eles tivessem desobedecido sob a falsa noção de que eles conheciam uma ordem melhor, eles simplesmente teriam produzido desordem.
Nisto, vemos uma lição para nós. Em 1 Coríntios 14, temos o apóstolo Paulo instruindo a ordem na assembleia cristã e dizendo que o que ele escreveu "são mandamentos do Senhor". Muitas desordens foram produzidas por deixar de lado ou ignorar esses mandamentos.
A palavra "estandarte" (ou bandeira) é mencionada com frequência.
Todo homem em Israel não devia apenas conhecer sua família, mas também reconhecer onde aquele determinado estandarte era levantado.
Que confusão teria sido se cada homem decidisse por si próprio onde iria armar sua própria tenda. Muitos cristãos levantam bandeiras de acordo com sua própria ideia ou para sua conveniência. Ao nosso redor vemos aqueles que levantaram suas próprios bandeiras. Eles vão "à igreja de sua escolha". Eles usam um nome. O nome de um homem, de uma organização ou doutrina é para eles como uma bandeira, um ponto de reunião que os distingue dos demais. Deus não reconhece essas denominações, essas bandeiras inventadas pelo homem. Ele só reconhece o Centro que Ele próprio estabeleceu: Jesus, "o verdadeiro tabernáculo", que reúne os filhos de Deus que estavam dispersos, Aquele que “traz a bandeira* entre os dez mil" (Cantares 5:10). Que felicidade seria se nós que somos crentes nos lembrássemos disso.
A Palavra de Deus é clara, "Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles", Mateus 18:20.
Que possamos nos reunir em torno do estandarte que Deus proveu, a pessoa do próprio Filho de Deus e Seu nome digno.
Assim era no princípio do Cristianismo - Atos 2:42.
*Nota: O significado mais preciso é "levantado como uma bandeira" (nota JND).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Todos os filhos de Israel registrados neste capítulo atravessaram o Mar Vermelho no ano anterior. Eles foram "batizados em Moisés na nuvem e no mar"; eles haviam compartilhado de todos os privilégios pertencentes ao povo do SENHOR: o maná, a água da pedra (1 Coríntios 10:2-4). Mas, dos mais de seiscentos mil mencionados no versículo 46, quantos chegaram à terra prometida? Apenas dois, em quem Deus pode ter prazer porque tinham fé (1 Coríntios 10:5 e Hebreus 11:6). Entre as multidões daqueles que hoje levam o nome de cristãos, somente o Senhor sabe quantas almas realmente pertencem a Ele (2 Timóteo 2:19). É necessário repetir que não é o batismo, mas a fé em Jesus Cristo que nos torna membros do povo de Deus.
Todo esse povo teve que declarar sua descendência. A prova hoje é a descendência “espiritual”. Em Filipenses 3, vemos que Paulo, era "um hebreu de hebreus", nem uma gota de sangue gentio entrou em sua descendência, e ele considerou tudo por perda “pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus”, para "ganhar a Cristo" e ser "achado nele".
Os filhos de Levi não foram contados entre os homens de guerra (versículo 47). Isso nos mostra que força e poder não são levados em conta para o serviço do Senhor. Observe, no entanto, que na atual dispensação o crente deve assumir ambas as funções: soldado e servo. Ele deve ser como Timóteo para combater “o bom combate da fé" (1 Timóteo 6:12) e, ao mesmo tempo, como o jovem Arquipo, pronto para cumprir o ministério que recebeu no Senhor (Colossenses 4:17). Mas existe uma característica que antecede estas duas: adorador. Sem o “primeiro amor”, o combate já está perdido e o serviço perde o sentido. Os Levitas cuidavam do tabernáculo. Eles o desmontavam, montavam, e o guardavam armando suas tendas ao redor dele. Quantos detalhes e que cuidado! Assim podemos dizer que eles eram guerreiros... trabalhadores... adoradores. O apóstolo Paulo foi chamado para ser nosso “padrão”, nele vemos essas três qualidades. Assim somos nós.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Todo homem de cada tribo é cuidadosamente questionado quanto aos ancestrais de sua família.
Esperamos que você seja capaz de dizer "Pertenço à família de Deus".
Somos introduzidos em uma nova família, e nos alegramos de ler que somos agora "da família de Deus". Efésios 2:19 (nossa própria jornada no "deserto" começa quando nascemos de novo).
Em alguns países, Vinte anos ainda é hoje a idade em que os jovens são chamados para o serviço militar. Reconhecido como capaz de carregar armas, o recruta tem uma obrigação para com o seu país. Assim que é chamado, ele renuncia a sua independência para se submeter a serviços coletivos; ele aprende o respeito a seus superiores, o significado da disciplina, do dever e da honra; ele é treinado em combate... (Lucas 7:8).
Este "prestar o serviço militar" certamente tem uma aplicação espiritual para cada jovem cristão. Desde o dia da sua conversão, "um bebê em Cristo" é imediatamente "capaz de sair à guerra".
A família de Deus é composta de "filhinhos", de "jovens" e de "pais" (1 João 2:13...). E, como em toda família em que há crianças em diferentes idades, a família de Deus, embora unida pela mesma vida e por direitos idênticos, inclui diversos níveis de capacidade e responsabilidade. Mas deve haver crescimento (compare Lucas 2:40 e 52). Chega um momento em que a pequena criança deve se tornar um jovem no sentido espiritual, forte, com experiência de vencer o inimigo (1 João 2:14) até a maioridade segundo Hebreus 5:14.
Já chegamos a este ponto? Ou fizemos pouco progresso desde nossa conversão?
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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O Senhor fala a Moisés "no deserto". Eles, em tipo, eram redimidos pelo sangue de cordeiros; nós, em realidade, pelo sangue de Cristo. Hoje começamos nosso quarto livro do Antigo Testamento, (e outro passo como crentes). Gênesis tratou dos começos; Êxodo, a saída (redenção). Levítico, adoração e comunhão. Agora Números. As primeiras palavras “Falou mais o SENHOR a Moisés” indicam que não há uma divisão real entre os livros de Levítico e Números. Ele começa no final do primeiro ano no deserto e termina com o povo na fronteira da terra prometida. Do nosso lado... tribulações, provas, dificuldades. Israel estava em um deserto, nós estamos em um mundo que é contrário a Deus, e não podemos encontrar coisa alguma aqui que satisfaça a vida que agora temos. Do lado de Deus... Sua infinita paciência com o Israel que reclamava... e conosco crentes que reclamamos com frequência de nossas circunstâncias. Certo? Se eles tivessem crido e confiado em Deus, onze dias teriam sido suficientes para levá-los à terra - Deuteronômio 1:2 e 1 Coríntios 10:1-12 mostra um pouco dos sérios eventos que aconteceram a Israel durante sua jornada.
O livro de Números retoma a história do povo de Israel através do deserto para nos falar de outros aspectos da vida cristã: o caminhar e o serviço (andar e servir). O Senhor aqui começou a numerar ("Números") as tribos de Israel: soldados, levitas e sacerdotes. Cada um teve que declarar sua descendência (versículo 18).
“Estes, pois, são os nomes dos homens que estarão convosco”, a escolha de um “cabeça” ou príncipe de cada tribo não foi deixada para as pessoas, nem para Moisés, Deus escolheu, isso nos lembra que ainda hoje Deus escolhe seus servos e líderes.
Números trata do início das jornadas de Israel pelo deserto. Não é mais o acesso a Deus. Isto vimos em Levítico, onde o tabernáculo estava em primeiro plano. No livro de Números, o Espírito de Deus tem o deserto diante dele e não o santuário. Encontraremos, é claro, o santuário, mas a questão aqui não é aproximar-se de Deus, mas da caminhada do povo de Deus na terra. E a terra não como está agora - um deserto, mas a terra como será quando o Senhor Jesus vier. Devemos dar importância a esta observação antes iniciarmos o livro de Números. Ainda é em toda parte a terra como a cena pela qual os redimidos do Senhor estão passando.
Israel estava prestes a ser provado, onde inimigos ocasionais os encontraram, onde sempre havia perigos e dificuldades, onde as pessoas podiam e, como veremos, manifestaram a falta de dependência de Deus.
Na sabedoria de Deus, era necessário o censo dos filhos de Israel. Em várias partes deste livro, Deus chama a atenção para isso - o cuidado e o interesse que Ele tem por todos os que lhe pertencem. É uma verdade muito simples, mas certamente cheia de conforto para a alma.
Todos podemos entender a doçura de ser numerado para o céu, e para isso o coração da maioria das pessoas se volta; mas mesmo aqueles que têm o maior conforto em olhar os conselhos de Deus garantindo-os para a eternidade são capazes de esquecer o interesse atual que o Senhor tem em todos os nossos passos, caminhos, conflitos e provações. Esta é a primeira coisa que esse livro mostra.
Queridos amigos, cada um de nós deve saber, em primeiro lugar, se é ou não um filho de Deus. E deve estar pronto para confessá-lo diante dos outros (Romanos 10:9). Mas tome cuidado! Todos eram israelitas cujos pais pertenciam a uma das doze tribos, hoje para ser cristão não é suficiente apenas ter pais cristãos. Na verdade, não é necessário que seja assim. A prova de sua descendência é espiritual, você é um cristão quando pessoalmente crê no Senhor Jesus Cristo. Você então passa a fazer parte desse povo celestial do qual Deus tem em seu “registro de nascimentos”, o livro de vida, a conta exata totalmente atualizada.
Se hoje você vier a Jesus, seu nome será escrito nele. E com alegria, você também poderá declarar sua descendência. Porque "a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus" (João 1:12).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Vamos deixar ao Senhor apreciar e estimar o que os outros fazem! Mas não vamos ficar preocupados em buscar a aprovação daqueles que nos rodeiam; não vamos esperar mais dos homens do que o que foi concedido a Ele que foi "precificado por eles" em apenas trinta moedas de prata (Zacarias 11:12-13). Em vez disso vamos nos ocupar em sermos apresentados como “a Deus aprovado" (2 Timóteo 2:15).
O Senhor Jesus é Aquele que veio ao mundo e nos redimiu (pagou por nós) com Seu sangue. Nós crentes somos dEle agora (1 Coríntios 6:19-20, Romanos 14:7-9).
Quão próximo Deus Se mantinha do Seu povo e da Sua terra. E isto é exatamente a maneira como Ele quer fazer conosco agora.
Pense no fato de que este livro foi escrito cerca de 1.300 anos antes de Cristo nascer, e todas estas histórias têm significados que se cumprem nEle - alguns ainda no futuro.
Neste fim de capítulo, temos o campo. Se um campo fosse dedicado ao Senhor, seu valor seria estimado de acordo com o valor da semente que poderia ser plantada nele (versículo 16). Isso nos diz que a colheita era mais importante do que o campo. Normalmente, "o campo é o mundo" (Mateus 13:38), e a semente fala da palavra de Deus (Marcos 4:14), que produz frutos nos crentes no mundo, que são mais importantes do que simplesmente a terra, falando de modo literal. O mundo de hoje foi dedicado a Deus para o julgamento, embora o dia do jubileu traga a maravilhosa libertação na vinda do Senhor Jesus em poder e glória. O julgamento do mundo emitirá sua libertação da escravidão.
A redenção do mundo exige o preço que o Senhor Jesus já pagou em Seu maravilhoso sacrifício do Calvário, que é maior do que o valor do mundo. Hoje, o mundo foi comprado (Mateus 13:44), mas ainda não foi redimido, embora todos os crentes tenham sido redimidos; o próprio mundo será redimido quando o Senhor com seu grande poder reinar sobre todos (Romanos 8:21).
Sob a lei, em todos os casos, o primogênito de um animal era dedicado ao Senhor. Não era, portanto, uma oferta voluntária, ele devia ser sacrificado porque pertencia ao Senhor.
Mas um animal imundo não poderia ser sacrificado ao Senhor. No entanto, Êxodo 13:13 faz uma exceção. O primogênito de um burro era redimido com um cordeiro, se não fosse redimido, o burro devia ter o pescoço quebrado. O significado disso é bastante claro. O homem é como um burro selvagem, imundo, indomável e rebelde. Ele deve ser redimido pelo Cordeiro, o Senhor Jesus Cristo, ou então ter sua rebelião de pescoço rígido quebrada em terrível julgamento. Todos os seres humanos são como animais imundos, precisando ser redimidos.
Os versículos 28 e 29 nos falam de “devotadas (consagrados) à destruição. Este é o caso de algo, ou alguém sendo colocado "consagrado" (versículo 29) por causa da grave corrupção do pecado. Uma vez consagrado a destruição, não há libertação, nem redenção. Portanto, uma vez que ocorreu o pronunciamento de Deus contra o mal, não pode ser revertido. Deus trata constantemente em grande graça buscando trazer arrependimento as pessoas, mas, apesar disso, algumas resistem a essa grande misericórdia de Deus e eventualmente se manifestam como inimigos de Deus, decididos a agir em rebelião. Portanto, eles se tornam como Romanos 9:22 descreve, "vasos da ira, preparados para perdição", e "tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados" (1 Pedro 2:8).
Nós não decidimos quando as pessoas cruzam a linha para assumir a hostilidade positiva contra Deus, mas devemos continuar a pregar o evangelho até que elas possam ouvir. Mas Deus sabe, e quando, Ele decide que estão sob a consagração à destruição, nada pode mudar isso. Quão terrível consideração para aqueles que ousam resistir aos graciosos argumentos do Espírito de Deus! Este é o caso descrito em Hebreus 6:4 a 8 e Hebreus 10:26 a 31.
O Livro do Levítico se fecha com o dízimo (um décimo) do fruto da terra sendo santificado ao Senhor (versículo 30). O número 10 fala de responsabilidade, então Israel foi responsável por render a Deus um décimo de tudo o que Ele lhes deu. Se assim for, Deus os abençoaria grandemente.
Desta maneira, esta conclusão de Levítico é profética da eventual grande benção de Israel quando eles darão ao Senhor Jesus seu verdadeiro lugar. Porque Ele será honrado, eles serão grandemente abençoados. Isso também é verdade para nós. Na medida em que o honremos agora, seremos espiritualmente abençoados, e na eternidade, quando Ele honrado em plena medida, os Seus santos serão em plena medida abençoados. Maravilhosa expectativa!
Neste livro, aprendemos sobre o sacerdote e sua função. Estamos agora chegando ao fim deste estudo - um estudo as vezes bastante árduo, mas que permitiu voltar a nossa atenção para o Senhor Jesus, nosso Sumo Sacerdote! Também pudemos reconhecer Seu envolvimento em todas os aspectos da vida de Seu povo.
Para a salvação, Ele entrou no lugar santo com seu próprio sangue conseguindo eterna redenção.
Para a caminhada diária, Ele tem o cuidado de nos manter livre de toda impureza.
Finalmente, para o serviço, Ele é, em nosso capítulo, Aquele que avalia tudo em seu verdadeiro valor!
Porém, que situação triste, existem alguns cristãos que recebem a salvação, mas depois preferem que o Senhor não se envolva em seus assuntos. Talvez seja necessário que estes passem por experiências tristes, como lemos no capítulo 26, até que seus afetos sejam despertados.
Que o Senhor nos dê total confiança em Sua pessoa e em Seu trabalho!
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Este capítulo trata dos votos (promessas) que os filhos de Israel poderiam fazer a Deus e a maneira como o sacerdote deveria avaliá-los. Isto nos faz pensar do Senhor Jesus e do valor que foi dado a Ele. Leia Zacarias 11:12-13 e também Mateus 27:9-10.
Este assunto não era uma questão da lei que exigisse qualquer coisa, mas de um voto voluntário feito a Deus. Embora não fosse necessário, ainda assim, quando o voto era feito, era absolutamente necessário que fosse mantido. Israel prometeu fazer tudo o que o Senhor ordenar (Êxodo 19:8, Êxodo 24:2 e 7). Deus manteve sua palavra, mas eles não cumpriram esse voto. Cada indivíduo, portanto, tinha incorrido em uma dívida que nunca pagaram, nem podem pagar. Sua condição por esse motivo é incorrigível. Somente a graça de Deus pode alcançá-lo - graça que veio na pessoa do Filho de Deus, mas que Israel recusou. Somente quando suas mentes forem mudadas, eles receberão tal graça.
Por causa da comprovada infidelidade do homem - comprovada por Israel de acordo com a lei - o Senhor Jesus advertiu as pessoas a não fazerem promessas (Mateus 5:33-37). Em outras palavras, não devemos confiar em nós mesmos. Nossa confiança deve ser apenas no Senhor, cuja palavra nunca pode falhar.
Em Êxodo 30 (versículos 11-16) vemos que o preço do resgate era idêntico para todos. Aqui, pelo contrário, as avaliações são variáveis. Na verdade, já não se trata mais do que representa a nossa salvação, mas sim da capacidade que cada um possui. Redimidos pelo mesmo preço, o precioso sangue de Jesus, todos os filhos de Deus não estão no mesmo nível espiritual ou possuem a mesma aptidão para o serviço.
O sacerdote devia intervir para apreciar a obra de cada homem: "segundo a avaliação do sacerdote, assim será" (versículo 12). Nós, que facilmente criticamos o que outros crentes fazem ou não fazem, vamos lembrar que Aquele que julga é o Senhor e que no Corpo de Cristo cada membro tem sua importância e função específica (1 Coríntios 4:4-5).
Pessoas, animais ou casas, tudo poderia ser consagrado ao Senhor. Na verdade, não temos nada mais precioso para oferecer ao Senhor do que nós mesmos, nossa própria pessoa. Isto é o que foi feito pelos macedônios de quem o apóstolo fala: "se deram primeiramente ao Senhor...", e todo o seu serviço, espontâneo, cheio de alegria, surgiu deste dom inicial (2 Coríntios 8:5).
Os versículos 14 e 15 falam de uma casa santificada. Há novamente um significado maior neste caso do que simplesmente a questão da casa de uma pessoa ser separada para o Senhor. Isso era verdade para o templo em Israel: sendo santificado, era propriedade de Deus, e o Senhor chamou-o de "a casa de meu Pai" (João 2:16). Nas epístolas do Novo Testamento, no entanto, a casa de Deus já não é um edifício material, mas uma casa composta de todos os crentes, "uma casa espiritual" (1 Pedro 2:5). Todo crente é uma pedra - uma pedra viva - neste edifício, uma casa exclusivamente para Deus, uma habitação de Deus no Espírito (Efésios 2:22).
Outro princípio é introduzido no caso de alguém que deseja resgatar sua casa. Se assim for, um quinto seria adicionado ao seu valor estimado (versículo 15). O Senhor Jesus ainda redimirá a casa de Israel em virtude do Seu sacrifício já realizado, que mais do que pagou o valor da casa: portanto, pode-se dizer: "e será Sua".
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
De uma forma ou de outra, os direitos de Deus serão reconhecidos. Se o povo não observa os anos sabáticos estabelecidos no capitulo 25, o Senhor os forçará a fazê-lo, expulsando-os a força da terra que é Sua. Israel não vai, por assim dizer, atender as condições estabelecidas pelo arrendamento. E esta será uma das razões para a deportação para Babilônia (leia 2 Crônicas 36:20-21). Os 70 anos de cativeiro correspondem aos anos sabáticos (versículos 34 e 35) não respeitado durante todo o período dos reis.
As consequências do pecado de Israel são realmente terríveis. A história confirma todas essas maldições atingindo a nação judaica. O holocausto durante a segunda guerra mundial foi apenas outro elo na cadeia dos anos de agonia de Israel. Deus é mais severo com este povo do que Ele é em relação a outras nações. Sua responsabilidade é certamente muito maior. Os oráculos divinos foram confiados a eles. Essa relação com o verdadeiro Deus cujo nome, por culpa deles, é blasfemado entre os gentios (Romanos 3:2 e 2:24). Agora, se Deus é mais exigente com Israel do que com as nações pagãs, você não acha que o mesmo se aplica a nós que temos a Sua Palavra em nossas mãos? "...todo aquele a quem muito é dado, muito será requerido; e daquele a quem muito é confiado, mais ainda lhe será exigido" (Lucas 12:48).
Observe também que confessar o pecado (versículo 40) e aceitar a punição por ele (versículo 43) são as condições para a restauração.
Deus sempre volta para aquilo que Ele é.
Depois de falar da enorme culpa de Israel que lhes causaria um sofrimento tão prolongado, o Senhor enfatizou que Ele não desistirá deles. Suas promessas a Abraão, Isaque e Jacó serão totalmente cumpridas. Por que elas ainda não foram cumpridas? A resposta é simples: Israel ainda não se voltou para Deus em confissão sincera de seus pecados e do pecado de seus pais. Há uma evidência flagrante de sua culpa que eles nunca enfrentaram, isto é, sua cruel rejeição e crucificação de seu verdadeiro Messias, o Filho de Deus.
Mas, em um dia próximo, a enormidade dessa culpa causará neles o arrependimento mais profundo. Confessarão isso como sua própria iniquidade e a iniquidade de seus pais. Eles confessarão quão completamente contrários a Deus foram, e que Deus tem razão em ser contrário a eles (versículos 40 e 41). Eles serão humilhados como nunca antes, para aceitar a total responsabilidade de sua culpa. Isto está implícito na profecia de Zacarias 12:10-14, quando eles olharão para Aquele a quem transpassaram e se quebrantarão em genuíno arrependimento e fé.
O resultado do futuro arrependimento nacional de Israel será graça maravilhosa e ilimitada, de acordo com a promessa incondicional de Deus a Jacó e a Abraão, que Ele lembrará (versículo 42). Mas o versículo 43 volta a enfatizar a ruína que trouxeram em suas terras e, portanto, a grandeza da graça de Deus que ainda os restaurará. Repete-se que "aceitarão sua culpa", sem desculpas, mas culpando apenas a si mesmos por desprezarem os juízos de Deus e abominando Seus estatutos.
No entanto, embora eles não possam e não peçam circunstâncias atenuantes, Deus não os expulsará, pois isso significaria quebrar Sua aliança incondicional com eles (versículo 44). Mas "por amor deles" Ele se lembrará da aliança de seus antepassados que, com graça maravilhosa, tirou da terra do Egito para que ele fosse publicamente seu Deus. Como isso amplia a maravilha da graça de Seu coração! Então ele acrescenta: "Eu sou o Senhor" (versículo 45).
O versículo 46 indica que este capítulo 26 conclui adequadamente a consideração dos estatutos, julgamentos e leis que Deus colocou sobre Israel.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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A única atitude segura para qualquer pessoa é acreditar em Deus. Vemos agora os tristes resultados da desobediência. Estes avisos simples se tornariam uma profecia precisa da história de Israel (e talvez da nossa também, coletivamente e individualmente).
Que desolação haveria se não obedecessem! Se nós crentes estivermos obedecendo o Senhor, certamente estaremos experimentando gozo e paz - sim, plenitude de gozo - João 15:8-11.
Se estivermos desobedecendo, então estaremos tristes - inquietos - insatisfeitos - sós - desapontados. Como estamos?
De forma séria, o Senhor tinha avisado mais uma vez ao seu povo sobre a idolatria (versículo 1). Mas, desgraçadamente, Ele precisará da palavra do profeta Amós (Amós 5:25-27) citada por Estevão (Atos 7:42-43) para sabermos que - ainda no deserto, a casa de Israel inclinou-se aos ídolos que fizeram, em particular ao abominável Moloque (ver Levítico 20:1-5). Esta é a razão de todas essas ameaças, cada vez mais severas, que foram mais tarde cumpridas sobre a nação culpada.
Como é duro o coração do homem!
Para quebrá-lo, Deus é obrigado a aplicar golpes cada vez mais fortes.
As vezes, Ele é obrigado a nos tratar dessa mesma forma!
Ele começa nos corrigindo com cuidado e, se não ouvirmos, sua voz se torna mais e mais insistente. Provérbios 29:1 nos adverte: "Aquele que, sendo muitas vezes repreendido, endurece a sua cerviz, Será de repente quebrantado, sem que haja remédio". Sendo assim, vamos aprender a reconhecer imediatamente a voz do Senhor e a não recusar sua correção (Salmo 141:5). Ele nos ama, Ele nunca nos castigará além do necessário para que a lição seja aprendida. Porque Ele é fiel, persistirá até que todo esse paciente trabalho vire nossos pensamentos e os nossos corações para Ele.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Este capítulo é mais ou menos um resumo das lições morais do livro de Levítico, um capítulo que transmite a seriedade de um Deus de santidade e verdade absoluta. Ele é dividido em três seções, hoje veremos a primeira.
Há dois princípios divinos que sempre andam juntos: um é a graça soberana - admiramos sua atividade em Levítico 25. O outro é o governo, o assunto deste capítulo 26. Enquanto, por um lado Deus dá sem impor condições, por outro Ele cuida para que todos colham o que semear.
Israel recebeu a promessa da maravilhosa benção de Deus sob a condição de obediência à Sua lei. O versículo 1, portanto, insiste fortemente na obediência ao primeiro mandamento, advertindo contra a idolatria em qualquer uma das suas formas. O versículo 2 a importância da guarda dos sábados de Deus, como tem sido repetido diversas vezes neste livro, e mostrar o devido respeito pelo santuário de Deus, o lugar da sua habitação em Israel. E, tristemente, veremos ao longo da Bíblia, a idolatria corrompe o Sábado de Deus.
O Senhor se dá ao trabalho de alertar seu povo sobre as consequências boas ou más de sua conduta, segundo suas ações. E como Ele sempre considera o bem em primeiro lugar, Ele começa, não por ameaças, mas com promessas encorajadoras, descrevendo as bênçãos que resultarão para Israel do andar em obediência. A chuva cairia a seu tempo, colheita abundante, segurança em sua terra, afastaria animais e inimigos e se houvessem inimigos, eles seriam facilmente vencidos. Depois de comer a velha colheita, limpariam o restante para abrir espaço para o novo. Assim, a benção seria contínua (versículos 9 e 10). Resumindo, fecundidade, paz e vitória,
Para deixar claro, estas são bênçãos terrenas, diferentes daquelas para o cristão, que é abençoado "com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Efésios 1:3).
Ele desejava muito abençoar Seu povo e fazê-los feliz. (O mesmo Ele quer fazer conosco hoje).
Se eles tão somente Lhe obedecessem. Mas a melhor delas era que, se obedecessem a Deus, Deus habitaria entre eles no Seu tabernáculo; Sua presença seria sua salvação contínua. Não há menção ao céu ou à vida por vir. Ele caminharia com eles e seria conhecido como seu Deus e eles seriam conhecidos como o povo de Deus (versículos 11 e 12). Ele lembra a eles novamente que Ele é o Senhor, seu Deus, que os tirou da escravidão do Egito e os levantou para caminhar na dignidade da verdadeira liberdade. Deus os colocou na posição vertical, em vez de curvados sob pesados fardos (Hoje também não é assim?). Essas palavras deveriam ter tido um efeito vital sobre elas.
Essa promessa do Senhor, preciosíssima, é compartilhada por Seu povo terreno e Seu povo celestial, ela é encontrada no versículo 12 e Paulo cita aos Coríntios: "Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo". Ela transmite a mesma responsabilidade para o cristão e para Israel: estar completamente separado de toda idolatria (versículo 1, comparar com 2 Coríntios 6:16).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Em casos de pobreza em Israel, os vizinhos deveriam ajudar, emprestar dinheiro, mas sem cobrar juros (versículos 36-37). Os judeus não eram proibidos de cobrar juros de estrangeiros (Deuteronômio 23:20), mas não deviam cobrar nada quando lidavam com seu próprio povo. Esta é certamente uma boa lição para nós também. Se alguém precisar de ajuda por causa da pobreza, é indecoroso cobrar-lhe juros. Negociação comercial é uma questão diferente. Ainda melhor do que emprestar aos que estão na pobreza é a graça de dar-lhes, como nos assegura 2 Coríntios 9:7.
Quando a trombeta da libertação soava (versículo 9), o escravo recuperava a liberdade, o pobre a sua posse, as famílias eram reunidas, cada herança devolvida ao seu verdadeiro dono. Era uma restauração, uma alegria geral, uma imagem do que Israel conhecerá, como também todo o mundo, quando Satanás será preso e a criação liberta da escravidão.
Israel nunca deveria fazer escravos de seu próprio povo, se alguém se tornasse tão pobre que se vendesse a outro, ele se tornaria um empregado, mas foi autorizado a comprar escravos gentios e mantê-los permanentemente, seja das nações ao redor ou daqueles gentios que se estabeleceram na terra (versículos 44 a 46). Os crentes hoje são permanentemente servos de Deus.
Até o presente momento a terra padece e sofre “dores de parto”, mas a criação se alegrará na liberdade da glória dos filhos de Deus (Romanos 8:21). Como o homem pobre que foi vendido a um estrangeiro (versículo 47), o povo de Israel, que por sua própria falha perdeu a sua herança, irá finalmente recuperá-la das mãos d'Aquele que o redimiu: Cristo, o verdadeiro Boaz (Rute 4).
Se Deus tem a última palavra em tudo o que diz respeito a Sua criação, podemos ter a certeza de que Ele também libertará totalmente cada um daqueles que a Ele pertence. Um irmão em Cristo pode ter deixado de desfrutar de sua herança e estar espiritualmente pobre, mas o pensamento do Senhor é restaurá-lo em graça, esquecendo todo o passado (não fala dos motivos que pelo qual este irmão tornou-se pobre) e fazê-lo desfrutar novamente de todas as riquezas celestiais
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
"A terra é minha", o Senhor lembra ao seu povo, "pois vós sois estrangeiros e peregrinos juntamente comigo" (versículo 23). Assim como um chefe de família é responsável por seus convidados, Deus compromete-se a cuidar do bem estar de seu povo e, de uma forma milagrosa, a cada seis anos, uma colheita tripla que permita respeitar o ano “sabático”. O cristão é ainda menos nessa terra do que um fazendeiro em Israel. Se tivermos sempre em mente o pensamento de que nada é nosso, mas que tudo, sim, TUDO pertence ao SENHOR, não haveria menos cobiça em nossos corações e menos brigas entre nós? Ele está no céu, não na terra, lá possuímos verdadeiras riquezas, aquilo que é nosso (Lucas 16:11-12).
Enquanto Israel observasse os estatutos e guardasse os juízos de Deus, eles morariam na terra com segurança (versículo 18). A terra produziria bem de modo que eles não teriam falta. Esta foi uma promessa definitiva de Deus. Israel poderia questionar como eles seriam sustentados no sétimo ano se eles dessem descanso a terra, como Deus ordenou (versículo 20) e a resposta era clara: Deus faria com que o sexto ano produzisse o suficiente por três anos, não só o suficiente para o sétimo ano, mas abundantemente mais que o suficiente (versículo 21).
A promessa para Israel era condicional, mas eles não creram. Sua falta de fé os levou a desobediência, com a qual eles perderam todo o direito da promessa.
Mesmo as pessoas que ficassem pobres e tivessem que se tornar servos de outros, eram para ser libertas no ano do jubileu. O Senhor Jesus nos libertou. Éramos escravos do pecado, mas Ele pagou o preço de nossa redenção. O Senhor possuía a terra. Ele apenas a emprestava para Israel. Tudo devia voltar para Ele no final. (A verdade de Deus nos foi emprestada para que desfrutássemos dela. É bom quando cuidamos bem dela!).
Em todo este capítulo, Deus se compraz em apresentar a sua maravilhosa graça ao libertar os seus. Ele se ocupa de seu descanso, de sua felicidade, de sua provisão e cuida para que não sejam vítimas de corações duros de seus irmãos ou de seu próprio descuido. E em tudo isso Ele nos dá um exemplo, convidando-nos a mostrar para com os outros da mesma graça que nós mesmos somos os objetos (versículos 35 a 38). Isto nos brinda com uma oportunidade para mostrar ao Senhor que nós apreciamos sua graça e não esquecemos o que Ele tem feito por nós (comparar com Mateus 18:32 e 33).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Os filhos de Israel ainda não estavam em sua terra prometida, mas os pensamentos de Deus estavam voltados para ela.
Era algo designado por Deus para o povo de Deus. Leia Hebreus 4:1-11. Israel entrou na terra do seu descanso, mas acabaram estragando tudo. Cristo nos deu um descanso que nunca pode ser estragado.
Aqui neste capítulo havia uma provisão maravilhosa para Israel. Quando entrassem em sua terra, plantariam por seis anos e colheriam seus frutos. Mas, no sétimo ano, não plantariam nem podariam as suas vinhas, mas deixariam a terra descansar durante todo o ano (versículos 1 a 4).
Embora não fazendo nenhum trabalho na terra, poderiam ainda esperar que a fruta ou o grão crescessem voluntariamente. Eles não deviam colher isso para armazená-lo ou vendê-lo (versículo 5). Para o sábado, o produto da terra era para ser alimento para eles e suas famílias (versículo 6). Em outras palavras, eles poderiam usá-lo como eles precisavam, mas não eram para ganhar dinheiro com isso.
Se Israel tivesse aderido a isso, eles teriam sido grandemente abençoados. Os seis anos que eles trabalharam teriam proporcionado mais do que o suficiente para mantê-los no sétimo ano. Tudo o que era necessário era fé para crer em Deus. Mas sabemos quão egoístas são nossos corações. Quando por seis anos suas colheitas eram tão abundantes, o egoísmo dizia: "Por que não obter o mesmo lucro no sétimo ano também?" Em vez de descansar e dar a glória de Deus, Israel preferiu suas próprias obras, e assim perdeu em vez de ganhar. Portanto, Levítico 26:31-35 profetiza a desolação resultante em Israel, o povo disperso e a terra desolada, tempo durante o qual Deus daria à terra o seu repouso necessário. Apesar de muita experiência, não aprendemos facilmente que o egoísmo derrota seus próprios fins.
O ano do Jubileu era outra graciosa provisão de Deus para Seu povo. No final de 49 anos (7x7) um ano de jubileu era ordenado no 50º ano. Não era apenas uma celebração e nem apenas um ano de descanso para a terra, mas no Dia da Expiação, o décimo dia do sétimo mês, a trombeta era para ser soada em toda a terra (versículo 9) proclamando liberdade para com todos os seus habitantes (versículo 10). Isto aconteceria após o sumo sacerdote ter oferecido a oferta pelo pecado e trazido o sangue dessa oferta para dentro do véu, fazendo assim a expiação pelo povo.
Neste jubileu de 50 anos, a sabedoria de Deus é vista ao abordar as desigualdades que se desenvolvem durante um período de tempo, coisas que se tornam destrutivas em muitas nações de hoje. Algumas pessoas se tornam ricas e as pobres tornam-se praticamente seus escravos. As pessoas perdem a propriedade e outras ganham pela perda. Hoje, o homem rico gostaria que o governo adotasse uma política do Jubileu igual a essa que foi dada a Israel? Mas o método de governo de Deus em Israel era muito melhor do que qualquer governo humano jamais avançou.
Qualquer que fosse a condição em que se estivesse, escravo ou não, era devolvida a ele a propriedade que possuía antes do ano do Jubileu (versículo 13). Isto é maravilhosamente simbólico da grande equidade de todas as coisas quando o Senhor Jesus com Seu grande poder reinar sobre Israel e as nações. Que Jubileu de alegria indizível que será! A humanidade cessará de seu próprio trabalho e reconhecerá com admiração a grandeza e a perfeição da obra de Deus!
O preço das coisas vendidas e compradas entre as pessoas deveria ser regulado pelo número de anos que restavam até o Jubileu (versículo 14 a 16), pois neste caso era realmente um contrato de arrendamento para esse número de anos. Claro, se fosse gado, a idade do animal também seria considerada, e produtos perecíveis não seriam considerados neste assunto.
Mas era importante que todos se lembrassem de que não se oprimiriam uns aos outros (versículo 17), ou seja, eles deviam ser justos em seus tratos. Não importa o quão bom um governo pode ser, se os indivíduos não são justos, há problemas.
Em resumo, Deus, que deu o sábado ao homem, também pensa na Sua criação. A cada sete anos, todos os trabalhos sobre a terra devem ser interrompidos para permitir a terra descansar. E a cada sete vezes sete anos, a cada cinquenta anos, o som da trombeta era ouvido em Israel anunciando o jubileu, a restauração de todas as coisas. Como consequência, cada transação, cada compra de propriedade, deveria levar em conta a data próxima do Jubileu, era necessário sempre leva-la em conta. A cada cinquenta anos, toda a terra devia ser devolvida a seus proprietários originais. Que bondade de Deus! A terra não acabaria nas mãos de alguns poucos.
Queridos filhos de Deus, este som de trombeta que todos os israelitas esperavam, especialmente os oprimidos, certamente nos faz pensar na última trombeta com que o Senhor descerá do céu para reunir aqueles que pertencem a Ele (1 Coríntios 15:52). Sim, o Senhor está vindo, vamos lembrar isso! Vivamos nesta perspectiva. Vamos dar as coisas da terra somente o seu valor relativo. Elas têm um caráter efêmero; devemos apreciá-las somente por um tempo. Vamos fixar nossos olhos além, sobre as coisas que não se veem, mas que são eternas (2 Coríntios 4:18). Queira Deus que todas as nossas decisões e projetos, tudo o que nos satisfaz, como também nossas provas, sejam sempre marcadas com o selo "temporário" - um pouquinho de tempo - à luz da nossa bem aventurada esperança.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Este capítulo possui duas partes bem distintas - uma muito boa (1 a 9) e outra muito ruim (10 a 23).
A primeira parte é dentro da casa de Deus (versículo 3). Os versículos 10-23 são fora.
Repare em algumas lindas palavras.
Versículo 1 - O Senhor;
versículo 2 - azeite puro, luz contínua,
versículo 3 - testemunho (reputação);
versículo 4 - candelabro puro;
versículo 5 - flor de farinha,
versículo 6 - mesas puras;
versículo 7 - incenso puro;
versículo 8 - permanente;
versículo 9 - Santo, Santo dos Santos.
Todas essas palavras falam da linda atmosfera dentro do tabernáculo (onde Deus encontrava os sacerdotes).
A luz devia ficar acesa o tempo todo.
O pão era comido todos os Sábados por Aarão e seus filhos.
Isto pode nos ensinar de que precisamos da luz de Deus para todos os momentos da nossa vida – João 12:36; João 12:46.
No lugar santo, a luz sempre brilhava sobre Aquele que é o Sustentador da luz, o Senhor Jesus. A luz fala de testemunho, e Cristo é sempre o objeto de todo testemunho para Deus. A luz é mantida pelo fornecimento constante do azeite (o Espírito de Deus), os pavios estão lá, não para serem exibidos, mas para queimar, assim como os crentes são para queimar para o Senhor, para não aparecerem. Na verdade, os pavios devem ser muitas vezes aparados para que a luz possa queimar brilhantemente, um lembrete do autojulgamento que achamos constantemente necessário. Quanto mais brilhante a luz brilhar, menos veremos do pavio. Se o pavio não for aparado, isso chamará a atenção mais para o pavio do que para a luz e o cheiro do pavio também chamará a atenção!
A luz não fala de um testemunho público, como fazem as trombetas, mas do constante testemunho de nossa conduta diária, que não devemos deixar passar. Era também trabalho sacerdotal cuidar das lâmpadas (versículos 3 e 4). Assim como o Senhor Jesus nos trata para produzir o autojulgamento, que será espontâneo se nós mesmos praticarmos nossas próprias funções sacerdotais. Isto é, cooperaremos plenamente com Ele nesta obra necessária.
Como vimos, havia durante o ano festas e ocasiões especiais de reunião para os filhos de Israel. Somente algumas vezes era necessário que eles se apresentassem. Por outro lado, o serviço realizado em seu favor nunca cessava. As lâmpadas eram mantidas acesas continuamente (versículo 3). Como é bom perceber que, mesmo quando estamos muito ocupados com os negócios desta vida para pensar no céu, mesmo quando a nossa comunhão é interrompida, a luz de Cristo – o divino candeeiro, nunca deixa de brilhar diante de Deus em toda sua luminosidade. E o quê Ele ilumina? Os doze pães em ordem sobre a mesa, que representam o povo de Deus em sua totalidade, reunidos em perfeita ordem no santuário sagrado.
Os versículos 5 a 9 nos falam de comunhão contínua.
Os sacerdotes eram encarregados de manter a mesa com o pão. A mesa é uma figura de Cristo como o Sustentador da comunhão, e os doze pães, trocados todas as semanas, que simbolizavam as doze tribos de Israel, são ao mesmo tempo significativos para todos os santos de Deus hoje, todos privilegiados para desfrutar da Comunhão do Pai e do Filho em unidade.
Essa comunhão é apenas ocasional? De jeito nenhum. Pão fresco era para ser colocado sobre a mesa todos os sábados (versículo 8). Assim, nossa comunhão com Deus e com Seus santos deve ser contínua, nunca devia tornar-se obsoleta. Assim como os sacerdotes eram responsáveis por isso, assim, se estivermos atuando como sacerdotes, estaremos sempre em comunhão com o Senhor.
O pão era colocado em duas fileiras, seis em cada fileira (versículo 6), são necessárias duas partes para comunhão. O incenso também deveria ser colocado nos pães (versículo 7). Incenso significa pureza. Fala do Senhor Jesus na perfeita pureza de Sua humanidade, que transmitirá o caráter próprio e piedoso à nossa comunhão.
Quando substituído, o pão que era removido a cada sábado era então para ser comido por Aarão e seus filhos. Não era para todo o Israel, mas para a família sacerdotal. Hoje, todos os crentes são sacerdotes (1 Pedro 2:5), de modo que somos identificados com Cristo. Juntos com nosso Grande Sumo Sacerdote em comunhão, desfrutando daquilo que nos lembra Dele e de Sua grande obra de sacrifício e sofrimento a nosso favor. Por uma semana o pão era exibido, mas não comido. Essa exibição era o testemunho do que é a verdadeira comunhão, embora não seja a participação real. Mas, no final da semana, os sacerdotes deviam comê-lo, assim figurativamente, de forma prática, entrar na bem-aventurança da comunhão com Deus através de Seu amado Filho. Hoje podemos aprender, na Palavra de Deus, qual é o significado da comunhão, mas precisamos também nos alimentar com o próprio Cristo, o pão da vida, o pão que desceu do céu - João 6:32-35.
A partir do versículo 10, o contraste - pecado - discórdias - blasfêmia - maldição - prisão - apedrejamento até a morte - morte. Tudo isso é resultado do pecado. Após os versículos que falaram da pura luz e pura comunhão do santuário, encontramos aqui um contraste chocante. Uma contenda ocorre entre dois homens, e um deles (cuja mãe era um israelita, mas seu pai egípcio) blasfemou o nome do Senhor e amaldiçoou (versículos 10 e 11). Embora Israel sequer tenha percebido, foi exatamente o que eles fizeram quando rejeitaram o Senhor Jesus. Eles blasfemaram e insultaram o Filho de Deus. Embora os sacerdotes em Israel tivessem um lugar privilegiado no templo de Deus, como mostram os versículos 1 a 9, eles mostraram total desprezo pelo Senhor daquele templo quando Ele veio entre eles. (Lucas 22:63-65).
O episódio do blasfemador e do seu castigo nos ensina que apesar desta posição privilegiada, a apostasia fará a sua aparição no meio do povo de Deus e terá uma punição terrível. "O nome acima de todo nome" foi blasfemado quando o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo foi insultado, rejeitado e crucificado. Assim será novamente no futuro próximo, quando o "homem do pecado", o anticristo, vai se opor e se exaltar acima de tudo que se chama Deus. O Senhor Jesus o destruirá pelo esplendor da sua vinda. (2 Tessalonicenses 2:4 e 8). Um privilégio estar em Cristo, liberto da corrupção que há no mundo.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
A festa das trombetas. O Senhor Jesus deve voltar e, como na festa, tocar a trombeta e reunir Israel de todas as partes da terra. Isso acontecerá após os crentes serem levados para o céu.
Historicamente nos encontramos no período que se segue ao Pentecostes. Israel é colocado de lado; é o tempo da Igreja durante o qual o Senhor Jesus está reunindo em um só corpo os filhos de Deus que andavam dispersos (João 11:52). No entanto, está chegando o dia quando todo o Israel será reunido. Após o arrebatamento, "um memorial, de sonidos de trombetas" ou festa das trombetas (ver também Números 29:1) convocará o povo e voltará a uni-lo em seu próprio país em preparação para a grande auto aflição da sexta festa: o dia da expiação, que corresponde as cerimônias do capítulo 16. Quando este dia se cumprir, Israel confessará o horrível pecado de haver crucificado seu amável Messias (Zacarias 12:9-14). Israel em grande angústia esperará que apareça sua salvação por Aquele que está agora no santuário, com os seus, para a salvação (Hebreus 9:28). E assim chegamos a festa dos tabernáculos descrita em detalhes em nossa leitura. Ela prefigura o reino de justiça e paz na terra que é chamado de milênio. Israel será lembrado de todas as peregrinações de seus pais no deserto. Muitas das nações ao redor de Israel irão participar do regozijo e da adoração (Zacarias 14:16).
Vamos contar o número de vezes que as palavras são repetidas neste capítulo, "não fareis obra alguma servil". Em todo o maravilhoso plano da graça que se estende desde a cruz até a glória, Deus reservou para si o privilégio de realizar o trabalho. O homem e seus esforços são inúteis. É uma obra divina. "Majestade e esplendor" (Salmo 111:3 – versão Darby).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
A Festa das Trombetas (Números 29:1)
"E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memória de jubilação, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas ofereceis oferta queimada ao Senhor" (versículos 23-25).
As palavras "E falou o Senhor a Moisés" servem de introdução a outro assunto, que, diga-se de passagem, é de grande utilidade na classificação dos assuntos de todo o capítulo. Assim, o sábado, a páscoa, e a festa dos asmos são dados na primeira comunicação. O molho das primícias da sega, os dois pães de movimento, os cantos do campo por segar são mencionados na segunda parte; depois segue-se um longo intervalo durante o qual nada se diz, e então vem a comovedora festa das trombetas, no primeiro dia do sétimo mês. Esta ordenação conduz-nos ao tempo que rapidamente se acerca de nós, em que o remanescente de Israel "tocará a trombeta" para memorial, recordando a sua glória desde há longo tempo perdida, e despertando em busca do Senhor.
O Dia da Expiação
A festa das trombetas está intimamente ligada com outra solenidade, isto é, "o dia da expiação". "Mas, aos dez deste mês sétimo será o Dia da Expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossa almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor. E, naquele mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós, perante o Senhor, vosso Deus... sábado de descanso vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado" (versículos 27-32). Assim, depois do toque das trombetas segue-se um intervalo de oito dias, e então temos o dia da expiação, com o qual estas coisas estão relacionadas, isto é, aflição da alma, expiação do pecado, e descanso do labor. Todas estas coisas encontrarão em breve o seu próprio lugar na experiência do remanescente judeu. "Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos" (Jeremias 8:20). Tal será a comovedora lamentação do remanescente quando o Espírito de Deus tiver tocado os seus corações e consciências:"... e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimmon no vale de Megido. E a terra pranteará, cada linhagem à parte" (Zacarias 12:10-14).
Que profundo pranto, que intensa aflição, que verdadeira penitência haverá quando, sob a poderosa ação do Espírito Santo, a consciência do remanescente relembrar os pecados do passado, a indiferença pelo sábado, a transgressão da lei, o apedrejamento dos profetas, a crucificação do Filho e a resistência ao Espírito! Todas estas coisas se apresentarão ante a consciência iluminada e exercitada e produzirão uma profunda aflição da alma.
Mas o sangue de expiação responderá por tudo." Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém contra o pecado e contra a impureza" (Zacarias 13:1). Ser-lhes-á concedido sentir a sua culpa e serem afligidos e serão também levados a ver a eficácia do sangue e a achar paz perfeita - um sábado de descanso para as suas almas.
Ora, quando tais resultados tiverem sido verificados na história de Israel, dos últimos dias, o que devemos nós esperar? Certamente, A GLÓRIA. Quando tiver sido removida "a cegueira" e "o véu" for tirado, quando o coração do remanescente se voltar para o Senhor, então os brilhantes raios do "Sol da Justiça" incidirão, trazendo saúde, restauração e poder libertador, sobre um pobre povo, verdadeiramente arrependido e aflito.
Seria necessário todo um volume para tratar este assunto com todos os pormenores. As experiências, lutas, provações e dificuldades e por fim as bênçãos do remanescente estão amplamente descritas nos Salmos e nos Profetas. A existência de um tal corpo deve ser claramente reconhecida antes de se poder estudar os Salmos e os Profetas inteligentemente e com proveito. Não quer dizer que não possamos aprender muito com essas porções de inspiração, porque "toda a Escritura é proveitosa". Mas a maneira mais segura de fazer um bom uso de qualquer porção da Palavra de Deus é compreender bem a sua aplicação primária. Se, portanto, aplicarmos à Igreja ou corpo celestial as passagens que se referem, rigorosamente falando, ao remanescente judeu ou corpo terrestre, seremos envolvidos em graves erros tanto a respeito de um como do outro. De fato, acontece em muitos casos, que a existência de um tal corpo como o remanescente é completamente ignorada, e a verdadeira posição e esperança da Igreja são inteiramente perdidas de vista. Estes erros são graves e o leitor deve evitá-los. Não suponha, nem por um momento, que são meras especulações próprias para ocupar a atenção dos curiosos, sem qualquer poder prático. Não pode haver suposição mais falsa. O quê? Não tem importância sabermos se pertencemos ao céu ou à terra ? Não importa saber se estaremos em descanso nas mansões celestiais ou passando pelos juízos do Apocalipse na terra? Quem pode admitir uma ideia tão extravagante? A verdade é que não é fácil encontrar verdades mais práticas do que a que descreve os destinos do remanescente terrestre e da Igreja celestial. Não prosseguirei com o assunto; mas o leitor o encontrará merecedor de estudo atento e profundo. Terminaremos esta parte com uma vista de olhos à festa dos tabernáculos - a última das solenidades do ano judeu.
A Festa dos Tabernáculos
"E falou o Senhor a Moisés, dizendo-. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a festa dos tabernáculos ao Senhor, por sete dias... Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido a novidade da terra, celebrareis a festa do Senhor, por sete dias; ao dia primeiro haverá descanso, e ao dia oitavo haverá descanso. E, ao dia primeiro, tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmas, ramos de árvores espessas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus, por sete dias. E celebrareis esta festa ao Senhor, por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis. Sete dias habitareis debaixo de tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus" (versículos 33-43).
Esta festa nos mostra a glória de Israel nos últimos dias, e portanto, forma o mais belo e apropriado remate na série de festas. A ceifa estava feita, tudo estava feito, os celeiros estavam amplamente fornecidos, e o Senhor queria que o Seu povo desse expressão à sua alegria. Mas, infelizmente, parecem ter tido pouca vontade de compreender os pensamentos divinos a respeito desta deliciosa ordenação. Esqueceram o fato que haviam sido estrangeiros e peregrinos em terra estranha, e daí o longo olvido desta festa. Desde os dias de Josué ao tempo de Neemias, a festa dos tabernáculos não havia sido celebrada uma só vez. Estava reservado ao remanescente que veio do cativeiro de Babilônia fazer o que nem sequer nos dias brilhantes de Salomão havia sido feito. "E toda a congregação dos que voltaram do cativeiro fizeram cabanas e habitaram nas cabanas; porque nunca fizeram os filhos de Israel, desde os dias de Josué, filho de Num, até àquele dia; e houve muita alegria" (Neemias 8:17). Quão consoladora deveria ter sido para aqueles que tinham pendurado as suas harpas nos salgueiros da Babilônia encontrarem-se à sombra dos salgueiros de Canaã! Era uma agradável antecipação daquele tempo de que a festa dos tabernáculos era uma figura, quando as tribos restauradas de Israel repousarão nas cabanas mileniais que a mão fiel do Senhor levantará para eles na terra que jurou havia de dar a Abraão e aos seus descendentes para sempre! Feliz momento quando os celestiais e os terrestres se encontrarem, como dá a entender "o primeiro dia" e "o oitavo dia" da festa dos tabernáculos! "E acontecerá naquele dia que eu responderei, diz o Senhor, eu responderei aos céus, e estes responderão à terra. E a terra responderá ao trigo e ao mosto e ao óleo; e estes responderão a Jezreel" (Oséias 2:21-22).
Existe no último capítulo de Zacarias uma formosa passagem que prova claramente que a verdadeira celebração da festa dos tabernáculos pertence à glória dos últimos dias. "E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos Exércitos, e celebrarem a festa dos tabernáculos" (Zacarias 14:16). Que cena! Quem ousará tirar-lhe a sua beleza característica por um vago sistema de interpretação chamado espiritual? Seguramente, Jerusalém quer dizer Jerusalém, nações quer dizer nações; e a festa dos tabernáculos significa festa dos tabernáculos. Há nisto alguma coisa incrível! Nada, seguramente, salvo para a razão humana que rejeita tudo que está fora do seu limitado alcance. A festa dos tabernáculos será ainda celebrada na terra de Canaã e as nações dos salvos subirão ali para tomar parte nas suas santas e gloriosas solenidades. As guerras de Jerusalém terão então terminado, e será posto fim ao estrondo das batalhas. A espada e a lança serão transformadas em instrumentos de agricultura; Israel repousará à sombra refrescante dos seus vinhedos e figueirais; e toda a terra regozijar-se-á no governo do "Príncipe da Paz". Tal é a perspectiva que nos oferecem as inerrantes páginas de inspiração. É prefigurada nos símbolos; os profetas profetizaram-na; a fé crê nela; e a esperança antecipa-a.
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NOTA - No final do capítulo lemos. "Assim, pronunciou Moisés as solenidades do Senhor aos filhos de Israel". Este era o seu verdadeiro caráter, o seu título original; mas no Evangelho de João são chamadas "festas dos judeus". Durante longo tempo tinham deixado de ser as festas do Senhor. Ele estava excluído delas. Eles não O queriam; e, por isso, em João 7:1-53, quando Jesus foi convidado a subir a Jerusalém à "festa dos judeus", "a dos tabernáculos", Ele respondeu, dizendo: "Ainda não é chegado o meu tempo"; e quando subiu foi "como em oculto" para tomar o Seu lugar fora de todas as cerimônias oficiais, e convidar toda a alma sedenta a vir a Si e beber. Há nisto uma lição solene. As instituições divinas degeneram rapidamente nas mãos dos homens; mas, quão bem-aventurada coisa é saber que a alma sequiosa que sente a secura e aridez relacionadas com um sistema de vazia religiosidade e formalidade só tem que refugiar-se em Jesus e beber de graça da Sua fonte inesgotável e desta forma tornar-se um meio de bênção para outros.
"Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então, oferecereis nova oferta de manjares ao Senhor. Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao Senhor" (versículos 15 a 17). Esta é a festa do pentecostes - figura do povo de Deus reunido pelo Espírito Santo e apresentado perante Ele, em conexão com toda a preciosidade de Cristo. Na páscoa temos representada a morte de Cristo; no molho das primícias vemos a ressurreição de Cristo; e na festa do pentecostes temos a descida do Espírito Santo para formar a Igreja. Tudo isto é divinamente perfeito. A morte e ressurreição de Cristo tinham de ser cumpridas, antes que a lgreja pudesse ser formada.
E note-se a expressão "levedados se cozerão". Porque deviam os dois pães ser cozidos com fermento. Figuras dos que, embora cheios do Espírito Santo e dotados com os Seus dons e graça, tinham, todavia, mal em si mesmos. A assembleia, no dia de pentecostes, desfrutava por completo os benefícios do sangue de Cristo, e estava adornada com os dons do Espírito Santo; mas também havia mal nela. O poder do Espírito Santo não podia evitar que o mal estivesse entre o povo de Deus. O mal podia ser combatido e ocultado; mas ainda assim estava ali. Este fato é representado em figuras pelo fermento nos dois pães; e é encontrada a sua expressão na história da Igreja; porque, apesar de Deus o Espírito Santo estar presente na Assembleia, a carne manifesta-se também mentindo-lhe. A carne é carne, e dela não poderá jamais fazer-se outra coisa. O Espírito Santo não desceu, no dia de pentecostes, para melhorar a natureza humana ou acabar com a realidade do mal nela, mas, sim, para batizar os crentes em um corpo e ligá-los com a Cabeça que vive no céu.
Já fizemos alusão, no capítulo que trata do sacrifício pacífico, ao fato que o fermento era permitido em relação com esse sacrifício. Por este meio Deus reconhecia a existência de mal no adorador. Assim é também na ordenação dos "dois pães de movimento"; deviam ser cozidos com fermento, devido ao mal no antítipo.
Mas, bendito seja Deus, se a existência do mal era divinamente reconhecida, também era feita provisão do remédio. Isto dá paz e consolação à alma. É consolador saber que Deus conhece o pior que há em nós; e, além disso, que deu o remédio, segundo o Seu conhecimento, e não apenas segundo o nosso.
"Também com o pão oferecereis sete cordeiros sem mancha, de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao Senhor, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de cheiro suave ao Senhor" (versículo 18).
Portanto, temos aqui, em imediata ligação com os pães levedados, a oferta de um sacrifício sem mancha, tipificando a verdade muito importante de que é a perfeição de Cristo e não a nossa iniquidade que está sempre perante os olhos de Deus. Observe-se especialmente as palavras "também com o pão oferecereis sete cordeiros sem mancha". Que preciosa verdade! Eminentemente preciosa, ainda que revestida de figuras típicas. Possa o leitor compreendê-la, apropriar-se dela, fazer dela o apoio da sua consciência, o alimento e refrigério de seu coração, e as delícias da sua alma; e dizer: Não eu, mas Cristo.
Dir-se-á que o fato de Cristo ser o Cordeiro imaculado não basta para tirar o peso de culpa de uma consciência manchada-que uma oferta de cheiro suave não aproveitaria, em si, ao pecador culpado. Pode apresentar-se esta objeção; porém ela é não só contestada como desfeita pelo símbolo que estamos a analisar. Em boa verdade, que um Holocausto não teria bastado havendo "fermento"; e por isso lemos: "Também oferecereis um bode para expiação do pecado e dois cordeiros de um ano por sacrifício pacífico" (versículo 19). A "expiação do pecado" era a resposta ao "fermento" nos pães - firmava-se "a paz" de forma que podia gozar-se de comunhão, e subia em imediata conexão com o "cheiro suave" do "holocausto" para o Senhor.
Assim, no dia de pentecostes a Igreja foi apresentada em todo o valor e excelência de Cristo pelo poder do Espírito Santo. Embora tendo em si mesma o fermento da velha natureza, esse fermento não era tido em conta, porque a divina expiação do pecado tinha respondido por ele. O poder do Espírito Santo não tirava o fermento, mas o sangue do Cordeiro de Deus tinha feito expiação pelo mal nele representado. É uma distinção das mais importantes e ao mesmo tempo interessantes. A obra do Espírito no crente não tira o mal que nele habita. Torna-o capaz de detectar, de julgar e de dominar o mal, mas não há poder espiritual que possa anular o fato de que o mal existe nele - embora, bendito seja Deus, a consciência esteja perfeitamente em paz, visto que o sangue da expiação do pecado resolveu para sempre toda a questão; e, portanto, Deus, em vez de ter presente o nosso mal, afastou-o da vista para sempre, e nós somos aceitos em Cristo, que se ofereceu a Si mesmo a Deus em sacrifício de cheiro suave, para poder glorificá-Lo perfeitamente em todas as coisas e ser para sempre o alimento do Seu povo.
Dissemos o bastante sobre o pentecostes - depois do qual desliza um longo período sem que haja qualquer movimento entre o povo. Há contudo uma alusão ao "pobre e estrangeiro" nesta bela ordenação que temos considerado em seu aspecto moral. Aqui podemos considerá-la sob o ponto de vista dispensacional. "E, quando segardes a sega da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o Senhor, vosso Deus" (versículo 22). Aqui é determinado que todo o estrangeiro possa colher espigas nos campos de Israel. Os gentios são introduzidos para participar da bondade superabundante de Deus. Quando os celeiros e lagares de Israel estiverem cheios, haverá preciosas gabelas e ricos cachos para que os gentios os possam colher.
Não devemos contudo supor que as bênçãos espirituais com que a Igreja é dotada nos lugares celestiais com Cristo são representadas pela figura de um estrangeiro rebuscando espigas nos campos de Israel. Estas bênçãos são tão novas para os descendentes de Abraão como para os gentios. Não são as espigas de Canaã, mas as glórias do céu - as glórias de Cristo. A Igreja não é apenas abençoada por Cristo, mas com Cristo e em Cristo. A noiva de Cristo não terá que ir, como um estrangeiro, buscar as espigas e os cachos nos campos e vinhedos de Israel. Não; ela tem maiores bênçãos, mais rico gozo, dignidades mais elevadas do que Israel jamais conheceu. Não tem de buscar como um estrangeiro na terra, mas sim de gozar a sua riqueza e feliz morada no céu a que pertence. Estas são "as melhores coisas" que Deus tem, em Sua graça e sabedoria, "preparado" para ela. Sem dúvida, será um feliz privilégio para "o estrangeiro" poder pegar espigas depois de terminada a ceifa de Israel; porém a parte da Igreja é incomparavelmente melhor, como é ser a noiva do Rei de Israel, que compartilha do Seu trono, tem parte nas Suas honras e glória; ser semelhante a Ele e estar com Ele para sempre. As moradas eternas da casa do Pai nas alturas, e não os rincões sem espigas dos campos de Israel, são a porção da Igreja. Conservemos isto sempre em nosso espírito para podermos viver de uma maneira digna de tão nobre e santo destino!
Texto extraído de Notas sobre o Pentateuco de C. H. Mackintosh