(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Antes de serem apresentados como uma oferta de movimento, os levitas eram purificados e sacrifícios oferecidos por eles. Eles passavam a navalha por todo seu corpo (versículo 7) e lavavam as suas vestes. Já vimos estas figuras na consagração dos sacerdotes e com a purificação dos leprosos. Isso não corresponde à conversão, mas ao trabalho que o Espírito Santo realiza através da Palavra para que os crentes permaneçam puros. A navalha é uma figura do julgamento que temos de exercitar sobre tudo o que a carne produz. Para o servo, o orgulho em particular cresce rapidamente se a “navalha” não estiver lá para lidar com todas as suas manifestações. Além disso, quando nos lavamos, não gostamos de vestir roupas sujas. E, para servir ao Senhor, precisamos não só de uma boa consciência, mas igualmente de um testemunho prático (conduta exterior) irrepreensível. O versículo 19 nos diz que os levitas vinham depois dos sacerdotes. Nós crentes somos ambas as coisas, mas a adoração deve vir em primeiro lugar. Leia estes versículos 19 a 22 bem devagar.
Somente depois disso o levita poderia cumprir seu serviço (versículo 22). Que lição importante! Toda ocupação exige um período de aprendizado, de preparação. Para o serviço do Senhor ainda mais. Antes de começar apressadamente um serviço para Cristo, permita a Ele fazer o que, pela Sua graça, deseja cumprir em nós. Se estivermos perto de Deus em comunhão, seremos guiados por ele; caso contrário, somos guiados por Sua providência eterna, como cavalos e mulas, com estribos e freios, para não tropeçarmos. No deserto, Deus conduz seu povo a sua presença, com a sua presença. Não temos nós hoje o Espirito Santo de Deus habitando em nós para nos guiar até Ele, em Cristo, no “deserto” deste mundo?
A partir dos vinte e cinco anos, cinco anos preliminares, para dos trinta aos cinquenta anos, os anos de maturidade e vigor, os levitas faziam “o serviço no ministério da tenda da congregação”. Depois dos cinquenta, o trabalho pesado terminava, mas isso não acabava com o privilégio de servir, apenas alterava seu caráter. Hoje, todo santo é chamado para o “serviço levítico”, bem como ao serviço sacerdotal. Os versículos finais do capítulo 8 mostram a diferença entre ministério e serviço, ou fazer a guarda, o primeiro é um trabalho pesado e o segundo um trabalho de supervisão. Os levitas são uma figura dos cristãos, redimidos, purificados e separados para servir ao Senhor, não possuem herança neste mundo.
Existe sempre o perigo do trabalho e o obreiro se tornarem o objetivo em vez do Senhor. Estejamos sempre atentos para evitar isso. É um grande mal, que entristece o Espírito Santo, cujo trabalho tem sempre por fim exaltar o nome de Jesus: é ofensivo ao Pai, que quer sempre fazer soar aos nossos ouvidos e chegar ao mais profundo dos nossos corações estas palavras procedentes do céu aberto e ouvidas no monte da transfiguração: "Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o" (Mateus 17:5). Isto é totalmente contrário ao pensamento do céu, onde todos os olhos estão em Jesus, cada coração ocupado com Jesus, e onde o único brado eterno, universal e unânime será "Digno és".
Meditemos nisto profundamente e o tempo todo com a finalidade de nos abstermos de tudo quanto se aproxima, nos leva ou se parece com a exaltação do homem - do ego - das nossas palavras e dos nossos pensamentos. Busquemos com mais ardor a senda tranquila e discreta em que o Espírito do manso e humilde Jesus nos guiará sempre na conduta e no serviço.
Que possamos estar de tal forma em Cristo, receber d'Ele, dia a dia, momento a momento, a cada passo, o azeite puro, que os nossos corações brilhem para louvor d'Aquele em quem temos TUDO e sem o qual NADA absolutamente podemos fazer.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos
indicados e medite nos comentários)
O
versículo 89 nos revela o segredo de "Moisés, o homem de Deus" (Salmo
90). É a oração. Considere ele sob o peso de suas esmagadoras
responsabilidades, angustiado pelos murmúrios do povo, retirando-se na
escuridão e no silêncio do tabernáculo para conversar com Deus. Ele ouvia
"a voz" e “Ele lhe falava". Pensemos em Jesus que, muito antes
do amanhecer ou da chegada da noite, após o cansaço do dia anterior, partia
sozinho para um lugar apartado para orar (Marcos 1:35; 6:46). É esse vínculo
com Cristo no santuário na presença de Deus, embora em segredo, que mantém a
verdadeira luz do testemunho.
O
candelabro era a única fonte de luz no tabernáculo. Era a primeira sala -
"o santo lugar". Deus é luz (1 João 1:5), Jesus era a luz do mundo
(João 9:5) e o Espírito Santo é o azeite (o poder) que capacita a luz a
brilhar. Sete lâmpadas nos falam que era algo perfeito. Vemos nisto que a luz
de nossa vida, o que dizemos e fazemos, é para a glória do Senhor somente. Leia
e medite em Mateus 5:14-16. Que responsabilidade e privilégio temos! Devemos
lembrar que a luz do Espírito é a luz através de nós, Seu povo. O Espírito de
Cristo é para brilhar tanto no que oferecemos quanto no serviço ativo, temos
esse privilégio. Somente assim, as palavras do Senhor, em Mateus 5:16, serão
cumpridas em nós.
Mas
por que o candelabro (ou candeeiro) é mencionado novamente no início do
capítulo 8 entre as ofertas dos bens no capítulo 7 e a consagração dos levitas
nos versículos seguintes? Não é para mostrar que a luz divina sonda e aprecia
em igual medida tanto o que se oferta como a pessoa, e igualmente o serviço e
aquele que o realiza? Os levitas precisam ser preparados para o serviço do
Senhor. Somente água, e não sangue, é usado. Veja João 13:6-10. A água é como a
Palavra de Deus. Os crentes precisam da Palavra para se manterem limpos
(Efésios 5:25). Lembre-se de que os sacerdotes eram para a adoração a Deus, mas
os levitas (neste capítulo) eram para o serviço. Deus conhece o valor de nossa
devoção, da qual fala essa cena de consagração. E os levitas foram apresentados
por Aarão como uma oferta de movimento, como para permitir que esta luz divina
brilhe sobre cada um deles, sem deixar nada na escuridão. Se houvesse a menor
mancha em suas roupas, teria sido notado imediatamente. Quão importante é nos
mantermos diante de Deus para servi-lo (por exemplo, 1 Reis 17:1).
Os
levitas eram separados, mas conectados com todos os israelitas. Deus mostrou
claramente que Ele era Aquele a quem os levitas pertenciam. Assim como nós hoje
fomos separados para servir ao Senhor (1 Tessalonicenses 1:9 – convertidos para
servir). Que alegria quando, por um lado, reconhecemos completamente os
direitos do Senhor e, por outro, encontramos o nosso lugar. Não nos encontramos
empobrecidos porque é do Senhor, mas muito mais enriquecidos, porque as Suas
coisas são nossas.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao
Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Este longo capítulo se ocupa com as ofertas dos doze príncipes. A primeira: seis carros cobertos e doze bois para os levitas, nos falam da ajuda prática que podemos trazer aos servos do Senhor para facilitar o seu ministério: hospitalidade, meios de transporte etc. Essa ajuda prática aos irmãos hoje, por exemplo, pode ser feita encaminhado aos Servos de Deus (Romanos 15:24; 1 Coríntios 16:6, 11; 3 João, versículos 5 e 8). Bois e carros foram dados aos Gersonitas e Meraritas, pois eles tinham cargas pesadas para carregar; capítulo 3, mas nada foi dado aos Coatitas, pois eles carregavam a santa mobília sobre seus ombros. Isto representa particularmente a Pessoa do Senhor Jesus Cristo que deve ser levado da maneira mais pessoal e exaltada. Que precioso para nós essa figura, aqueles que levavam a carga mais valiosa, a suportavam sobre si. O melhor lugar dá origem aos mais altos exercícios de fé.
As oferendas entregues aos levitas "a cada qual segundo o seu ministério" (versículo 5), asseguram que o Senhor sempre fornece os meios para os Seus cumprirem a tarefa que Ele lhes confiou. Não existe um princípio, em relação a serviço e ministério, mostrando que Deus equilibra as coisas e mantém os homens “nivelados” dando a todos a mesma parcela. Se fosse assim, haveria um fim da graça prática. Pelo contrário, segundo a prova de fé e o amor, Deus organiza cada um de nós em um lugar diferente de acordo com Sua vontade sábia e soberana. Não existem duas coisas parecidas. Então seguem as ofertas para a consagração do altar. Servir os irmãos e ajudá-los em coisas materiais não é tudo; pratos, bacias, colheres cheias, nada estava vazio, isso nos fala das perfeições e o excelente perfume de Cristo correspondendo à adoração dos verdadeiros adoradores.
Os diversos sacrifícios que também fazem parte das ofertas evocam os diferentes aspectos da obra da cruz. Mas por que Deus dá tanto espaço a essas ofertas quando tudo poderia ser resumido em um único parágrafo? Repare que apesar de cada príncipe ter oferecido exatamente o mesmo, ainda assim cada um ofereceu em um dia especial, e cada príncipe e sua oferta é relacionada de modo especial em todos os detalhes. Deus dá grande valor ao que cada um traz, segundo suas orientações de amor, não deixando de lado nada de tudo o que é feito para Ele, em Cristo e no Espírito, não de acordo com nossos achismos. Deus se lembra de todo serviço feito para Ele e registra tudo cuidadosamente. Não tenhamos medo da repetição, e lembremos que o próprio Pai nunca se cansa da declaração das glórias de Seu bem amado Filho. Deus nunca Se cansa de escutar nosso louvor.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Na mesa ao instituir a ceia, o Senhor falava aos discípulos de Sua humilhação até a morte, e eles disputavam qual deles seria o maior. Eles não entenderam que o princípio do filho de Deus, do discípulo, é para ser um servo de todos pelo poder do amor de Deus atuando nele. Ser “maior” aqui é o contrário do princípio cristão. No mundo se ergue monumentos em memória de benfeitores humanos, o único monumento que o mundo levantou para Cristo foi a cruz. Mas na cruz vemos a graça. A graça floresce no vale da humildade; não é nos cumes das montanhas, mas nos vales que a prosperidade resplandece.
A carne sempre exalta a si mesma; mas mais do que isso, nunca consegue enfrentar uma dificuldade. Como no caso de Pedro, pode nos levar ao perigo, mas nunca nos libertar. Ela nos faz cair diante dos obstáculos ou então adormece. E, ainda assim, desses mesmos discípulos, Jesus diz que eles continuariam com Ele nas Suas tentações.
Enquanto Ele esteve aqui embaixo, o Senhor se mostrava como judeu e messias para os judeus; mas, ao subir à mão direita de Deus, tudo mudou. É importante entender que estamos ligados com Cristo em glória, não com Cristo na Terra. Confundir estas duas coisas é aplicar os princípios judaicos ao tempo atual. As riquezas, que para os judeus eram uma benção, são uma armadilha para o cristão. A nossa é uma vocação celestial, quanto menos estivermos ligados à terra, mais livres. A glória, a honra e a riqueza são apenas cadeias que, nos ligando com a terra, enfraquecem nosso verdadeiro vínculo com o céu.
O que os judeus possuíam era externo e terrestre; rudimentos do mundo. Cristo se entregou por nós para nos libertar do presente século mal. Assim, o mundo é julgado pela cruz de Cristo. O mundo se condenou ao condenar Cristo, e tudo está quebrado entre ele e Deus. Daqui em diante, a graça é o princípio sobre o qual Deus pode agir.
A Escritura menciona diversos nazireus: Sansão, Samuel, Amazias (2 Crônicas 17:16), João Batista. Mas o exemplo perfeito de um nazireu foi Jesus. Separado para Deus antes de Seu nascimento, aos doze anos se ocupando com os negócios de Seu Pai, a Sua consagração a Deus foi total até a morte na cruz. Vindo ao mundo, Ele “não era do mundo” e permaneceu estranho as suas festas e suas alegrias (João 7:8; João 17:14). Ele sempre foi separado da alegria humana assim como de todo mal - não havia mel assim como não havia fermento. Ele nunca permitiu que circunstâncias familiares atrapalhassem Seu ministério (Lucas 8:20-21). Vindo fazer a vontade de Deus, era inteiramente para Deus cada pensamento, palavra e agir. Sua dependência era constante (João 5:19). Ele estava além do alcance da impureza (1 Pedro 2:22). Que modelo é para nós esse querido Salvador em Seu caminho de completa devoção! Um caminho difícil, mas o único que no final aguarda aquela alegria de que o fruto da videira é uma figura, e que Ele irá compartilhar com aqueles que compartilharam Sua vergonha aqui embaixo (final de versículo 20; Hebreus 12:2, Mateus 26:29 e Mateus 25:21).
No final do tempo do seu voto, o nazireu oferecia todos os sacrifícios. Tomar o nosso lugar aqui embaixo com o Nazireu perfeito realmente nos permite entrar nos vários aspectos de Seu trabalho na cruz.
Deus não pode se alegrar com o mundo que matou seu Salvador. Muito tempo já passou, mas o tempo não altera esse fato. O caráter do mundo permanece o mesmo. Um convertido não pertence a ele. Se nossos corações pertencem a Jesus, é impossível não ser triste no mundo. O mundo diverte-se; dança no túmulo de nosso Salvador.
Mas, por outro lado, o cristão se alegra com o Senhor e na sua porção celestial, da qual o mundo ignora. A alegria do cristão é uma esperança cheia de glória; mas aqui ele é sempre um nazireu e não pode compartilhar da glória deste mundo. Ele convida e ora para converter pecadores, mas não pode ter comunhão com eles. Jesus foi rejeitado pelo mundo e recebido no céu; este também é o lugar do cristão. Nosso Sumo Sacerdote foi feito mais alto que o céu. Ele nos deixou um símbolo de Seu amor no partimento do pão. Se Ele não está mais presente conosco na Terra, é porque Ele se entregou por nós. Sua ausência não revela indiferença; a Ceia do Senhor é o memorial de Seu amor perfeito para nós.
Cristo nos leva ao reino celestial por uma vida totalmente nova. Não somos transportados para o reino do Filho do Seu amor sem possuir a Sua vida - a do último Adão, que é um espírito vivificante. Somos feitos participantes da natureza divina. A conversão não é apenas uma mudança, mas a comunicação de uma vida desconhecida para nós antes - uma vida escondida em Cristo, separada dos pecadores, separada do mundo.
Os versículos 22 a 27 coroam o capítulo mostrando que nos separarmos para o Senhor é o caminho seguro para a bênção.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Além dos levitas, era o privilégio de qualquer homem ou mulher de Israel separar-se a si próprio de uma maneira especial para o Senhor. Quando assim procedia, a pessoa era chamada de "nazireu". (Não nazareno, que era uma pessoa que vivia em Nazaré). Mas, em contraste com os filhos de Levi, tal consagração era individual e voluntária. O nazireu era livre para fazer ou não este voto, mas uma vez feito, a sua liberdade acabava; sua vida privada e pública era submetida a obrigações rígidas. Assim como em um exército, o recruta voluntário está sujeito a mesma disciplina que as tropas convocadas obrigatoriamente. Os requisitos de um nazireu eram três:
1. Abster-se de todos os produtos da vinha.
2. Permitir que seus cabelos crescessem.
3. Evitar o contato com a morte, salário e prova do pecado.
O vinho no Antigo Testamento é uma figura das alegrias do mundo. Durante o tempo que uma pessoa era um Nazireu, ele não deveria beber vinho. O crente é uma pessoa que está sempre separada, para Cristo, da excitação deste mundo. Algo pode não ser considerado "pecaminoso", mas poderia nos impedir de verdadeiramente desfrutarmos do Senhor. Isso mostra que não só o que é mal, mas o melhor pode ser uma armadilha de corrupção.
Deixar seu cabelo crescer significaria desistir de qualquer direito à sua própria dignidade ou reputação, figura do “eu” posto de lado, o que deve caracterizar o discípulo de Cristo. Pois a Bíblia nos diz que é uma vergonha para o homem ter cabelo comprido – 1 Coríntios 1:14. Era uma vergonha para um homem ser um Nazireu.
Tocar um corpo morto o tornaria impuro. Acaso não estamos cercados por aqueles que estão mortos em transgressões e pecados? O próprio Senhor Jesus foi o verdadeiro e perfeito nazireu. Ele Se fez de nenhuma reputação e Se conservou incontaminado deste mundo.
Não era, portanto, uma separação só do que estava contaminado, mas do melhor na natureza. Não que a natureza seja condenável, a criação como Deus fez foi digna de Sua mão; nós somos “ligados” a honra de Deus na criatura até o final.
Em princípio, cada filho de Deus tem esse caráter triplo. Ele está morto para o mundo, para si mesmo e para o pecado (Gálatas 6:14; 5:24; 2:17-20). Mas ele só pode ter a força necessária para manter esse difícil padrão, tão contrário à nossa natureza, se a sua “separação” para Cristo for total, resultado de uma decisão alegre em seu coração (ler os comentários de J. N. Darby abaixo). Os versículos 9 a 12 lembra-nos quão fácil é perder o nosso caráter de nazireu por falta de vigilância e quão difícil é recuperá-lo.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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No livro de Números é trazido o grande princípio da energia do Espírito de Deus em nós enquanto atravessamos o deserto. Êxodo nos mostra a redenção e o relacionamento; Levítico, o caminho da aproximação de um pecador à Deus; Números, o sacerdócio no tabernáculo no deserto.
Em Números 6 temos a separação correta para Deus na energia do Espírito Santo (versículo 2) - "para o Senhor". Assim, o Senhor Jesus, particularmente após Sua ascensão, "por eles me santifico", para que nós, pela energia do Espírito em nós, estejamos separados agora no deserto. Ele ainda mantém o caráter nazireu, porque todos os Seus discípulos ainda não estão reunidos nEle; E agora, em certo sentido, para nós é a separação da alegria - "o fruto da vinha". Na glória é o grande espírito de descanso. Agora, o efeito da energia do Espírito é cingir os lombos da nossa mente para que não se contaminem, não há impureza lá.
Versículo 3: "de vinho e de bebida forte se apartará"; isto é, da alegria das coisas deste mundo. O Senhor veio ao mundo esperando encontrar alegria entre os homens, esperando uma resposta ao Seu amor nos corações dos homens, mas não encontrou nenhuma. Um nazireu deve ser separado de todo afeto natural que pode ser tocado pela morte - para ser separado para o Senhor. Agora o Espírito é um novo poder que vem nos separar das coisas naturais. O Senhor se encheu do Espírito ao dizer: " Mulher, que tenho eu contigo? " Toda a natureza pelo pecado está sob o poder da morte, então o nazireu "por seu pai ou por sua mãe não se contaminará", " porquanto o nazireado (separação) do seu Deus está sobre a sua cabeça ". (versículo 7; veja também Lucas 14:26). É importante ressaltar que as afeições naturais vêm de Deus e, portanto, são boas em si mesmas; mas eles não tendem a Deus, sendo dedicadas ao objeto. Então somos nazireus. Nossa alegria está além da morte; sendo assim, de tudo o que desisto aqui, tudo o que possui os sabores da morte, estamos apenas desistindo do que dificulta uma maior apreensão da alegria e bênção daquela vida que está além do poder da morte. O Senhor quebrou esse vínculo na cruz. " com estas coisas se vive, e em todas elas está a vida do meu espírito" (Isaías 38:16).
"Todos os dias do seu nazireado (separação), santo será ao Senhor" (versículo 8). Este é o grande princípio no nazireu - santo para Deus, que em pequeno grau possamos alcançar esse caráter, ainda que seja perfeito em Cristo. Tudo isso é uma coisa muito diferente da inocência. Adão era inocente, mas não separado para Deus. Separado para Deus, supõe um conhecimento do bem e do mal, com esse conhecimento, separado do mal. Adão obteve o conhecimento do bem e do mal depois da queda; o Espírito Santo veio para nos tirar do mal. O Espírito é um novo poder, nos separando para Cristo em glória, agora que o mal e o ego entraram. É algo tentador para nós conhecer o bem e o mal; pois, por natureza, estamos no maligno - amando o mal e odiando o bem. O Espírito Santo agora nos tira do mal, e aqui está a dor - Sua energia em nós nos mantém longe do mal enquanto passamos por um mundo de pecado e morte. Não podemos ser inocentes agora que o pecado entrou, mas somos santos em Cristo.
Versículo 9: " E se alguém vier a morrer junto a ele por acaso, subitamente". A morte entrou em tudo na natureza como o sinal do ódio de Deus ao pecado. O espírito de devoção real a Deus sempre foi perfeito em Cristo; mas falho em nós. Onde o velho homem trabalha, há o princípio da morte; portanto, entramos na morte no momento em que o velho homem está trabalhando. Dito isto, a palavra para nós é: "os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências"; e novamente: "já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo". Tudo isso é solene. Não só temos paz, mas enquanto estamos passando por esta cena de pecado, precisamos ser mantidos separados e devotados a Deus pela energia do Espírito Santo em nós.
Versículos 9, 12. Se eu deixar a devoção a Deus, é verdade que o cabelo pode crescer novamente; mas a cabeça tem que ser raspada e o tempo foi perdido. Não se trata de pecado aqui, mas da perda em relação a energia da vida. Uma árvore cortada e quebrada cresce novamente; não morreu, apenas foi ferida, mas sua estatura não será a mesma que uma árvore não ferida. Isso é deixar Satanás estragar e impedir a obra do Espírito. Sansão deixou seu coração entrar na fraqueza da natureza, e quando entramos na velha natureza nossa força desaparece. Sansão, como nazireu, era uma figura da energia do Espírito de Deus; ele contou o segredo de sua força e a deixou, ele ficou fraco como os outros homens. É verdade que no devido tempo sua força voltou, e com poderosa energia ele levantou as fundações do templo. Se não somos cuidadosos e vigilantes para manter o segredo de nossa força em comunhão com Deus, e o mundo e o pecado entram, ainda que não estejamos conscientes disso, a verdade aparecerá quando nos levantarmos para nos movimentar - pode ser no serviço - e nos achamos fracos como outros homens, e quando em nossa fraqueza, como Sansão, o diabo ferirá nossos olhos. O Senhor era o verdadeiro nazireu, e Ele nunca saiu do curso de Sua caminhada de Seu nazireado. Não era uma coisa leve para Ele pisar o caminho do sofrimento; Mas Ele orou. "Posto em agonia, orava mais intensamente" antes da tentação, e então vemos que Ele não parou, não podia. Então devemos primeiro passar pelo julgamento com Deus, então Deus estará conosco no julgamento. Pedro (uma figura da igreja – nós - nestes últimos tempos [nota do tradutor]) dormiu e não orou, e quando o julgamento veio, ele o encontrou na carne e puxou a espada. Jesus orou para que o cálice pudesse passar dele; mas quando o sacerdote e os soldados vieram, apesar de Satanás estar em tudo isso, contudo, viu a mão de Deus e poderia dizer: "o cálice que o Pai me deu". Então não era nenhuma tentação, mas um ato de obediência.
Trechos do comentário de J. N. Darby sobre “O nazireu”
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
O acampamento de Israel tinha que ser preservado de todas as impurezas e isso por uma razão fundamental: o Senhor habitava ali (versículo 3, isso também é mostrado em Deuteronômio 23: 14). (Isto é algo importante para lembrarmos se queremos honrar o nome de nosso Senhor Jesus. Somos responsáveis em cuidar para que as coisas que contaminam, sejam elas morais ou doutrinárias, sejam "lançadas fora" - pois o Senhor está ali, Gálatas 5: 9 e 1 Coríntios 5: 6). O apóstolo invoca o mesmo motivo para que cada filho de Deus mantenha-se limpo de toda a impureza: seu corpo é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6: 19). O homem que sofria de lepra (que representa o pecado - "Todo leproso", quer dizer, todo aquele em quem se reconhece que o pecado opera) ou de "um fluxo" (a incapacidade de conter as manifestações da carne - quem se reconhece que o pecado opera. "Todo o que padece fluxo -isto é, "todo aquele de quem emana uma influência corruptora) e, todos os imundos por causa de contaminação com algum morto deviam ser levados para fora do arraial até que ele fosse curado.
No versículo 6, o Senhor agora faz Seu povo lembrar que cada um devia permanecer individualmente alerta, que a consciência deles era impura (Quando alguém age ou fala de modo errado contra outro, não é suficiente apenas dizer ao Senhor que pecamos - temos que ir ao que fizemos mal e acertar as coisas com ele também).
Do versículo 11 em diante, trata-se do julgamento do ciúme. Isso sugere a cada um de nós um exame cuidadoso e frequente das nossas afeições. Cristo continua sendo nosso objeto? Se amamos o mundo, a Palavra nos aplica o terrível título de "adúlteros". Mesmo que, externamente, tudo pareça estar em ordem, nos tornamos inimigos de Deus, traímos o Senhor (Tiago 4: 4; 1 Coríntios 10: 22). Encontramos com frequência na Bíblia a figura do marido e da esposa, o que nos lembra do Amor e relacionamento do Senhor para com o Seu povo de Israel, ou para com Sua Noiva celestial (a igreja). Que coisa triste e terrível quando o povo do Senhor se desvia dEle e faz amigos dentre aqueles que são realmente inimigos de nosso Senhor. Sim, permaneçamos diante Dele, como essa mulher suspeita diante do sacerdote e permitamos que a Palavra (a água santa) penetre nossa consciência e revele nossos sentimentos mais secretos. Deixemos que a Palavra de Deus nos sonde completamente. "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmos 139: 23-24).
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Em Números 4, então, temos a ordem do serviço levítico, indicada por Deus, para o desmonte e transporte do tabernáculo; em Números 5, a remoção daquilo que contaminaria o arraial no meio do qual Deus habitava.
As instruções para remoção da impureza em nosso capítulo passam por três pontos principais:
Primeiro, a remoção de pessoas que podiam estar contaminadas. A lepra é um tipo de "pecado na carne", do qual fala Romanos 8: 3. A "questão" nos lembra as palavras de nosso Senhor: "o que sai da boca, isso é o que contamina o homem" (Mateus 15: 11). O homem sendo corrompido pelo pecado, tudo o que sai dele é contaminado e contaminante; E então "o pecado, sendo consumado, gera a morte", como o apóstolo Tiago nos diz (Tiago 1: 15).
Uma segunda fonte de impureza é mostrada nos versículos 5 a 10. A transgressão contra o Senhor e ao próximo é contemplada. Ela era tratada por confissão e por restituição. Isto tem algo muito definido para nós hoje. A confissão era a primeira coisa, mas por si só não era suficiente. Hoje temos muita contaminação, mesmo entre os verdadeiros santos de Deus, que brotam da transgressão, tanto na fala como no ato, o que aflige ao Espírito Santo e é um grande obstáculo à bênção espiritual. Não é raro que um tempo de despertar e conversão entre pecadores tenha sido precedido de um período de reavivamento entre os santos, quando a convicção de ofensas e transgressões contra seu Senhor e seus companheiros cristãos vem à consciência, seguida de confissão e restituição, na medida de suas forças.
E a terceira fonte é mostrada do versículo 11 até o final do capítulo, "a lei dos ciúmes". O arraial deveria ser santo pois era a morada de Deus, e se o ciúme quanto a sua esposa entrasse na mente de um homem, não devia ser mostrado, mas testado, seja com base em fato ou fantasia. Se fosse verdade, o julgamento caia sobre a mulher; se falso, ela era livre e demonstrava isso. Podemos ver aqui um tipo daquilo que marcou Israel e Jerusalém, indicado, por exemplo, em Ezequiel 16. Possivelmente isso também estava na mente do apóstolo Paulo quando escreveu 2 Coríntios 11: 2.
Israel teve que aprender que Jeová é "um Deus ciumento", e nós, cristãos, devemos lembrar que o Senhor Jesus, em quem a nossa fé repousa, tem ciúmes das afeições e devoções dos Seus santos, e algo desse ciúme justo e santo estava no coração do Apóstolo ao pensar na maneira pela qual os coríntios estavam em jugo desigual com os homens do mundo, sobre o qual ele os advertiu em 1 Coríntios 6. Foi a perda do "primeiro amor" por Cristo que colaborou com todos os males que corromperam as igrejas do Apocalipse 2 e 3.
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
A primeira contagem dos levitas no capítulo 3 levou em conta todos os homens a partir de um mês de idade. Este segundo censo leva em conta somente os homens de trinta a cinquenta anos de idade. O Senhor espera que reservemos os melhores anos de nossas vidas para Ele. Não é mais uma questão de nossa idade física, mas de maturidade espiritual, o fruto da experiência adquirida pouco a pouco. Para um jovem que foi fiel “no mínimo", o Senhor, quando chegar a hora, poderá confiar "muito" (Lucas 16: 10).
8.580 Levitas são assim reconhecidos como tendo idade para servir. Tendo em vista o tamanho e ao peso do tabernáculo, ninguém estaria sobrecarregado; eles poderiam aliviar um ao outro. Por que então o Senhor é obrigado, com tristeza, a afirmar que, para a sua grande seara, "os trabalhadores são poucos"? (Mateus 9: 37). Porque infelizmente muitos "não colocam os seus pescoços na obra do Senhor" (Neemias 3: 5). Essa situação humilhante deveria tocar a cada um de nós!
O censo dos levitas é realizado " segundo o seu serviço e a sua carga" (versículo 49). As palavras serviço e carga (versículos 28 e 49) nos lembram que aquele que serve o Senhor e Seu povo não pode fazê-lo sem sentir o peso da responsabilidade espiritual ou sem ter um coração sobrecarregado (2 Coríntios 11: 28). Vimos neste capítulo 4 que nada era deixado para eles escolherem - tudo era ordenado por Deus. E cada um de nós pode pedir ao Senhor que também nos mostre o serviço e a carga que tem para que nós aceitemos em nossa jornada para nosso lar celestial.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.
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Uma meditação na presença de Deus sobre tudo o que nos é apresentado
figuradamente
Queremos portanto convidar o leitor cristão a ler os primeiros quinze versículos de Números 4 na presença de Deus, e a pedir-lhe que lhe explique o significado de cada um deles - o significado da arca e a razão por que só ela era coberta com um "pano todo azul"; e assim todo o resto. Temo-nos aventurado, com espírito humilde, sugerir o significado, mas desejamos ardentemente que o leitor o receba diretamente de Deus, por si mesmo, e não apenas do homem. Confessamos que tememos muito a imaginação, e cremos poder dizer que jamais nos havemos sentado para escrever sobre as Sagradas Escrituras sem
estarmos profundamente convencidos de que ninguém senão o Espírito Santo pode realmente explicá-las.
Dirás, portanto, por que escreves, então? Bem, é com a viva esperança de me ser permitido, ainda que de um modo fraco, ajudar o que estuda seriamente a
Escritura a alcançar com a vista as raras e excelentes pedras preciosas que estão espalhadas ao longo das páginas inspiradas, de forma que ele próprio possa apanhá-las. Milhares de leitores poderiam ler repetidas vezes o capítulo quatro de Números e não perceberem sequer o fato que a arca era a única peça mística do mobiliário do tabernáculo que não ostentava a pele de texugo. E se o simples fato não for compreendido em si, como poderá ver-se a sua importância? Assim também quanto ao altar de cobre, quantos têm deixado de observar que só ele era coberto com a "púrpura"?
Ora, nós podemos estar certos que estes dois fatos são plenos de significado espiritual. A arca era a mais elevada manifestação de Deus, e portanto podemos compreender o motivo por que ela mostrava, à primeira vista, o que era puramente divino. O altar de cobre era o lugar onde o pecado era julgado - simbolizava Cristo em Sua obra como Aquele que leva o pecado-mostrava esse lugar afastadíssimo a que Ele teve de ir por nós; e ainda assim esse altar de cobre era a única coisa que era embrulhada numa coberta real. Pode existir alguma coisa mais excelente que temos aqui? Que sabedoria infinita há em todas estas distinções! A arca nos leva ao mais alto ponto no céu. O altar de cobre nos leva ao ponto mais baixo da terra. Estavam em pontos extremos do tabernáculo. Naquela arca vemos Aquele que engrandeceu a lei; neste altar vemos Aquele que foi feito pecado. Na arca via-se ao primeiro golpe de vista o que era celestial; e era só quando se procurava mais abaixo que se via a pele de texugo; e profundando mais via-se esse misterioso véu, figura da carne de
Cristo. Mas no altar de cobre a primeira coisa que se via era a pele de texugo e por baixo dela a coberta real.
Vemos Cristo em cada um destes objetos, embora em dois aspectos diferentes.
Na arca temos Cristo mantendo a glória de Deus. No altar de cobre temos Cristo respondendo às necessidades do pecador. Bendita combinação para nós! Porém, o leitor já notou, além do mais, que em toda esta maravilhosa passagem para a qual temos chamado a sua atenção, não se faz menção de uma certa
peça de mobiliário que, segundo Êxodo 30 e outras passagens das Escrituras, ocupava um lugar muito importante no tabernáculo?- Estamos falando da pia de cobre. Porque ela é omitida em Números 4? É mais que provável que alguns dos nossos clarividentes racionalistas encontrem aqui o que eles chamam um erro, um defeito, uma discordância. Mas será assim? Não, graças a Deus! O cristão estudioso sabe muito bem que tais coisas são inteiramente incompatíveis com o Livro de Deus. Sabe e confessa isto, até mesmo se não puder ser capaz de justificar a falta ou a inclusão deste ou daquele pormenor em uma dada passagem. Mas precisamente na medida em que podemos, pela misericórdia de Deus, ver a razão espiritual das coisas, descobrimos sempre que onde o racionalista vê, ou aparenta ver, falhas, o crente estudioso e piedoso vê pedras preciosas.
Acontece assim, não duvidamos, a respeito da omissão da bacia de cobre da relação do nosso capítulo. E apenas uma de dez mil ilustrações da beleza e perfeição do volume inspirado.
Mas o leitor pode perguntar, por que é omitida a pia? A razão pode ser encontrada no duplo fato do que era feita a pia e para o fim que era feita. Este duplo fato já foi apresentado em Êxodo. A pia foi feita dos espelhos das mulheres que se ajuntavam, ajuntando-se à porta da tenda da congregação (Êxodo 38:8). Este era o seu material. E quanto ao seu fim, foi dada como um meio de purificação para o homem. Ora, em todas estas coisas que formavam a tarefa especial e obrigatória dos filhos de Coate, nós vemos as diversas manifestações de Deus em Cristo, desde a arca no lugar santíssimo até o altar de cobre no pátio do tabernáculo; e, visto que a pia não era uma manifestação de Deus, mas do homem, não é portanto confiada à guarda e responsabilidade dos coatitas.
Mas devemos agora deixar que o leitor medite sobre esta Profunda parte do nosso livro (Números 3 e 4). Podíamos continuar a desenvolver o assunto longamente até termos enchido volumes em vez de páginas, e, afinal de contas, sentimo-nos como quem tem apenas penetrado a superfície de uma mina cuja profundidade nunca poderá ser sondada - cujos tesouros jamais podem ser esgotados. Qual a pena que pode descrever a instrução maravilhosa que contém a relação inspirada da tribo de Levi? Quem pode tentar desenvolver a
graça soberana que brilha no fato que o obstinado Levi fosse o primeiro a responder à pergunta comovente "Quem é do Senhor"? Quem pode falar acertadamente dessa rica, abundante e distinta graça exemplificada no fato que aqueles cujas mãos tinham sido usadas para derramar sangue fossem as primeiras a ser permitidas a tocar nos vasos do santuário, e que aqueles em cuja assembleia o Espírito de Deus não podia deixar entrar, fossem trazidos ao próprio seio da congregação de Deus, para ali estarem ocupados com o que era tão precioso para Ele?
E depois essas três divisões de obreiros, meraritas, gersonitas e coatitas! Quanta instrução temos aqui! Que símbolo dos diversos membros da Igreja de Deus, nos seus vários serviços! Que profundidade de misteriosa sabedoria em tudo isto! Será falar forte demais dizermos, neste momento, que nada nos impressiona mais profundamente que o sentimento de completa fraqueza e pobreza de tudo que temos exposto sobre uma das mais ricas partes do volume inspirado?- Ainda assim, temos conduzido o leitor a uma mina de infinita profundidade e inesgotáveis riquezas, e devemos deixá-lo para penetrar nela com o auxílio dAquele a quem pertence a mina e que é o único capaz de descobrir a sua riqueza. Tudo quanto o homem pode escrever ou dizer sobre qualquer porção da Palavra de Deus, pode, quando muito, ser sugestivo; falar dela como de um assunto exaustivo seria lançar desprezo sobre o cânone sagrado. Possamos nós trilhar o lugar santo com os pés descalços, e ser como aqueles que indagam no templo, e cujos estudos são perfumados pelo espírito de adoração.
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Trecho do livro “Notas sobre o Pentateuco” de C. H. Mackintosh
(para maior proveito, ore, leia na Bíblia os versículos indicados e medite nos comentários)
Os melhores anos de suas vidas eram destinados ao serviço do Senhor e Seu tabernáculo. Dos 30 aos 50 anos de idade, seus anos de maturidade e força física deveriam ser dedicados ao serviço! Com frequência esses anos são os que usamos para tentar conseguir sucesso e bens aqui neste mundo.
As atribuições das três famílias dos levitas podem ser comparadas com as principais formas de ministério na Igreja: profetas, pastores, doutores... (Efésios 4: 11). A primeira apresenta a Cristo em relação as necessidades do deserto (coatitas), a segunda cuida das cortinas e coberturas, sugerindo a responsabilidade na assembleia como o testemunho prático (meraritas), e por último, os responsáveis pela estrutura, diz respeito aos fundamentos da verdade (gersonitas).
A colaboração entre as três famílias era indispensável para garantir que o edifício estivesse completo. Um coatita poderia ser empregado para transportar a arca, enquanto um merarita talvez fosse responsável apenas por uma simples corda. Mas não é a importância ou a aparente nobreza da tarefa que conta aos olhos do Senhor, é a fidelidade (1 Coríntios 4:2). Seja com dois ou com cinco talentos, o servo fiel sobre um pouco será colocado sobre muito (Mateus 25:21-23). Que o Senhor nos guarde de invejar o serviço de outro ou, por outro lado, de subestimá-lo. "Quem és tu que julgas o servo alheio?” (Romanos 14:4). Somente o verdadeiro Arão é competente para atribuir "a cada um o seu serviço e a cada um a sua carga" (versículo 19). Que segurança o Levita possuía. Guiado pelo Sumo Sacerdote, ele sabia o que e como fazer. Que nossa satisfação seja a alegria do Senhor que por graça nos permitiu fazer por Ele!
É maravilhoso o modo como Deus ordenou tudo sobre Sua casa no deserto, não deixando nada para opção ou escolha do homem. Isso nos lembra de 1 Coríntios 12 e 14, onde aprendemos que na casa atual de Deus, que é "a Igreja do Deus vivo" (1 Timóteo 3: 15), o Espírito de Deus é soberano, agindo sob o senhorio de Cristo, e Ele reparte "a cada um como quer". Nós somos “ajustados” quando servimos sob a direção do Espírito de Deus. Não é para nós acharmos e escolhermos.
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.