sexta-feira, 31 de julho de 2020

Êxodo 35:1-19



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
O tabernáculo está prestes a ser construído. Nesta ocasião, seus diversos materiais são enumerados uma segunda vez, como para nos lembrar que saber é uma coisa, mas fazer é outra. Entretanto, antes do trabalho começar, ainda existe a questão do sábado (versículo 1 a 3). Antes de fazer qualquer serviço, é necessário ter passado algum tempo na presença do Senhor, "sentado" aos Seus pés, com a alma e o espírito em repouso, com o sentimento de nossa dependência. É aos pés de Jesus que Maria aprendeu a servir com inteligência (Lucas 10:39). Por isso ela sabia o momento certo para trazer seu unguento (comparar com o versículo 8 do nosso capítulo) e ungir os pés do Mestre. 

O dia do descanso... nem mesmo acender um fogo... uma figura de nosso descanso eterno na obra consumada de Cristo. Não devemos tentar acrescentar coisa alguma à Sua obra completa. O fogo do juízo caiu sobre Ele. 
 
Observemos a variedade de coisas que os israelitas tinham que trazer, desde ouro e pedras preciosas até as estacas e cordas que serviam para sustentar o edifício (sustentar a verdade). Nesta longa lista, cada um podia encontrar algo para oferecer. E você também, querido amigo que conhece ao Senhor, você pode contribuir para a edificação da assembleia. Um serviço silenciosamente prestado, o alegre exercício da misericórdia (Romanos 12:8) e as orações diárias pelo testemunho cristão, tudo isso está ao alcance de todos e é agradável ao Senhor. 

Primeiro, corações "dispostos" proviam os materiais (versículo 5) - depois os "sábios" de coração construíam as peças do tabernáculo (versículo 10). Aos desejosos, Deus dá a sabedoria.


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor nos séculos XIX e XX.




quinta-feira, 30 de julho de 2020

Êxodo 34:27-35



 
(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
O versículo 27 é claro, Deus quer que aprendamos "o teor destas palavras". Veja Neemias 8:8 e 1 Coríntios 3:6. Que possamos ganhar o "sentido" e o "espírito" da Palavra de Deus, bem como suas próprias palavras. 
 
Não é possível estar em contato com Deus e gozar das revelações da Sua graça, sem que isso se traduza externamente. O rosto de Moisés brilhava, embora ele não soubesse disso. Com seu rosto feliz, cada filho de Deus deveria mostrar naturalmente a felicidade que ele possui a quem estivesse ao seu redor. Que o mundo possa ver em nós algum reflexo do amor de Jesus!  
Esse rosto brilhante não tinha acontecido na vez anterior. A graça de Deus nos torna Cristãos que brilham? Se não, talvez precisemos passar mais tempo a sós com Ele - versículo 28.  
 
Paulo explica aos Coríntios por que Moisés colocou um véu em seu rosto. Antes da vinda do Senhor à Terra, nem o reflexo da glória divina podia ser suportado pelo homem pecador e devia ser escondido. Mas o véu "é removido por Cristo". Na verdade, quando Jesus veio, Deus pôde finalmente ser visto, em Cristo, em toda a glória de Sua graça. De modo que agora, pela fé, contemplamos ao Senhor Jesus com rosto descoberto e passo a passo somos moralmente transformados em Sua imagem gloriosa. Você pode querer ler 2 Coríntios 3:1-18 inteiro para ver como Deus compara o capítulo 34 de hoje com o que nós Cristãos temos agora. A nação Judaica traz hoje o véu sobre sua face.  
 
Outro privilégio de Moisés era "falar com Ele". A expressão aparece três vezes nestes poucos versículos. Que honra para este homem de Deus e que prova de íntima relação! Será que existe uma conexão entre a comunhão constante com o Senhor e um rosto radiante? Que Deus nos permita experimentar tanto uma quanto a outra!


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.



quarta-feira, 29 de julho de 2020

Êxodo 34:12-26



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 

Pela segunda vez Moisés está com o Senhor no monte por quarenta dias. Como consequência do que aconteceu, Deus se fez conhecido como "um Deus ciumento" (versículo 14 – versão Darby) que deseja ser o único objeto de adoração de Seu povo. Não que os ídolos pudessem fazer o menor dano a Ele, que rivalidade poderia existir entre o Criador dos mundos e os deuses de ouro, de pedra ou de madeira, obras das mãos dos homens? Mas Ele é "ciumento" porque Ele sabe que a felicidade dos Seus consiste em não amar nada além Dele, e que os ídolos sempre resultarão em decepção. Também porque o fraco amor deles (nosso também) tem um grande lugar em Seu coração. A primeira epístola de João, a que mais nos fala do amor divino, conclui com a exortação: "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos". 
 
O Senhor fornece instruções práticas... separar-se das práticas e pensamentos religiosos do povo do versículo 11. 
"Os habitantes da terra serão um laço para vocês", adverte o Senhor, que conhece a existência deste laço e nossa tendência em cair nele (versículo 12). 
Ele acrescenta: "Para que ... tu, convidado deles, comas dos seus sacrifícios" (versículo 15). Tenhamos a coragem de recusar os convites de amigos e colegas do mundo. Melhor ainda, mostremos comportamento tal que quando alguém deseje nos convidar, saiba primeiro quem somos (1 Reis 1:9-10). 
Se outros nos convidam para atividades religiosas que sejam contra a verdade da Palavra de Deus, devemos recusar. Se não recusamos como pais, veja o que acontece a nossos filhos no versículo 16. 
 
Nos versículos 23 e 24, o Senhor nos mostra uma pouco da sua divina proteção. Cada homem devia ir ao centro dado por Deus três vezes por ano. Se honrassem assim ao Senhor, Ele prometia que não sofreriam qualquer perda enquanto estivessem fora. Se colocarmos o Senhor em primeiro lugar, Ele nos guardará. 
 
Com respeito aos Seus direitos, o Senhor repete aqui algumas das instruções dadas em Êxodo 21-23. 


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.




terça-feira, 28 de julho de 2020

Êxodo 34:1-11



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Que graça da parte do Senhor. Ele diz a Moisés que escreveria os dez mandamentos pela segunda vez.  
Ao pedir ao Senhor que mostrasse a ele a sua glória, Moisés esperava sem dúvida uma visão resplandecente, como a descrita em Êxodo 24:10. Mas Deus vai mostrar algo mais precioso: "a glória da sua graça" (Efésios 1:6). Ele se revela ao Seu servo como o Deus misericordioso, mostrando graça (versículo 6).  Misericórdia e perdão não foram mencionados na primeira vez. A graça, que está associada ao nome do Senhor, é proclamada diante de Moisés. É como se Deus estivesse dizendo: "Eu tenho um nome que me obriga a mostrar graça". Mas observe que existem duas condições para que possamos usufruir dela: 
 
1º - "Esteja pronto pela manhã: pela manhã sobe", ordena o Senhor a Moisés... e a cada um de nós. Que o Senhor nos dê a cada manhã, esta disposição de coração tão necessária para que possamos desfrutar da Sua graça! (Ler Salmo 63:1-3). 
 
2º - É na fenda da rocha que o homem de Deus deve permanecer: uma figura de um Cristo ferido, que agora diz aos Seus: "Permanecei em mim" (João 15:4). 
 
Que humildade da parte de Moisés! Enquanto lemos a Palavra de Deus e entendemos o quão bom Ele é, e quão falhos nós os crentes somos, que possamos ser tocados como mostra o versículo 8. Nossos pensamentos devem começar com Ele, Seu amor, Seu poder. 
 
Mas a graça de Deus não deve nos deixar esquecer Seu governo. No mesmo versículo 7 aprendemos que Ele perdoa a iniquidade (Sua graça) e, ao mesmo tempo, “de maneira alguma terá por inocente o culpado” (Seu governo). 
 
O Senhor havia declarado em Êxodo 33:3 "não subirei no meio de ti, porquanto és povo obstinado". É exatamente por isso que Moisés clama Sua presença (versículo 9). Depois da revelação de tão grandes glórias divinas: misericordioso, perdoador, é como se Moisés contestasse: “É precisamente de um Deus como tu que o povo necessita”. 
 
Deus revelou-Se na face de Jesus Cristo; Ele nos revelou, com harmonia divina, todos os Seus atributos na obra da cruz. Foi ali que "a misericórdia e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram" (Salmo 85:10). O pecado é completamente tirado e o pecador que crê perfeitamente justificado "PELO SANGUE DA CRUZ". 
Quando vemos Deus assim revelado, temos apenas, à semelhança de Moisés, de inclinar a cabeça à terra e adorar - atitude que convém a um pecador perdoado e recebido na presença de Deus!


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

sábado, 25 de julho de 2020

Êxodo 33:12-23



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir) 
 
 
Fora do arraial Moisés pode conversar com o Senhor face a face (versículo 11). 
Qual era o tema da conversa? Como sempre, o povo em seu triste estado. 

Moisés é uma figura de Um maior que ele: o Filho que falaria ao Pai daqueles “que do mundo me deste" (João 17:6). "Rogo que me faças saber o teu caminho", pede o homem de Deus. Então ele roga que a presença do Senhor vá com eles. Compare essas petições com o duplo pedido do salmista: "faze-me saber o caminho que devo seguir... guie-me o teu bom Espírito por terreno plano" (Salmo 143:8 e 10). "Sim, sobe conosco", suplica o fiel intercessor. 
"Não nos prive da Sua presença”. Será que isto é suficiente para nós também? Ou será que precisamos que algum homem nos dirija? 
 
E Deus se deixa comover. Como já vimos, Ele nunca acha a fé muito ousada. Regozijamos Seu coração quando pedimos coisas difíceis. Por isso alguns dizem: uma fé pequena recebe uma resposta pequena, mas uma fé grande recebe uma grande resposta. 
 
Finalmente, Moisés faz um terceiro pedido ao Senhor, ainda mais ousado: para que veja Sua glória. Ele só irá vê-la “por trás’ (em outras palavras, nas pegadas deixadas por Seu amor). "Um lugar junto a Mim... sobre a penha (rocha)". Aquele era o mais doce e mais glorioso lugar que Moisés poderia jamais ocupar! Nós Cristãos gozamos desse lugar de proximidade de Deus, nosso Pai, pois "estamos" sobre Cristo, nossa Rocha, e desfrutamos de toda a Sua proteção e da ocupação com Suas glórias. 
 
O pedido de Moisés nos lembra do pedido de Jesus ao Seu Pai, para que, onde Ele estivesse, ali os Seus pudessem estar também com Ele para verem a Sua glória (João 17:24). Esse é o Seu desejo mais querido. Será que é o nosso também? 
 
 
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX. 


O Senhor Diz: Irá a Minha Presença... 
 
"E disse Moisés ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome; também achaste graça aos meus olhos". Moisés solicita a companhia do Senhor como prova do povo haver achado graça aos Seus olhos. Se fosse apenas uma questão de justiça, o Senhor só podia consumir o povo, estando no seu meio, porque era um "povo obstinado". Porém, fala de graça em relação com o Mediador e a própria obstinação do povo torna-se um argumento para pedir a Sua presença: "Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós, porque este povo é obstinado; porém, perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado, e toma-nos pela tua herança" (capítulo 34:9). Eis uma oração não apenas bela mas tocante. O "povo obstinado" pedia a graça ilimitada e a paciência inexaurível de Deus. Só Ele podia suportá-lo. 

"Disse, pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar". Parte preciosa! Bendita esperança! A presença de Deus conosco durante a travessia do deserto e no fim descanso eterno! Graça para suprir as nossas necessidades presentes e a glória como a nossa sorte vindoura! Os nossos corações podem bem exclamar: "É bastante, Senhor!" 
 

Notas sobre o Pentateuco – C. H. M.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Êxodo 33:1-11


 
(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Um povo afligido é objetivo da graça, mas um povo obstinado é necessário que seja humilhado. Somente quando somos despojados dos atavios da nossa natureza que Deus pode tratar conosco. Um pecador despido pode ser revestido; porém um pecador coberto de ornamentos deve ser despido. É necessário que sejamos despojados de tudo que pertence ao ego, antes de podermos ser revestidos daquilo que pertence a Deus. 
 
Movido por uma santa ira, Moisés destruiu o bezerro de ouro e ordenou uma punição. Em seguida, informa ao povo que o Senhor não iria com eles. Quando o Senhor enxerga algo em nossa vida, que não esteja Lhe agradando, devemos nos livrar disso se desejamos ser restaurados. Somente então começa o progresso em nossa alma. Agora Moisés faz algo inesperado: ele ergue para si uma tenda fora do acampamento (arraial), longe dele. Ele deixou de amar este povo? Pelo contrário, ele acabara de dar a maior e mais tocante prova de seu amor ao pedir que fosse tirado do livro do Senhor no lugar do povo. Não, seu motivo é bem diferente. Por causa do pecado cometido, a nuvem já não pode pousar sobre o acampamento. Assim, para recuperar essa preciosa coluna, uma figura de Cristo, Moisés e outros com ele deixaram o acampamento de Israel. 
 
Hebreus 13:13, refere-se a esta passagem e nos ajuda a compreender o apelo: "Saiamos, pois, a ele (Cristo) fora do arraial, levando o seu vitupério". O lugar que Cristo ocupa agora é "fora do arraial” e nós somos convidados a ir ao Seu encontro, "fora do arraial". É necessária muita sujeição à Palavra de Deus para se poder saber exatamente o que significa realmente o arraial, e muito poder espiritual para poder sair dele; e muito mais ainda para poder, quando se está "longe", atuar a favor dos que estão dentro do arraial no poder combinado da santidade e da graça - a santidade que nos separa da contaminação do arraial e a graça que nos habilita para atuar a favor daqueles que estão dentro dele. É vital compreendermos, é para obedecer a essa ordem que muitos crentes se separaram das religiões formais e igrejas organizadas na cristandade para buscar única e simplesmente a presença do Senhor Jesus (Mateus 18:20).  

Cada um de nós precisa agora tomar uma decisão pessoal... ficar no arraial, ou se quisermos agradar ao Senhor, sair para o tabernáculo ("uma tenda de reunião") armado longe do arraial. Assim como o arraial de Israel estava contaminado por mal religioso, o Cristianismo hoje acabou contaminado pela corrupção da religião inventada pelo homem. Devemos sair a Cristo, levando Seu vitupério (vergonha). Se você fizer isto irá aprender o que significa vitupério.  
Vejamos Josué! Embora jovem, ele entende que sua alegria consistia em estar sempre perto da presença de Deus. Esta é uma imagem da comunhão contínua e também do gozo que nos espera no lugar onde o Senhor prometeu Sua presença!


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Êxodo 32:21-35


 
(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Moisés ficou cheio de indignação. Antes ele zelou pelo povo para com o Senhor, agora ele se mostra zeloso para o Senhor em relação ao povo. Ele questiona Arão, mas ele se esquiva culpando os outros e não falando a verdade em vez de se humilhar. Então uma tarefa terrível é imposta aos filhos de Levi para nos mostrar que a glória de Deus deve sempre vir antes dos laços de família ou amizade. Os filhos de Levi são fiéis e o Senhor levará isso em conta mais tarde, confiando a eles o serviço do tabernáculo (Deuteronômio 33:9-10). Estes homens estavam desejosos de se separarem do mal. E nós?  
Lembre-se de que se tratava de mal religioso. Deus não nos usará em seu serviço sem antes colocar nossa fidelidade à prova. 
 
Depois, encontramos Moisés mais vez uma na posição de intercessor. Que amor ele demonstra pelo povo. Diferente de Arão, ele expõe os erros sem esconder nada. Mas ele espera ser capaz de fazer propiciação pelo povo e se oferece para ser castigado em seu lugar. Nisto ele se parece com o apóstolo Paulo, que “desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne" (Romanos 9:3). Mas tal sacrifício não é possível. As Escrituras declaram que um homem “de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele" (Salmo 49:7) e que "cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Romanos 14:12). Somente Cristo pode fazer propiciação pelo pecador, porque Ele mesmo era sem pecado. 
 
No fim deste capítulo o Senhor proclama os Seus direitos no governo moral com as seguintes palavras: "Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro. Vai, pois, agora, conduze este povo para onde te tenho dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém, no dia da minha visitação, visitarei, neles, o seu pecado". Eis aqui Deus no governo, não Deus no evangelho. Aqui Deus fala de riscar o pecador; no evangelho vê-Se tirando o pecado. A diferença é grande! 

O povo deve ser conduzido, por intermédio de Moisés, pela mão de um anjo. 
Este estado de coisas era bem diferente daquele que havia existido desde o Egito ao Sinai. Israel perdera todo o direito baseado na lei, e por isso só restava a Deus retroceder à Sua soberania e dizer: "... terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia." 
 
 
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX. 
 
 
Cristo, nosso Mediador 
 
Quão diferente é tudo isto do que vemos em Cristo! Veio do seio do Pai não com as tábuas da lei em Suas mãos, mas com a lei em Seu coração: não veio para conhecer a condição do povo, mas com perfeito conhecimento do que essa condição era. Ademais, em vez destruir os acordos do concerto e executar o juízo, engrandeceu a lei, honrou-a e levou sobre a Sua adorável Pessoa, na cruz, o juízo do Seu povo; e, havendo cumprido tudo, voltou para o céu, não com um "porventura farei propiciação por vossos pecados", mas para depositar sobre o trono da Majestade nas alturas os acordos imperecíveis de uma expiação realizada. Isto constitui uma diferença imensa e verdadeiramente gloriosa. Graças a Deus, não temos necessidade de seguir com ansiedade o nosso Mediador para saber se cumprirá a nossa redenção e se apaziguará a justiça ofendida. Não, Ele já fez tudo. A Sua presença nas alturas declara que toda a obra foi consumada. Nos limites deste mundo, prestes a partir, e com toda a calma de um vencedor consciente da vitória- embora tivesse ainda que atravessar a cena mais sombria, pôde dizer "Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer" (João 17:4). Bendito Salvador! Bem podemos adorar-Te triunfar com o lugar de glória e honra com que a justiça eterna Te coroou. O lugar mais elevado no céu pertence-Te, e os Teus santos esperam apenas o tempo em que "ao nome de Jesus se dobre todo o joelho... e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2:10-11).

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Êxodo 32:11-20



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
"O teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu", disse o Senhor a Moisés (versículo 7). "Não", responde Moisés, "É o teu povo que tiraste... (versículo 11). Por isso é impossível para Você destruí-los". Em João 17, Jesus, orando em favor dos Seus, diz a mesma coisa ao Pai: "São Teus" (versículo 9). 
 
Moisés e Josué descem da montanha com os dez mandamentos escritos em duas pedras e vendo o povo misturando diversão com sua idolatria religiosa, Moisés se ira e despedaça as pedras, salvando assim a vida de todo o povo, pois certamente os santos mandamentos de Deus jamais poderiam ter sido introduzidos no arraial. Pois eles já estavam transgredindo os dois primeiros mandamentos.

Aqui Moisés é um hábil “advogado”. Ele graciosamente intercede pelo povo pecador. O Senhor aceita as palavras de Moisés. Em outro tempo, ele havia dito que não era um homem eloquente, que era "pesado de boca" (Êxodo 4:10). Mas agora seu coração se comove por Israel, e da abundância de seu coração, ele sabe, pelo Espírito, como interceder em favor do povo de Deus! Porém, todo o fervor de Moisés não podia impedir o Senhor de destruir Israel, se a lei que os condenava fosse aplicada neste momento. Dessas duas coisas: a lei ou os culpados, uma tinha que desaparecer. Em Sua graça Deus permite que a lei seja posta de lado, de modo que Moisés, de acordo com o pensamento de Deus, quebra as duas tábuas de pedra ao pé da montanha. 
 
Quando o Senhor Jesus desceu a este mundo culpado, não veio abolir a lei. Pelo contrário, Ele a cumpriu perfeitamente antes de sofrer a sua maldição na cruz (Mateus 5:17-18, Gálatas 3:13).


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Êxodo 32:1-10



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Gostaria de passar imediatamente do maravilhoso assunto da descrição do tabernáculo no capítulo 31 para sua construção no capítulo 35. Mas infelizmente, entre os dois existe um episódio sombrio na história deste pobre povo. Vamos contemplar a ruína que o homem faz de tudo em que põe a sua mão. Justamente quando na montanha Deus estava dando a lei a Moisés, lá embaixo o povo já transgredia os dois primeiros mandamentos (Êxodo 20:2-5). 
 
Quando Deus trabalha, Satanás certamente levanta oposição. Enquanto o Senhor estava dando instruções a seu servo quanto ao Seu culto, Israel estabelecia uma adoração idólatra. Em Êxodo 11:2 aprendemos onde o povo havia conseguido suas joias, o que para ser uma benção, se tornou em maldição por causa do coração pecaminoso do povo. A intenção de Deus era para que elas fossem utilizadas na construção do tabernáculo. E quando o bezerro de ouro é feito, eles fingem adorar o Senhor. E se levantam para se divertir. Mas nada escapa aos olhos de Deus (versículos 7 a 10). 
 
Quão grande é a perversidade do homem e sua ingratidão, sua rapidez em esquecer a bondade de Deus! (Salmo 78:11 e Salmo 106:19-23). "Idolatria" não é apenas o pecado de Israel e dos pagãos. Ao recordar esta cena, o apóstolo Paulo se vê obrigado a advertir os cristãos (1 Coríntios 10:7 e 14). Um ídolo é toda e qualquer coisa que em nossos corações toma o lugar que pertence somente a Jesus. Pode ser como o bezerro de ouro: 
(1) semelhante aos deuses deste mundo (os egípcios adoravam o touro Apis), 
(2) moldado, em outras palavras, segundo a concepção da imaginação da mente humana, 
(3) formado com ferramenta, quer dizer, o fruto de nossos próprios esforços (Isaías 44:10, 12). 
 
Preferiam um bezerro que podiam ver em vez do Deus invisível, mas presente em toda a parte - uma falsificação visível da realidade invisível! 
Desgraçadamente, sempre tem sido assim na história do homem. O coração humano deseja alguma coisa que se possa ver - aquilo que responda e satisfaça os sentidos. Só a fé pode ficar firme "como vendo o invisível" (Hebreus 11:27). "Faze-nos deuses!”. O homem convidado a fazer deuses e o povo disposto a pôr a sua confiança neles. Para nossa tristeza, não é difícil olhar em nós e ao redor para vermos algo semelhante. 

A todo momento corremos o risco de cair, sempre que, em nosso coração, deixamos de nos apoiar exclusivamente em Deus, quer seja no que se refere ao assunto da salvação, quer no tocante às necessidades da nossa vida. 
 
Tudo isso pode acontecer quando perdemos de vista a volta do nosso Mediador, Cristo, neste momento no céu, assim como Moisés estava na montanha.


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.


segunda-feira, 20 de julho de 2020

Êxodo 31:1-18



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Vamos observar em nossa passagem a sucessão de verbos: Eu tenho chamado por nome, (Eu) o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, de entendimento. Tudo referente ao serviço é dirigido de cima, pelo próprio Deus. Nem mesmo Moisés era qualificado para escolher os trabalhadores. No livro de Atos, vemos o Espírito Santo designando Barnabé e Saulo para a obra a que Deus os estava chamando (Atos 13:2). Evidentemente, não cabe ao trabalhador decidir o que quer fazer. É Deus quem o chama, e é Ele quem o enche da sabedoria necessária. Deus deu a cada um uma medida de inteligência. Para que usamos a nossa? Talvez para aplicá-la aos estudos ou para ganhar uma vida boa. Mas o desejo do Senhor é para nós, sob a ação de Seu Espírito, usarmos todas as nossas faculdades no Seu serviço. 
 
Vemos neste capítulo, homens e mulheres especiais para o trabalho especial de edificar o tabernáculo (veja Marcos 13:23). Quando você é salvo pelo Senhor, já está preparado para a obra que Ele tem para você fazer, se tiver o desejo de obedecer (veja 2 Timóteo 2:21).  

Repare algumas belas observações. O Senhor diz, a respeito desses trabalhadores, "Eis que eu tenho chamado por nome... E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria... entendimento... ciência... lavor" (Leia 1 João 2:20; Efésios 1:8; 2 Timóteo 2:21). 
 
Finalmente, ainda é Deus quem junto com o serviço dá o descanso necessário a Seus servos. O Evangelho nos mostra o Senhor chamando Seus discípulos, enviando-os, e finalmente, ao voltarem, levando-os à parte para que descansem um pouco (Marcos 6:7 e 31). Aqui, o descanso toma a forma do sábado. "O sábado foi feito por causa do homem", disse o Senhor Jesus (Marcos 2:27).  Veja sua importância (Leia Êxodo 16:23-26, pela primeira vez mencionado nas Escrituras). Significa "descanso decorrente de uma obra terminada". A Criação nos diz isto (Gênesis 2:3). Em nosso capítulo, versículo 14... as consequências de desobedecer.  

No Cristianismo não guardamos o Sábado pois chegou a um final (leia Romanos 10:4). Jesus esteve morto durante todo o dia de Sábado e foi ressuscitado de entre os mortos na manhã do Domingo (o Dia do Senhor – João 20:1).  

O primeiro dia da semana é o “dia do crente” (leia Atos 20:7 para ver o que o crente deve fazer neste dia). Há uma nova criação (2 Coríntios 5:17). 
Agradeçamos a Deus pelo descanso que Ele nos concede. 


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

sábado, 18 de julho de 2020

Êxodo 30:17-38




(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Quando terminamos o capítulo 27, dois itens do tabernáculo ficaram sem ser mencionados: o altar de ouro do incenso e a pia de bronze (ou cobre).  
Os itens anteriores ilustravam como Deus pode hoje vir e Se encontrar conosco...  
os itens que faltam nos dizem de como nós, crentes, podemos nos aproximar de Deus. Os capítulos 28 e 29 ligam as duas seções; o sacerdote (Cristo) está entre elas (1 Timóteo 2:5). 

Para que a adoração pudesse ser prestada, era necessário a pia de bronze. Ela devia ser colocada no pátio entre o altar e o tabernáculo, no caminho do sacerdote que, a caminho de exercer seu ofício, lavava suas mãos e pés. Uma figura de autojulgamento sob o poder da Palavra (a água), limpando o adorador das impurezas contraídas em sua caminhada pelo mundo (João 13:10). 

Repare o aviso, dado duas vezes, sobre a negligência. Evidentemente entendemos que o crente não pode perder sua salvação, mas ele pode perder o privilégio de sua obra sacerdotal se for descuidado nesta vida. 
Precisamos de mãos limpas (aquilo que fazemos) e pés limpos (aonde vamos). Nossa vida hoje é tão ocupada em "fazer as coisas", que estes versículos provavelmente são um choque para nós, pois estão dizendo o quão importante é a adoração a Deus. Em nossos dias, o serviço (é triste admitir) está substituindo a adoração em importância. Portanto leiamos Hebreus 8:3 e 4 para sermos ajudados a entender que Deus está nos dizendo algo. 
 
Depois da água que o limpa da "imundícia da carne" (negativamente) encontramos o azeite da unção (o Espírito) que confere um caráter santo. As especiarias que entram em sua composição expressam as diferentes graças e glórias de Cristo. Repare com que cuidado elas são descritas quanto à medida - algumas diferentes... algumas iguais em quantidade. Todas eram só para Deus. Ninguém poderia jamais usar qualquer desses perfumes em si mesmo. Repare o que aconteceria se o fizessem. Deus zela para que toda a glória seja dada a Cristo somente. Essas especiarias e doces perfumes são uma figura do que Cristo é para Deus. Por isso nenhum ser humano podia usá-las. Era proibido derramar o azeite santo sobre a carne do homem (que estaria usando os dons do Espírito para glorificar o homem) e fazer qualquer coisa semelhante (para imitar o funcionamento do Espírito Santo). O Salmo 133:2 nos mostra este precioso azeite derramado na cabeça, descendo sobre a barba de Arão e depois até a orla das suas vestes: uma imagem maravilhosa dos redimidos que gozam, pelo Espírito, das perfeições de sua Cabeça glorificada e participando da mesma unção. Por outro lado, o odor doce do incenso subia continuamente em direção a Deus para apresentar à Ele em detalhes todas as excelências de Seu Bem-Amado. 
 
 
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

 
 
O CULTO, A COMUNHÃO E A ADORAÇÃO 
 
O Altar de Cobre e o Altar de Ouro 
Instituído o sacerdócio, como vimos nos dois capítulos precedentes, somos introduzidos aqui na posição do verdadeiro culto e comunhão sacerdotal. A ordem é notável e instrutiva; e, além disso, corresponde exatamente com a ordem da experiência do crente. No altar de bronze, o crente vê as cinzas dos seus pecados; e vê-se imediatamente unido com Aquele que, embora pessoalmente puro e incontaminado, de forma que podia ser ungido sem sangue, tem-nos, contudo, associado Consigo na vida, em justiça e favor; e, por fim, o crente vê no altar de ouro a preciosidade de Cristo, como sendo a substância com a qual é alimentado o amor divino. 

É sempre assim: é necessário que haja um altar de cobre e um sacerdote antes que possa haver um altar de ouro e incenso. Muitíssimos filhos de Deus nunca passaram do altar de cobre; nunca entraram, em espírito, no poder e realidade do verdadeiro culto sacerdotal. Não se regozijam no pleno e perfeito sentimento divino de perdão e justiça; nunca conseguiram chegar ao altar de ouro. Esperam alcançá-lo quando morrerem; ao passo que já têm o privilégio de estar ali agora. A obra da cruz tirou do caminho tudo que podia representar um obstáculo a um culto livre e inteligente. A posição atual de todos os crentes verdadeiros é junto do altar de ouro do incenso. 

Este altar é figura de uma posição de maravilhosa bem-aventurança. Ê ali que desfrutamos a realidade e eficácia da intercessão de Cristo. Havendo acabado com o ego e tudo quanto lhe diz respeito, ainda que esperássemos algum bem dele, temos de estar ocupados com aquilo que Cristo é perante Deus. Nada encontraremos no ego senão corrupção; todas as suas manifestações são corrompidas; já foi condenado e posto de parte pelo juízo de Deus, e nem só um fio ou partícula dele se pode encontrar no incenso ou no fogo do altar de ouro puro. Isso seria impossível. Fomos introduzidos no santuário "pelo sangue de Jesus", santuário de serviço e culto sacerdotal, no qual não existe nem sequer um vestígio de pecado. Vemos a mesa pura, o castiçal puro e o altar puro; mas não existe nada que nos recorde o ego e a sua miséria. Se fosse possível que alguma coisa do ego se apresentasse à nossa vista, isso só serviria para destruir o nosso culto, contaminar o nosso alimento sacerdotal e ofuscara nossa luz. A natureza não pode ter lugar no santuário de Deus: foi consumida e reduzida a cinzas com tudo quanto lhe pertence; e agora as nossas almas são chamadas para gozar o bom cheiro de Cristo, subindo como perfume agradável a Deus: é nisto que Deus Se deleita. Tudo o que apresenta Cristo na Sua própria excelência é agradável a Deus. Até a mais débil expressão ou manifestação de Cristo, na vida ou adoração de um dos Seus santos, é cheiro agradável, no qual Deus acha o Seu prazer. 

Enfim, temos muitíssimas vezes de estar ocupados com as nossas faltas e fraquezas. Se os efeitos do pecado, que habita em nós, se manifestam, temos de tratar com Deus acerca deles, pois o Senhor não pode concordar com o pecado. Pode perdoar o pecado e purificar-nos; pode restaurar as nossas almas pelo ministério precioso do nosso grande Sumo Sacerdote; porém não pode associar-se a um simples pensamento pecaminoso. Um pensamento ligeiro ou louco bem como uma ideia impura ou cobiçosa, são o bastante para perturbar a comunhão do crente e interromper o seu culto. Se um tal pensamento se levanta, deve ser confessado e julgado antes de podermos desfrutar outra vez os gozos sublimes do santuário. Um coração em que opera a concupiscência não tem parte nas ocupações do santuário. Quando nos encontramos na nossa própria condição sacerdotal, a natureza é como se não tivesse existência; é então que nos podemos alimentar de Cristo. Podemos provar o prazer divino de estarmos inteiramente livres de nós próprios e completamente absorvidos por Cristo. 

Mas tudo isto só pode ser produzido pelo poder do Espírito. É inútil procurar excitar os sentimentos naturais de devoção pelos diferentes instrumentos da religião sistemática. É necessário que haja fogo puro e incenso puro (compare Levítico 10:1 com 16:12). Todos os esforços para adorar a Deus por meio das faculdades profanas da natureza estão incluídos na categoria de "fogo estranho". Deus é o verdadeiro objeto de adoração; Cristo é o fundamento e a substância de adoração; e o Espírito Santo é o seu poder. Propriamente falando, portanto, assim o altar de cobre nos apresenta Cristo no valor do Seu sacrifício, o altar de ouro mostra-nos Cristo no valor da Sua intercessão. Este fato dará ao leitor uma melhor compreensão do motivo por que a ocupação sacerdotal é introduzida entre os dois altares. Existe, como podia esperar-se, uma relação íntima entre os dois altares, pois que a intercessão de Cristo está fundada sobre o Seu sacrifício. "E uma vez no ano Arão fará expiação sobre as pontas do altar, com o sangue do sacrifício das expiações; uma vez no ano fará expiação sobre ele, pelas vossas gerações; santíssimo é ao SENHOR" (versículo 10). Tudo repousa sobre o fundamento inabalável do SANGUE ESPARGIDO. "Quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas, as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém, no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus" (Hebreus 9:22-24). 


O Meio Siclo de Resgate 

Os versículos 11 a 16, inclusive, tratam do dinheiro das expiações para a congregação. Todos tinham de pagar da mesma maneira. "O rico não aumentará, e o pobre não diminuirá da metade do siclo, quando derem a oferta ao SENHOR, para fazer expiação por vossas almas". Na questão do resgate todos são postos ao mesmo nível. Pode haver uma grande diferença em conhecimento, de experiência, de aptidão, de progresso, de zelo e de dedicação, porém o fundamento de expiação é igual para todos. O grande apóstolo dos gentios e o mais débil cordeiro do rebanho de Cristo estão no mesmo nível no que se refere à expiação. É uma verdade muito simples e feliz ao mesmo tempo. Nem todos podem ser igualmente fervorosos e abundar em frutos; porém o fundamento sólido e eterno do repouso do crente é "o precioso sangue de Cristo" (1 Pedro 1:19), e não a dedicação ou abundância de frutos. Quanto mais compenetrados estivermos da verdade e poder destas coisas tanto mais frutos daremos. 

Bendito seja Deus, sabemos que todos os Seus direitos foram cumpridos e os nossos votos satisfeitos por Aquele que era ao mesmo tempo o representante dos Seus direitos e o Expoente da Sua graça, o mesmo que consumou a obra de expiação sobre a cruz e está agora à destra de Deus. Nisto existe doce descanso para o coração e a consciência. A expiação é a primeira coisa que alcançamos, e nunca mais a perdemos de vista. Por muito extenso que seja o curso da nossa inteligência, por muito rica que seja a nossa experiência, por muito elevado que seja o dom da nossa piedade, teremos sempre de nos retirar para a doutrina simples, divina, inalterável e fortalecedora doutrina do O SANGUE. Assim tem sido sempre na história do povo de Deus o assim é e assim será em todos os tempos. Os mais dotados e instruídos servos de Cristo têm regressado sempre com regozijo a "esta única fonte de delícias", na qual os seus espíritos sequiosos beberam quando conheceram o Senhor; e o cântico eterno da Igreja, na glória, será: "Aquele que nos ama e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados" (Apocalipse 1:5). As cortes do céu ressoarão para sempre com a doutrina gloriosa do sangue. 


A Pia de Cobre 

Nos versículos 17 a 21 temos a "pia de cobre com a sua base" - o vaso da purificação e a sua base. Estas duas coisas são sempre mencionadas conjuntamente (veja-se capítulos 30:28; 38:8; 40:11). Era nesta pia que os sacerdotes lavavam as mãos e os pés, e desta forma mantinham aquela pureza que era essencial ao cumprimento das suas funções sacerdotais. Não significava, de modo nenhum, uma nova questão do sangue; mas simplesmente um ato mediante o qual se mantinham em aptidão para o serviço sacerdotal e o culto. 

"E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao SENHOR" (versículo 20). Não pode haver verdadeira comunhão com Deus se a santidade pessoal não for diligentemente mantida. "Se dissermos que temos comunhão com ele e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade" (1 João 1:6). Esta santidade pessoal só pode proceder da ação da Palavra de Deus nas nossas obras e nos nossos caminhos:"... pela palavra dos teus lábios me guardei das veredas do destruidor" (Salmo 17:4). O nosso enfraquecimento constante no ministério sacerdotal pode ser causa de negligenciarmos o uso conveniente da pia de cobre. Se os nossos caminhos não são submetidos à noção purificadora da Palavra de Deus - se continuarmos em busca ou na prática de alguma coisa que, segundo o testemunho da nossa própria consciência, é claramente condenada pela Palavra de Deus, o nosso caráter sacerdotal carecerá certamente de poder. A perseverança deliberada no mal e o verdadeiro culto sacerdotal são de todo incompatíveis. "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17). Se houver em nós impureza, não podemos gozar a presença de Deus. O efeito da Sua presença será então convencer-nos do mal pela luz santa da Sua Palavra. Porém, quando, mediante a graça, sabemos purificar os nossos caminhos, acautelando-nos segundo a Palavra de Deus, então estamos moralmente em estado de gozar a Sua presença. 

O leitor perceberá imediatamente que se abre aqui um vasto campo de verdade prática e como a doutrina da pia de cobre é largamente apresentada no Novo Testamento. Oh! que todos aqueles que têm o privilégio de pôr os pés nos átrios do santuário com vestidos sacerdotais e de se aproximarem do altar de Deus, par exercer o sacerdócio, mantenham as mãos e os pés limpos pelo uso da verdadeira pia de cobre! Talvez seja interessante notar que a pia de cobre com a Sua base era feita "dos espelhos das mulheres que se ajuntaram, ajuntando-se à porta da tenda da congregação" (capítulo 38:8). Este fato é cheio de significado. Estamos sempre prontos a ser como o homem que "contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era" (Tiago 1:24). O espelho da natureza nunca poderá dar-nos uma vista clara e permanente da nossa verdadeira condição. "Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito" (Tiago 1:25). Aquele que recorre continuamente à Palavra de Deus e a deixa falar ao seu coração e à sua consciência será mantido na atividade santa da vida divina. 


Um Grande Sumo Sacerdote 

A eficácia do ministério sacerdotal de Cristo está intimamente ligada com a ação penetrante e purificadora da Palavra de Deus. "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar." E o apóstolo inspirado acrescenta imediatamente; "Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecerse das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança, ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hebreus 4:12-16). 

Quanto mais vivamente sentirmos o fio da palavra de Deus, tanto mais apreciaremos o ministério misericordioso e gracioso do nosso Sumo Sacerdote. Estas duas coisas andam juntas. São os companheiros inseparáveis da senda do cristão. O Sumo Sacerdote simpatiza com as fraquezas que a Palavra de Deus descobre e expõe: Ele é um Sumo Sacerdote "fiel" e "misericordioso". Por isso, nos só podemos aproximar do altar na medida em que fazemos uso da pia de cobre. O culto deve ser sempre oferecido no poder da santidade. E necessário perdermos de vista a natureza, tal qual é refletida num espelho, e estarmos ocupados inteiramente com Cristo, conforme no-Lo apresenta a Palavra de Deus. É só desta forma que "as mãos e os pés", as obras e os nossos caminhos são purificados, segundo a purificação do santuário. 


A Santa Unção 

Os versículos 22 e 23 tratam "do azeite da santa unção", com a qual eram ungidos os sacerdotes com todos os utensílios do santuário. 

Nesta unção discernimos uma figura das várias graças do Espírito Santo, as quais se acharam em Cristo em toda a sua plenitude divina. "Todos os teus vestidos cheiram a mira, a aloés e a cássia, desde os palácios de marfim de onde te alegram" (Salmo 45:8). "Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude" (Atos 10:38). Todas as graças do Espírito Santo, em sua perfeita fragrância, se concentraram em Cristo; e é somente d'Ele que podem emanar. Quanto à Sua humanidade, foi concebido do Espírito Santo; e, antes de entrar no Seu ministério público, foi ungido com o Espírito Santo; e, finalmente, havendo tomado o Seu lugar nas alturas, derramou sobre o Seu corpo, a Igreja, os dons preciosos do Espírito, em testemunho da redenção efetuada (veja-se Mateus 1:20; Mateus 3:16-17; Lucas 4:18-19; Atos 2:33; Atos 10:45-46; Efésios 4:8-13). 

É como aqueles que estão associados com este bendito e eternamente glorificado Senhor que os crentes são feitos participantes dos dons e graças do Espírito Santo; e, além disso, é na medida em que andam em intimidade com Ele que gozam ou emitem a Sua fragrância. 
O homem não regenerado não conhece estas coisas. "Não se ungirá com ele a carne do homem" (versículo 32). As graças do Espírito nunca poderão ser ligadas com a carne, porque o Espírito Santo não pode reconhecer a natureza. Nem um só dos frutos do Espírito foi jamais produzido no solo estéril da natureza. E necessário nascer de novo (João 3:7).  E só como unidos com o novo homem, como sendo parte da nova criação, que podemos conhecer alguma coisa dos frutos do Espírito Santo. 

É inútil procurar imitar esses frutos e virtudes. Os mais belos frutos que jamais cresceram no campo da natureza, no seu mais alto grau de cultivo - os traços mais amáveis que a natureza pode apresentar- devem ser inteiramente rejeitados no santuário de Deus. "Não se ungirá com ele a carne do homem, nem fareis outro semelhante conforme a sua composição: santo é, e será santo para vós. O homem que compuser tal perfume como este, ou que dele puser sobre um estranho, será extirpado dos seus povos". Não deve haver imitação da obra do Espírito: tudo tem que ser do Espírito: inteiramente e realmente do Espírito. Demais, aquilo que é do Espírito não deve ser atribuído ao homem:"... o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Coríntios 2:14). 

Num dos cânticos dos degraus há uma alusão magnífica a este azeite da unção. "Oh! quão bom e quão suave é", diz o salmista, "que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes" (Salmo 133:1-2). Os próprios vestidos do chefe da casa sacerdotal, depois de ele haver sido ungido com o azeite da santa unção, devem mostrar os seus preciosos efeitos. Que o leitor possa experimentar o poder desta unção, e conhecer o que é ter "a unção do Santo" e ser selado com o Espírito Santo da promessa! (1 João 2:20; Efésios 1:13). Nada tem valor, segundo a apreciação de Deus, salvo aquilo que está ligado com Cristo, e tudo aquilo que estiver assim ligado com Ele pode receber a santa unção. 


O Perfume bem Temperado, Puro e Santo 

No último parágrafo deste capítulo, tão rico em ensinos, temos o "perfume temperado, santo e puro". Este perfume precioso apresenta-nos as perfeições incomensuráveis e ilimitadas de Cristo. Não é prescrita a quantidade de cada ingrediente, porque as virtudes de Cristo, as belezas e perfeições que se acham concentradas na Sua adorável Pessoa, são ilimitadas. Só a mente infinita de Deus pode medir as perfeições infindas d'Aquele em quem habita a plenitude da Divindade; e durante o curso de toda a eternidade essas gloriosas perfeições continuarão a desenrolar-se à vista dos santos e anjos prostrados em adoração. De vez em quando, à medida que novos raios de luz emanam desse Sol de glória divina, os átrios do céu, nas alturas, e os vastos campos da criação abaixo dos céus, ressoarão com vibrantes Aleluias Aquele que era, e que é e que sempre será o objeto de louvor de todas as classes de entes criados com inteligência. 

Porém não só não era prescrita a quantidade dos ingredientes que entravam na composição do incenso, como é dito que de cada um será igual o peso. Cada aspecto de beleza moral achou em Jesus o seu lugar e a sua justa proporção. Nenhuma quantidade se interpunha ou se chocava com a outra; tudo era "temperado, puro e santo" e exalava um odor tão fragrante que ninguém senão Deus podia apreciá-lo. 

"E dele, moendo, o pisarás, e dele porás diante do Testemunho, na tenda da congregação, onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será". Existe um significado profundo e extraordinário na expressão "o pisarás". Ensina-nos que cada simples movimento na vida de Cristo, cada uma das mais pequenas circunstâncias, cada ação, cada palavra, cada olhar, cada gesto, cada rasgo, cada feição do Seu rosto, esparge um odor produzido por proporção igual-o peso de todas as virtudes que compunham o Seu caráter era igual. Quanto mais pisado era o perfume, tanto mais se manifestava a sua rara e esquisita composição. 

"...O incenso que farás conforme a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR. O homem que fizer tal como este para cheirar será extirpado do seu povo". Este perfume fragrante estava destinado exclusivamente para o Senhor. O seu lugar estava "diante do testemunho". Existe em Jesus alguma coisa que só Deus pode apreciar. De certo, todo o coração crente pode aproximar-se da Sua incomparável Pessoa e achar inteira satisfação para os seus mais ardentes e profundos desejos; contudo, depois de todos os remidos terem esgotado a medida da sua compreensão, depois de os anjos terem contemplado em êxtase as glórias imaculadas do homem Cristo Jesus, tão ardentemente quanto a sua visão lhes permite, existe n'Ele qualquer coisa que só Deus pode profundar e apreciar. Nenhuma visão humana ou angélica poderia jamais discernir devidamente cada partícula desse perfume primorosamente " pisados". A terra tampouco podia oferecer uma esfera própria à manifestação do seu divino e celestial poder. 


Resumo 

Assim, pois, chegamos, no nosso rápido estudo, ao fim de uma parte distinta do livro do Êxodo. Começamos pela "arca do concerto" até que chegamos ao "altar do cobre"; retrocedemos do altar de cobre e chegamos à "santa unção"; e oh! que divagação esta, se tão somente for feita à luz infalível do Espírito Santo, em vez da companhia vacilante da luz da imaginação humana! 
Que divagação, contanto que seja feita não por entre as sombras de uma dispensação que acabou, mas no meio das glórias e das poderosas atrações do Filho de Deus, representadas por estas coisas! Se o leitor ainda não fez esta divagação, verá mais do que nunca o seu afeto atraído para Cristo se a fizer; terá uma maior concepção da Sua glória, da Sua beleza, da Sua excelência e do Seu poder para sanar a consciência e satisfazer o coração sedento; os seus olhos estarão fechados para as atrações do mundo e os ouvidos não prestarão atenção às pretensões e promessas da terra. Em suma, estará pronto a pronunciar o amém fervoroso às palavras do apóstolo (1 Coríntios 16:22), quando disse: "SE ALGUÉM NÃO AMA AO SENHOR JESUS CRISTO SEJA ANÁTEMA; MARANATA" (¹). 

__________________ 
(¹) É interessante notar o lugar que ocupa este anátema aterrador. Acha-se no final de uma longa epístola, no decorrer da qual o apóstolo teve de reprimir alguns pecados dos mais grosseiros e vários erros de doutrina. Quão solene e significativo é, portanto, o fato de que quando anuncia o seu anátema não o lança contra aqueles que haviam introduzido esses erros e pecados, mas sim contra todo aquele que não ama ao Senhor Jesus Cristo. Por que é isto assim' É acaso porque o Espírito de Deus faz pouco caso dos erros ou pecados' Seguramente que não; toda a epístola nos revela os Seus pensamentos quanto a estes males. A verdade é que quando o coração está cheio de amor para com o Senhor Jesus Cristo, existe uma salvaguarda positiva contra toda a espécie de falsa doutrina e má conduta. Se alguém não ama a Cristo não se pode calcular quais as ideias que possa adotar ou o caminho que possa seguir. Logo, a forma do anátema e o lugar que ocupa na epístola. 
 

Notas sobre o Pentateuco – C. H. Mackintosh 
 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Êxodo 30:1-16



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)

 
Uma vez concluída a obra que permitia ao sacerdote se aproximar, nos é apresentado o segundo altar, coberto com ouro, em que Aarão e seus filhos deviam queimar incenso. O primeiro altar nos fala de Cristo e do valor de Seu sangue, o segundo também é uma figura de Cristo e a eficácia de Sua intercessão. O altar de ouro estava inseparavelmente ligado ao altar de bronze. Jesus foi primeiro o sacrifício, depois o sacerdote. Tendo na cruz oferecido Seu sangue que purifica, Ele agora se apresenta vivo para os Seus, no lugar santo. 
 
O altar de ouro do incenso. Bem pequeno... cerca de 50 cm x 50 cm x 1,00 m de altura. Você irá recordar que o altar de cobre era muito maior. Isto porque o altar é uma figura da cruz de Cristo - grande o suficiente para salvar cada pessoa em todo o mundo. Mas o altar de ouro é para crentes que adoram o Senhor. Poucos crentes respondem! Este altar não era para sacrifícios de animais, mas para queima de incenso (como perfume).  

Leia 1 Pedro 2:3 a 7. Que precioso! Use um minuto para ler Apocalipse 8:3 e 4 para ser ajudado a entender o significado do altar de ouro. Ali ele é usado pelos crentes que sobrevivem durante a tribulação, como que elevando, com suas orações, o incenso. Repare como subiu alto! Cristo é o doce incenso que oferecemos a Deus. 

Nenhuma vítima era oferecida no altar de ouro, Cristo nunca mais terá que sofrer e morrer. A obra estava concluída, Ele será o nosso tema de louvor no céu, a própria essência da adoração. Por Ele, o crente remido, por sua vez, aproxima-se e oferece ao Pai o doce perfume da adoração e oração (Salmo 141:2). Porque a adoração é, acima de tudo, apresentar a Deus as perfeições do Seu Filho amado. 
 
Os versículos 11 a 16 falam do dinheiro do resgate. Todo homem no arraial de Israel tinha que levar o dinheiro do "resgate". Era pago de modo estritamente pessoal. Ao mesmo tempo, era idêntico em valor para ricos e pobres. Deus não faz diferença entre os pecadores (Romanos 2:11) e Ele oferece a todos os mesmos meios para a salvação, o mesmo preço a ser pago pelo pecado... o sangue de Cristo (1 Pedro 1:18-19). Uma salvação de “graça”! Mas quanto custou Aquele que pagou o resgate em nosso lugar! 


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Êxodo 29:31-46



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir) 
 
 
O carneiro da consagração tinha primeiro que ser oferecido e depois comido pelos sacerdotes. Para servir o seu Deus, o crente deve se alimentar por Aquele que até na morte foi inteiramente consagrado a Deus. O apóstolo nos exorta a andar “em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave" (Efésios 5:2). Os sacerdotes deviam comer a carne do carneiro da consagração "à porta do tabernáculo da congregação", isto é, antes de servir no lugar santo. Em cada um dos sete dias tinha que ser trazido um novo sacrifício, para nós, o produto de exercícios espirituais e afeições renovados dia a dia. Sete dias é uma figura de toda a nossa vida cristã. O Senhor Jesus está vivendo no céu como nosso Sumo Sacerdote. Leia Hebreus 7:25-26. Nós também deveríamos corresponder a todo o Seu amor. 
 
O final do capítulo nos fala dos sacrifícios que deviam ser oferecidos "continuamente", "por vossas gerações" (ver Números 28:3, 6, 10.., Esdras 3:5), para engrandecer incessantemente diante de Deus a obra da Cruz. Estas eram ofertas para serem feitas a Deus a cada dia. Você gostaria de ler um belo versículo sobre sacrifício que se aplica a nós hoje? Hebreus 13:15. Que isto possa ser verdadeiro a nosso respeito! 
 
Tendo santificado o tabernáculo, o altar e a família sacerdotal, Deus, de agora em diante, podia habitar no meio do Seu povo em uma ordem de coisas adequadas à Sua glória (versículos 44 e 45). O apóstolo Paulo estabelece a mesma relação entre a habitação atual de Deus nos crentes – por meio do seu Espírito - e a santidade que deve caracterizá-los (leia 1 Coríntios 3:16-17 e 1 Coríntios 6:19). 
 

Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

 
A Preeminência de Cristo 

Porém, aprendemos alguma coisa mais com a ordem da unção neste capítulo, além da verdade importante acerca da obra do Espírito, e a posição que a Igreja ocupa. A preeminência do Filho é-nos também apresentada. "Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros" (Psa_45:7; Heb_1:9). É preciso que o povo de Deus mantenha sempre esta verdade nas suas convicções e experiências. Por certo, a graça infinita de Deus é manifestada no maravilhoso fato que pecadores culpados e dignos do inferno sejam chamados companheiros do Filho de Deus; mas nunca devemos esquecer, nem por um momento, o vocábulo "mais". Por mais íntima que seja a união - e é tão íntima quanto os desígnios eternos do amor divino a podiam fazer-, é, contudo, necessário que Cristo tenha em tudo a preeminência" (Col_1:18). Não podia ser de outra maneira. Ele é Cabeça sobre todas as coisas - Cabeça da Igreja, Cabeça sobre a criação, Cabeça sobre os anjos, o Senhor do universo. Não existe um só astro de todos os que se movem no espaço que não Lhe pertença e não se mova sob a Sua orientação. Não existe um verme sequer que se arrasta sobre a terra, que não esteja sob os Seus olhos incansáveis. Ele está acima de todas as coisas; e toda a criatura "o primogênito de entre os mortos" "o princípio da criação de Deus" (Col_1:15-18;Rev_1:5). "Toda a família nos céus e na terra" (Efésios 3:15)  deve alinhar, na classe divina, sob Cristo. Tudo isto será reconhecido com gratidão por todo o crente espiritual; sim, a sua própria articulação produz um estremecimento no coração do crente. Todos os que são guiados pelo Espírito regozijar-se-ão com cada nova manifestação das glórias pessoais do Filho; da mesma maneira que não poderão tolerar qualquer coisa que se levante contra elas. Que a Igreja se eleve às mais altas regiões e glória, será seu gozo ajoelhar aos pés d'Aquele que se baixou para a elevar, em virtude do Seu sacrifício, à união Consigo; o qual havendo plenamente correspondido a todas as exigências da justiça divina, pode satisfazer todos os afetos divinos, unindo-a em um Consigo Mesmo, em toda a aceitação infinita com o Pai, na Sua glória eterna: "Não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Heb_2:11).

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Êxodo 29:19-30



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
A cerimônia continuava; naturalmente, os filhos de Aarão não tinham sido purificados para fazer o que desejassem a partir de então. Estavam consagrados, separados para o serviço do Senhor. Em Israel, somente a família de Aarão exercia o sacerdócio. A única maneira de tornar-se sacerdote era nascer na tribo e pertencer a uma família sacerdotal. Na Igreja, a única maneira de ser sacerdote é pelo novo nascimento (Apocalipse 1:5-6). Hoje, todos os que compõem o povo de Deus são chamados para exercer esta nobre tarefa. Acredite, se em Seu grande amor Deus o salvou, é para que, daqui em diante, você possa ser inteiramente consagrado a Ele. O sangue na orelha direita e nos polegares da mão e do pé direito (versículo 20) nos fala respectivamente da obediência (à Palavra de Deus),  da ação (ou serviço) e  do caminhar (ou comportamento),  
foram santificadas para serem colocadas à disposição de Deus pelo poder do Espírito Santo (o azeite sobre o sangue). 
 
A palavra "consagrar" significa literalmente "encher suas mãos" (ver nota Êxodo 28:41). Aarão e seus filhos são consagrados a Deus como sacerdotes. Às vezes a descrição se aplica a todos os três, outras vezes apenas a Aarão. Cristo compartilha algumas de Suas glórias conosco (João 17:22) e algumas são somente dEle (João 17:5).  

Os sacerdotes tomavam partes do carneiro em suas mãos e as moviam (ou as erguiam em oferta) diante de Deus.  
Como sacerdotes, você e eu fazemos isto. Nós, assim como antes, erguemos Cristo para Deus. É isto que é adoração. O Pai sempre fica satisfeito quando entendemos o que Cristo fez por Ele. Portanto "enchamos nossas mãos" de Cristo!  
Além disso, longe de ver nela (como alguns fazem) um ato pelo qual nos oferecemos ao Senhor (podemos dar a Ele o que já O pertence?), entendemos, pelo contrário, que nossas mãos, ou melhor, nossos corações, precisam primeiro serem preenchidos por Deus antes de podermos "mover" a oferta (Cristo) diante dEle (versículo 24). “Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos” (1 Crônicas 29:14).


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Êxodo 29:1-18



(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Já destacamos anteriormente que Arão e seus filhos representam Cristo e a Igreja (cada crente individual em Cristo). Como Arão representa Jesus, ele é ungido separadamente e não é necessário sangue (versículo 7). Acompanhado de seus filhos, vemos Cristo ali com os Seus. Em virtude de sua relação com Jesus, o grande Sumo Sacerdote no céu, os crentes estão associados com Cristo para apresentar sacríficos de louvor a Deus. Mas antes de estarem em posição de exercer seu cargo, Aarão e seus filhos deviam ser preparados para isso. Sacrifícios foram preparados para eles. Eles tinham que se aproximar da entrada do tabernáculo e serem lavados com água (versículo 4 - observe que eles não poderiam fazer isso por eles mesmos). Então eles recebem as novas vestes descritas no capítulo 28.  
 
Moralmente, hoje, as mesmas coisas são essenciais antes de qualquer serviço cristão. É necessário primeiro irmos a Deus com o sacrifício "mais excelente" que expia pelos nossos pecados. Então a "lavagem pela água" é necessária, uma função realizada pela Palavra se Deus (Hebreus 10:22, Tito 3:5).  
A lavagem da água tornava Arão simbolicamente aquilo que Cristo é intrinsecamente, isto é: santo. A Igreja é santa em virtude de estar ligada a Cristo na vida de ressurreição. Ele é a definição perfeita daquilo que ela é perante Deus. O ato cerimonial da lavagem da água representa a ação da palavra de Deus (veja Efésios 5:26). 
"E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade" (João 17:19), disse o Senhor Jesus. Separou-Se para Deus no poder de uma perfeita obediência, orientando-Se em todas as coisas, como homem, pela Palavra, mediante o Espírito eterno, a fim de que todos aqueles que são d'Ele pudessem ser inteiramente separados pelo poder moral da verdade. 
 
Finalmente é necessário que nosso corpo limpo se vista de roupas limpas. 
Zacarias 3:3-5 nos mostra um sacerdote, Josué, a quem o Senhor veste com "vestes novas" no lugar de suas "vestes sujas". Nossa conduta exterior deve ser limpa para corresponder com a purificação interior de nossa consciência. Somente nos “revestindo do Senhor Jesus Cristo” que seremos capazes de realizar isso (Romanos 13:14).   


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

sábado, 11 de julho de 2020

Êxodo 28:31-43





(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
O manto, totalmente azul, que Aarão tinha que vestir debaixo do éfode, nos fala do caráter celestial do nosso Sumo Sacerdote. Cristo foi feito mais alto que os céus (Hebreus 7:26 – versão Brasil e Darby), um testemunho é prestado a Ele na terra por estes "irmãos que vivem em união" sustentados pelo Seu sacerdócio no céu, e que juntos compõem por assim dizer, "A orla de suas vestes" (Salmos 133:1-2). As campainhas nos fazem pensar no que deve ser ouvido na vida dos filhos de Deus. Seu tilintar era a evidência de que o sacerdote estava vivo. Mostramos ao nosso redor que Cristo está vivo?  

As romãs representam o fruto: o que deve ser visto na vida dos santos se permanecerem ligados à "vestimenta" do homem celestial (João 15:5). Observamos que, como as campainhas e as romãs são iguais em número, as palavras e as ações devem andar de mãos dadas na vida de cada filho de Deus. Mas, se nos sentimos fracos e falhamos neste testemunho e serviço, temos um recurso seguro: Jesus diante de Deus em Sua santidade absoluta, tendo sobre Sua testa a lâmina de ouro fino com a inscrição "Santidade ao Senhor". Ao considerá-Lo, não estaremos mais ocupados com nossas próprias fraquezas, mas com Suas perfeições (Salmo 84:9). 
 
A última parte do capítulo descreve a roupa dos filhos de Arão e nos faz pensar na promessa no Salmo 132:16. Aarão é uma figura de Cristo, os filhos de Aarão são uma figura de todos os crentes individualmente. Também temos vestes de "glória e ornamento"! Que possamos viver cada dia como se estivéssemos vestidos com a "melhor roupa"? (Lucas 15:22).


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Êxodo 28:15-30


 

(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Sobre o éfode, na frente, o peitoral estava firmemente preso. Tinha doze pedras preciosas engastadas em ouro com os nomes das tribos, assim estavam continuamente sobre o coração de Arão (versículo 30). Uma imagem tocante do lugar que ocupamos no Senhor. Nós estamos em Seus ombros poderosos, mas também em Seu coração, objetos de Seu incessante e terno cuidado (João 13:23). Os nomes estavam escritos “como impressos em um selo” (Cantares 8:6). 
 
"Continuamente" é uma palavra que deve ser destacada neste capítulo (fim dos versículos 29, 30, 38). Vemos nessas pedras, fixas e imóveis, uma figura de que nada pode separar os remidos pelo Senhor da Sua grande força (João 10:28) nem de Seu amor (Romanos 8:35).  Não aquece nosso coração entender que esta é... 
nossa posição de amor (peitoral)  e segurança (ombreira)  como o próprio Cristo prende a Si mesmo (cinto)  e nos mantém seguros (correntes e anéis)  em comunhão com Deus e nosso amável Pai? 
 
As pedras eram todas diferentes, cada uma delas refletindo à sua maneira a luz proveniente do mesmo castiçal. Mas todas eram preciosas. Assim como aqueles que são salvos, diferentes uns dos outros, cada um refletindo alguma característica moral de Jesus. E cada um é precioso para o coração Daquele que o sustenta. Quando estamos a ponto de criticar outro cristão, lembremos que o Senhor o ama. Por fim, para que todas essas joias possam refletir plenamente a luz do santuário - todos os crentes – elas precisavam ser trabalhadas, lapidadas e polidas. Esta é a paciente obra do Espírito Santo. 
 
 
Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Êxodo 28:1-14


 
(recomendamos que leia esse trecho em sua Bíblia antes de prosseguir)
 
 
Um capítulo muito importante para todos nós procurarmos entender. Pode ser o início de uma mudança em sua vida cristã. Este capítulo fornece grandes detalhes sobre as vestes que Arão, o Sumo Sacerdote, vestia quando entrava no "santíssimo lugar", isto é, na presença de Deus.  
 
Então por que razão Deus usa um capítulo inteiro para nos falar das vestes de Aarão?  
 Porque Ele quer que entendamos o que elas significam hoje.  

Vamos tratar delas uma de cada vez. Arão é uma figura de Cristo como nosso Sumo Sacerdote agora no céu (Hebreus 9:25).  
Sua obra na cruz aqui na Terra está terminada.  
Ele é perfeito e temos uma perfeita posição diante de Deus tanto quanto Ele tem! (Hebreus 10:14). 
 
TODAVIA, somos fracos e precisamos de outra obra para nós enquanto estamos aqui na Terra. Então vamos abrir em Hebreus 8:1; Hebreus 8:6; Hebreus 9:11; Hebreus 9:24; Hebreus 10:21-22 e Romanos 5:10. Cada passagem nos fala de uma obra diferente que Ele está fazendo por nós no céu. 
 
Nossa debilidade e nossas falhas são as mesmas que nos mostram a Sua graça em viver e rogar por nós. O Sumo Sacerdote (Cristo) vai até Deus por nós, mesmo antes de falharmos! Agora vamos ver nosso capítulo. Estas vestes (há 7 delas mencionadas – versículos 4 e 36) deviam ser sempre vestidas quando Arão entrasse na presença de Deus (havia uma exceção).  
Ele representava o povo quando estava com Deus no "santíssimo lugar".  
 
As 7 vestes representavam, cada uma, uma figura do que Cristo é e está fazendo AGORA por nós.  
Ele não está completo sem nós (Efésios 1:23); nós não estamos completos sem Ele (Colossenses 2:10). 
 
Aarão devia ser um servo (ministro) diante de Deus, é uma figura de Cristo no seu caráter do Sumo Sacerdote. Ele era o “porta-voz” do povo ante Jeová, como Cristo é agora diante de Deus, o representante daqueles que pertencem a Ele. Sua vestimenta nos fala em tipo de tudo o que se relaciona com o serviço que Jesus realiza no céu em favor de Seu povo redimido. Que o Espírito Santo nos dê “sabedoria de coração” (versículo 3) para podermos examinar as diferentes partes da sua vestimenta. De fato, elas ilustram ao mesmo tempo os atributos gloriosos de nosso Sumo Sacerdote, e também as verdades que nos tocam de perto. 
 
O éfode, uma espécie de túnica sem mangas, era o elemento essencial e mais característico de tudo. Semelhante ao véu, era tecido e bordado com fios de diferentes cores, cujo significado já nos referimos. Ao contrário do véu, incluía fios de metal dourado, importante adição. Duas ombreiras, agindo como ganchos que uniam as partes dianteira e traseira do éfode, completava esta peça da roupa, e sobre elas eram colocadas pedras ônix engastadas em ouro (versículo 11) como um memorial, de maneira permanente, os nomes das doze tribos de Israel. Uma bela imagem da maneira pela qual Jesus sustenta e leva Seus redimidos. Eles são conhecidos por nome e estão constantemente em Seus pensamentos (Lucas 15:5). E, ainda mais do que isso, eles fazem parte de sua beleza, Sua glória e honra (versículo 2, as mesmas palavras que descrevem Cristo em Hebreus 2:7).


Texto baseado em diversos autores que se reuniam apenas ao Nome do Senhor no século XIX e XX.


Êxodo 28:4 
 
As vestes: 
(1) O peitoral. Descrito com mais detalhes em Êxodo 28:15-21. Quando Aarão entrasse no "santíssimo lugar”, cada uma das 12 pedras iria brilhar com uma cor diferente. Ele usava isso sobre seu peito de amor. Você e eu, individualmente, somos amados cada um de uma maneira individual por Cristo na presença de Deus.  
(2) O Éfode. Parece ser uma veste que era enrolada ao redor do corpo.  
(3) O Manto, veja vers. 32. Este versículo nos lembra da túnica que o Senhor usou (João 19:23) que pode ser Sua divindade indivisível.  
(4) A Túnica. Cobria tudo como uma túnica.  
(5) A Mitra, para cobrir a testa, tinha uma placa de ouro puro (Êxodo 28:36-38). Apesar de sermos com frequência impuros em nossos pensamentos e obras, Cristo nos apresenta como perfeitos e santos diante de Deus! Será que estas coisas tocam nosso coração?  
(6) Cinto. Como um cinturão. Ele segurava as vestes em seu caimento de modo a sugerir um serviço ativo (Isaías 11:5). 
Conte quantas vezes a palavra "nomes" ou "nome" aparece. Deus olha para cada crente em Cristo com o mesmo prazer e favor que Ele olha para o próprio Cristo.


 Norman Berry